Artes/cultura
26/05/2011 às 14:37•2 min de leitura
Moda e sustentabilidade podem, sim, conviver em harmonia. Um dos produtos de maior sucesso dessa convivência é a ecobag, que desde 2007 é uma das soluções para o excesso de lixo causado pelo uso da sacola plástica.
A cada minuto, 1 milhão de sacos plásticos são utilizados no mundo. Cada um demora, em média, 300 anos para se decompor. Trata-se de uma quantidade de lixo que, no futuro, não irá encontrar nem espaço para ser armazenada.
Uma das soluções para esse problema ambiental surgiu em 2007, quando a designer inglesa Anya Hindmarch criou a bolsa de pano com a frase “I’m not a plastic bag” (Eu não sou uma bolsa de plástico). O produto foi incluído no catálogo da designer com um preço acessível, equivalente a 15 reais, que ajudou a popularizar ainda mais a tendência.
Fonte: ReproduçãoAs celebridades comprometidas com a causa, como Kate Moss, Keira Knightley, Jessica Biel e Lily Cole passaram a usar as ecobags, que caíram no gosto da população. Assim, logo começaram a surgir vários modelos no mercado.
Ao Brasil, a tendência chegou rápido. Ainda no mesmo ano, a exposição “Eu não sou de plástico” movimentou profissionais da moda do país, que desenvolveram bolsas ecologicamente corretas.
Estilistas como Adriana Barra, Daniella Helavel (que ficou mais conhecida após a duquesa Katherine usar peças de sua grife, a Issa) e Glorinha Paranaguá provaram que o Brasil também estava engajado com a sustentabilidade, produzindo peças de qualidade.
Em pouco tempo, a alternativa ecologicamente correta para as sacolas de plástico conquistou as mulheres brasileiras. Se, logo após ao seu lançamento, as ecobags serviam apenas para as compras, meses depois era possível vê-las em shoppings e universidades, como opção de bolsa para quem buscava um visual descontraído.
Para aproveitar a tendência, grifes como Totem, Cantão e Hering também desenvolveram modelos para ajudar na luta em defesa ao meio ambiente.
Do que é feita a ecobag?
Nem toda sacola retornável pode ser considerada uma ecobag. Para ganhar a garantia de amigo da natureza, o produto precisa levar em sua composição fibras de origem vegetal, como linho, rami, juta e cânhamo. Além, é claro, do algodão orgânico.
Compostos derivados do petróleo não precisam necessariamente ficar de fora das bolsas ecológicas. Materiais reciclados vindos de garrafas PET ou borracha também podem ser utilizados. A tinta para decorá-la deve ser à base de água, sem solventes.
No entanto, não são apenas os materiais de fabricação que fazem com que ela reduza o impacto ambiental das concorrentes de plástico. Para que ela cumpra sua função, deve ser reutilizada por mais de 171 vezes.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Agência Britânica do Meio Ambiente, se esse número for menor, o efeito inverte-se: a bolsa passa a contribuir para uma emissão maior de gases do efeito estufa na atmosfera que as versões de plástico.
Pioneirismo
A ideia da ecobag é muito mais antiga que o modelo lançado por Anya. Em 1997, a Chanel já se preocupava com o meio ambiente e lançou uma bolsa de malha plástica dura, com acabamento dourado, para ser usada em substituição às vilãs de plástico.
No Brasil, a Totem foi a primeira marca a seguir os passos da grife francesa. Em 1998, já era possível encontrar nas lojas a sua versão de algodão para as bolsas.
Até 2012, boa parte dos sacos plásticos será abolida do mercado. A tendência é que o modelo sustentável de carregar as compras se popularize ainda mais nas ruas brasileiras. Escolha já a sua e seja amiga do meio ambiente.