A vida sem tabus da advogada que é também garota de programa e dominatrix

01/12/2015 às 09:052 min de leitura

Ainda que o livro e depois o filme “50 Tons de Cinza” tenham, de certa forma, popularizado o lado mais obscuro de algumas relações sexuais, as pessoas que realmente têm fetiches com comportamentos submissos e/ou dominadores afirmam que a relação de Anastasia e Christian não é uma representação muito fiel das práticas de BDSM.

O The Independent publicou o relato de Laura Lee, que trabalha com sexo, especialmente como dominatrix, e resolveu falar mais sobre a sua vida, suas profissões e o lado BDSM, que é bem diferente da representação “água com açúcar” feita pela escritora E. L. James.

Ela conta que recebe pedidos bastante inusitados de seus clientes e que o menos comum deles envolve situações humilhantes em público, o que basicamente é um cenário no qual ela grita e dá ordens bizarras a homens no meio da rua, com estranhos em volta. Geralmente, os pedidos envolvem cenários mais íntimos mesmo, entre quatro paredes.

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Lee explica que seus clientes são homens que estão no controle o dia inteiro em suas vidas pessoais e no trabalho. Quando encontram com Laura, eles desejam exatamente o oposto disso: querem mais é perder o controle e a posição de homem dominante. Com ela, são submissos e recebem ordens e humilhações.

A dominatrix explica que, assim como na história de Christian e Anastasia, ela e seus clientes têm palavras de segurança, que são utilizadas quando a pessoa se sente desconfortável ou com dor. A semelhança com a história escrita por E. L. James, no entanto, acaba por aí. “BDSM tem limites estritamente concordados, seguros, sensatos e consensuais. Esse homem [Christian] passa o tempo todo seguindo ela [Anastasia]. Isso é errado”, resume Lee.

Além de trabalhar como dominatrix, ela também oferece serviços sexuais a doentes terminais e deficientes físicos que nunca fizeram sexo – algo mais ou menos parecido com o que acontece no filme “As Sessões”. “A reação que você vê é maravilhosa porque eles passaram suas vidas inteiras se sentindo isolados e depressivos – então isso faz com que eles se sintam parte do grupo”, comenta.

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A relação de Lee com seu trabalho é bem diferente e livre de qualquer tabu ou preconceito. De acordo ela, a profissão deveria ser mais bem reconhecida e respeitada, de modo que as pessoas não precisassem esconder o que fazem para ganhar dinheiro. “Setenta por cento das trabalhadoras agora são mães trabalhando em flats bem discretamente”, estima.

Falando em maternidade, Lee não tem problema em discutir a profissão com a filha adolescente, que comenta sobre o trabalho da mãe com os amigos sem medo de sofrer qualquer tipo de bullying. “Todas as mães sabem que eu não tenho uma masmorra no porão e que eu vivo em uma casa de família normal, cercada por um gato e hamsters, e que as suas filhas estão em perfeita segurança comigo”.

Lee trabalha com a indústria do sexo há mais de 20 anos, conciliando o que faz com a profissão de advogada e com seus trabalhos no setor financeiro. Aliás, foi durante a faculdade de Direito, que cursou em Dublin, na Irlanda, que ela começou a trabalhar com sexo. No início, a ideia era ter dinheiro para pagar as contas da faculdade, e agora ela está prestes a se graduar em Psicologia.

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Atualmente, ela batalha para legalizar a prostituição na Irlanda, já que isso traria mais segurança às muitas mulheres que realizam o mesmo trabalho que ela. Atualmente, se duas mulheres trabalham juntas em um apartamento, pelas leis irlandesas elas podem ser presas.

O maior desejo de Lee? Que um dia as pessoas vejam o trabalho que ela faz como uma prestação de serviço que deixa seus clientes felizes. Ela explica que, no seu trabalho, o sexo é apenas 25% do que faz. O resto envolve companheirismo, honestidade e a capacidade de ouvir as histórias de seus clientes: “É muito mais do que o ato físico”, diz ela.

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