No estudo, os pesquisadores usaram variações do DNA antigo para descobrir diversidades pré-históricas de populações humanas e comunidades linguísticas.

Uma equipe internacional de 91 pesquisadores descobriu uma divergência genética entre dois grupos de pessoas, durante a Idade do Bronze (entre 3300 a.C. e 1200 a.C.). Essa separação permitiu estabelecer algumas conexões relevantes entre o desenvolvimento das línguas indo-europeias e a composição genética das populações daquela época.O estudo, hospedado no repositório de pré-impressões bioRxiv e ainda não revisto por pares, &nbsp;sugere que as populações espanhola, francesa e italiana receberam parte de sua herança genética de populações das estepes da Eurásia, transmitida pelo povo Bell Beaker. Já o grupo grego e armênio adquiriu ancestralidade das populações Yamnaya.&nbsp;<ul><li>Saiba também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/humanos-da-idade-do-bronze-podem-ter-sido-canibais-revela-estudo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Humanos da Idade do Bronze podem ter sido canibais, revela estudo</a></li></ul>A família indo-europeia, que engloba a maioria das línguas faladas no mundo, incluindo os grupos românico, germânico, eslavo, báltico, celta e helênico, está intimamente ligada aos grandes movimentos migratórios originados na Estepe Ocidental, região que engloba hoje partes da Ucrânia, sul da Rússia e Cazaquistão.&nbsp;<h2>Analisando as divergências entre as línguas indo-europeias</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/31/31145946957000.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As variações linguísticas estão ligadas às migrações pré-históricas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para testar a ocorrência dessas conexões, os autores analisaram o DNA de 314 indivíduos antigos do Mediterrâneo. Na pesquisa, a equipe utilizou isótopos de estrôncio nos ossos e dentes de 224 deles, para rastrear a mobilidade das antigas populações.&nbsp;A técnica permite determinar onde essas pessoas viveram, pois regiões diferentes possuem assinaturas isotópicas diferenciadas. Essas assinaturas são as formas pelas quais um mesmo elemento químico se manifesta em determinadas regiões geográficas. É como se fossem "impressões digitais" do local, pois variam conforme a geologia e o ambiente da área.&nbsp;Dessa forma, analisar as proporções do estrôncio em ossos e esmalte dos dentes pode mostrar com relativa precisão onde um indivíduo viveu e obteve seu alimento e água, permitindo aos pesquisadores traçar um mapa do seu padrão de migração. Embora não seja uma localização 100% exata, a técnica revela diferenças entre quem habitou uma área e quem não habitou.<h2>Principais conclusões sobre evolução das línguas na Europa</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/31/31152356032004.jpg" alt="x"><figcaption>O estudo não esclareceu completamente todas as árvores genealógicas. (Fonte: Genetics, 2024/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Embora os resultados do estudo tenham se mostrado consistentes com as hipóteses linguísticas ítalo-celtas e greco-armênias que explicam as origens da maioria das línguas indo-europeias mediterrâneas da Antiguidade Clássica, dizem os autores, a análise não conseguiu esclarecer completamente todos os ramos da árvore genealógica indo-europeia.A relação entre as línguas germânicas e ítalo-celta, por exemplo, não foi desvendada. Houve também casos de heranças mistas. Italianos da Idade do Bronze podem ser divididos em: do norte e centro da Itália (linhagem Bell Beaker ligada à França e à Espanha), e os da costa adriática da Itália (ancestralidade Yamnaya, como a das populações dos Bálcãs e da Grécia).<ul><li>Conheça:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123450-6-das-linguas-mais-antigas-da-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Seis das línguas mais antigas da Europa</a></li></ul>Havia ainda um terceiro grupo italiano, da região de Olmo, com ascendência elevada de agricultores neolíticos, anterior às migrações da Idade do Bronze. Ou seja, como qualquer estudo humano, não há respostas prontas, mas pistas genéticas, arqueológicas e linguísticas que podem clarear um pouco o nosso passado nebuloso e confuso.

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Diferenças entre as línguas europeias começaram em migrações pré-históricas

Descoberta no Cáucaso pode revelar novos segredos sobre culturas antigas e conexões entre civilizações.

Uma tabuleta de basalto do tamanho de um livro, inscrita com uma escrita desconhecida, foi encontrada por pescadores no Lago Bashplemi, na Geórgia, e agora intriga pesquisadores ao redor do mundo. Medindo pouco mais de 24 centímetros e gravada com 60 símbolos misteriosos, a peça parece remontar ao fim da Idade do Bronze ou início da Idade do Ferro.&nbsp;Apesar de diversas tentativas de decifração, sua língua permanece um enigma, alimentando debates sobre possíveis conexões entre culturas antigas e a complexidade das civilizações do Cáucaso.<h2 style="text-align:justify;">Do fundo do lago</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/15/15143425149001.jpg" alt="Visão aérea do lago . (Fonte: R. Shengelia et al., Journal of Ancient History and Archaeology / Divulgação) "><figcaption>Visão aérea do lago Bashplemi. (Fonte: R. Shengelia et al., Journal of Ancient History and Archaeology / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A descoberta aconteceu quase por acaso no outono de 2021, quando pescadores locais retiraram a peça do fundo do lago. Curiosos, limparam-na com um prego de ferro, felizmente sem danificar as delicadas inscrições feitas com ferramentas avançadas da época.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128234-5-linguas-mortas-que-ainda-conversam-conosco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 línguas mortas que ainda 'conversam' conosco</a></li></ul>Os pesquisadores identificaram 39 símbolos únicos organizados em sete linhas horizontais, com semelhanças parciais a sistemas do Oriente Médio, Índia e Egito, mas sem vínculo direto com alfabetos conhecidos, sugerindo um sistema único de uso cerimonial ou administrativo.A ligação com a escrita proto-kartveliana do 4º milênio a.C. e outras tradições do Cáucaso, como as runas colchianas e o alfabeto georgiano antigo Mrgvlovani, sugere que a região pode ter desempenhado um papel maior do que se pensava na história dos sistemas de escrita.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/15/15144200129002.jpeg" alt="Quem diria que perdida no meio de um lago na Geórgia estaria uma tábua misterioso. (Fonte: R. Shengelia et al., Journal of Ancient History and Archaeology / Divulgacão)"><figcaption>Quem diria que perdida no meio de um lago na Geórgia estaria uma tábua misteriosa. (Fonte: R. Shengelia et al., Journal of Ancient History and Archaeology / Divulgacão)</figcaption></figure></figure>Há ainda ecos de alfabetos como o fenício e o aramaico, reforçando a hipótese de que o Cáucaso era um ponto de contato entre diversas culturas da Antiguidade.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128428-quais-seriam-as-linguas-mais-estranhas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quais seriam as 'línguas mais estranhas' do mundo?</a></li></ul>A qualidade técnica da inscrição é outro ponto fascinante. Os símbolos foram feitos com uma broca cônica para criar contornos precisos, que depois foram alisados com ferramentas de ponta arredondada. Essas marcas atestam o alto nível de habilidade dos artesãos da época e sugerem um propósito significativo para o artefato.&nbsp;Ainda assim, o conteúdo da tabuleta permanece indecifrado. Entre as hipóteses levantadas pelos especialistas, o texto pode listar despojos de guerra, registrar um grande projeto de construção ou mesmo ser uma oferenda religiosa.<h2 style="text-align:justify;">Um lugar rico em história</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/15/15145209090006.jpeg" alt="Identificação dos 60 símbolos na misteriosa tábua. (Fonte: R. Shengelia et al., Journal of Ancient History and Archaeology / Divulgação)"><figcaption>Identificação dos 60 símbolos na misteriosa tábua. (Fonte: R. Shengelia et al., Journal of Ancient History and Archaeology / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O contexto da descoberta também adiciona camadas de mistério. O Lago Bashplemi, situado em um planalto vulcânico pouco explorado, já revelou outros artefatos como cerâmicas e pedras de argamassa, indicando intensa atividade humana no passado. No entanto, poucos estudos detalhados foram conduzidos na área, o que torna a tabuleta uma peça única na narrativa arqueológica da região.<ul><li style="text-align:justify;">Veja também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128924-escrita-misteriosa-da-ilha-de-pascoa-e-anterior-a-colonizacao-europeia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Escrita misteriosa da Ilha de Páscoa é anterior à colonização europeia</a></li></ul>A autenticidade do achado não deixa dúvidas. Além de corresponder à geologia local, marcas de desgaste indicam que a peça foi manuseada ao longo dos séculos, talvez sem que as populações modernas reconhecessem seu valor histórico.&nbsp;Mais importante, a descoberta desafia ideias preconcebidas sobre a periferia cultural do Cáucaso, sugerindo que a&nbsp;região pode ter sido um centro significativo de inovação e troca cultural entre o Oriente Próximo e o Mediterrâneo.Embora ainda faltem respostas definitivas, a tabuleta de Bashplemi já é um marco no estudo de sistemas de escrita antigos. Sua análise abre portas para novas investigações sobre a história cultural do Cáucaso e levanta questões sobre a preservação de línguas e tradições perdidas.&nbsp;

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Mistério milenar: tabuleta encontrada na Geórgia intriga com língua desconhecida

A história curiosa e cheia de metáforas por trás de expressões como "pé de laranja" e "pé de manga".

Já parou para pensar por que falamos "pé de laranja" e não simplesmente laranjeira? Essa forma de se referir às plantas é tão comum no dia a dia que raramente questionamos de onde ela veio. Mas, acredite, há toda uma história linguística — e um toque de criatividade — por trás disso.<h2>Origem etimológica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/28/28185500282172.jpg" alt=""><figcaption>"Pé" vem do latim pedis, que significa base ou sustentação. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A palavra "pé" tem muito mais a ver com plantas do que imaginamos. Lá na Antiguidade, em pleno domínio do latim, o termo pes (que significa "pé") já era usado para descrever partes das plantas. Por exemplo, o pedicelo é aquela haste que sustenta a flor ou o fruto, enquanto o pecíolo é a haste que liga a folha ao galho.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118038-10-vegetais-que-voce-nao-sabia-mas-sao-frutas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">10 vegetais que você não sabia, mas são frutas</a></li></ul>Tudo isso vem da raiz "pedis", que além de significar "pé", também carrega a ideia de algo que sustenta ou serve de base. E faz sentido, né? Se o pé humano segura o corpo, essas estruturas seguram folhas, flores e frutos.Agora, aqui vem o pulo do gato: no latim, o tronco das árvores também foi chamado de "pé", ou melhor, pedis. Isso porque ele é a base que sustenta galhos, folhas e todo o resto. Com o tempo, essa ideia de "pé" como base foi expandida, chegando a designar a árvore inteira. Por isso, no Brasil, não é estranho falar "pé de laranja" para se referir à laranjeira inteira.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/plantas-e-frutas/45732-voce-vai-ficar-de-queixo-caido-ao-saber-de-todos-os-beneficios-das-laranjas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Você vai ficar de queixo caído ao saber de todos os benefícios das laranjas</a></li></ul><h2>Quando a cultura dá uma forcinha</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/28/28185716746173.jpg" alt="Pé de alface. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Pé de alface. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mas não é só de história etimológica que vive a expressão "pé de". O jeito como falamos também reflete um toque de praticidade. É mais fácil dizer "pé de limão" do que "limoeiro", concorda? Sem contar que algumas palavras são bem mais simpáticas de ouvir assim. "Pé de abacate", por exemplo, soa mais leve e natural do que "abacateiro".E a coisa não parou por aí. O uso do termo "pé" acabou sendo tão flexível que se espalhou para plantas sem tronco algum. É por isso que falamos "pé de alface" ou "pé de mandioca", mesmo que essas plantas não tenham nada que se pareça com um tronco.<ul><li>Veja:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103913-20-informacoes-curiosas-sobre-frutas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">20 informações curiosas sobre frutas</a></li></ul>Por fim, vale lembrar que até o ato de "plantar" tem uma conexão com os pés. No latim, "plantare" significava literalmente "empurrar no chão com a planta do pé". A ideia de algo que está firmemente conectado ao solo é tão universal que atravessou séculos e influenciou como nomeamos tudo, de árvores frutíferas até as plantas mais simples.

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Por que algumas plantas são chamadas de "pé"?

De textos antigos a línguas modernas, essa regra matemática parece estar em todo lugar. 

Já pensou que a linguagem, essa habilidade humana tão única e complexa, pode ser governada por uma simples equação? Pois é, existe algo chamado Lei de Zipf, que basicamente diz que as palavras que usamos seguem uma ordem previsível de frequência. Parece estranho, mas o mais intrigante é que isso vale para praticamente todas as línguas — e até para aquelas que ainda não conseguimos decifrar.<ul><li style="text-align:justify;">Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123460-como-a-obra-os-lusiadas-transformou-a-lingua-portuguesa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como a obra “Os Lusíadas” transformou a língua portuguesa</a></li></ul>A Lei de Zipf, identificada há cerca de 80 anos, sugere que a palavra mais usada em uma língua aparece o dobro de vezes que a segunda mais frequente, três vezes mais que a terceira, e assim por diante. Em inglês, por exemplo, "the" reina absoluta, sendo usada muito mais do que palavras como "ecumenical" ou "phubbing". E isso não é exclusividade do inglês. Línguas como mandarim, espanhol e até textos históricos, como A origem das espécies, de Charles Darwin, também obedecem a esse padrão.<h2 style="text-align:justify;">Uma lei que atravessa línguas e mistérios</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/28/28194230532193.jpg" alt="Foto de George Zipf, linguista americano criador da Lei de Zipf. (Fonte: Freeport High School/Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Foto de George Zipf, linguista americano criador da Lei de Zipf. (Fonte: Freeport High School/Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Você pode pensar que essa regularidade é apenas um truque estatístico, mas a Lei de Zipf vai além. Mesmo línguas que nunca foram decifradas, como a do Manuscrito Voynich, seguem essa regra. E isso levanta uma pergunta: por quê?<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/112076-manuscrito-voynich-nem-inteligencia-artificial-consegue-decifra-lo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Manuscrito Voynich: nem inteligência artificial consegue decifrá-lo</a></li></ul>George Zipf, o linguista que identificou esse fenômeno, tinha uma teoria. Ele acreditava que a lei era um equilíbrio entre esforço e clareza. Em outras palavras, falantes preferem palavras comuns para economizar energia, enquanto ouvintes dependem de palavras menos usadas para entender melhor o contexto. É uma espécie de dança entre eficiência e significado.Outros pesquisadores sugerem que a popularidade de certas palavras aumenta com o tempo, criando um "efeito bola de neve". Mas, mesmo com essas hipóteses, ninguém conseguiu explicar de forma definitiva por que as palavras seguem essa ordem tão exata. "É curioso que palavras variem tanto em frequência, e mais ainda que sigam uma regra matemática tão precisa," reflete um estudo sobre o tema.<h2 style="text-align:justify;">E o que isso significa para nós?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/28/28194605781196.jpg" alt="A Lei de Zipf se aplica a qualquer texto longo, até mesmo às obras de Shakespeare. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>A Lei de Zipf se aplica a qualquer texto longo, até mesmo às obras de Shakespeare. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Se tudo isso já não fosse estranho o suficiente, a Lei de Zipf pode ser aplicada em qualquer texto longo — incluindo os seus. Quer testar? Pegue um texto que você escreveu, coloque em um analisador de distribuição de palavras, e veja se ele segue a regra. Spoiler: provavelmente vai seguir. Até Shakespeare, com sua obra-prima Hamlet, não escapou dessa previsibilidade linguística.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127932-peca-perdida-de-shakespeare-esta-desaparecida-ha-420-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peça perdida de Shakespeare está desaparecida há 420 anos</a></li></ul>Essa regularidade levanta questões intrigantes sobre a nossa relação com a linguagem. Por que somos tão previsíveis até na escolha de palavras? Será que isso reflete como nosso cérebro organiza informações, ou seria um reflexo das interações sociais ao longo do tempo? Até agora, nenhuma explicação conseguiu desvendar completamente o mistério. Como descreve um estudo sobre o tema: "Essa lei é uma propriedade peculiar da linguagem humana e permanece sem uma explicação definitiva."No fim, a Lei de Zipf nos lembra que, por mais criativos que tentemos ser, existe uma ordem oculta nas nossas palavras. Essa descoberta é tanto um desafio para linguistas quanto uma oportunidade para pensarmos sobre a eficiência e os limites da comunicação humana. Afinal, mesmo em nossa imprevisibilidade, parece que seguimos regras que nem sabíamos que existiam.

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Lei de Zipf: o que é a regra matemática que quase todas as línguas seguem?

O termo reflete o impacto da cultura online e levanta questões sobre saúde mental na era digital.

Você já se sentiu perdido após horas rolando pela internet, assistindo a vídeos aleatórios e tentando entender aquelas tendências malucas? Pois bem, a Oxford Languages escolheu a palavra brain rot (ou "podridão cerebral", em tradução livre) como a Palavra do Ano de 2024, e o termo reflete bem esse sentimento.Mas, o que transformou um termo aparentemente simples em um retrato tão poderoso da nossa realidade digital?<h2>O significado de brain rot</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/04/04155025074157.jpg" alt="É como se sua mente estivesse apodrecendo, perdida em vídeos e conteúdos sem sentido. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>É como se sua mente estivesse apodrecendo, perdida em vídeos e conteúdos sem sentido. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Brain rot é aquela sensação de que sua mente está apodrecendo, ou, pelo menos, enfraquecendo, devido ao consumo excessivo de conteúdo superficial. Se você já passou horas assistindo vídeos bobos no TikTok ou no YouTube, provavelmente já sentiu essa sensação.Curiosamente, sua origem remonta a 1854, quando o filósofo Henry David Thoreau o usou para criticar a superficialidade intelectual de sua época. Em 2024, o uso do termo disparou, com um aumento de 230% em relação ao ano anterior, mostrando que as pessoas estão começando a perceber como a cultura digital pode afetar nossa saúde mental, especialmente entre os mais jovens.Hoje, a expressão é mais associada ao impacto das redes sociais, que, embora divertidas, muitas vezes nos fazem desconectar da realidade. Não é raro ver vídeos hilários que ganham popularidade, e geram gírias estranhas e sem sentido. É a "podridão cerebral" em ação!Mas não é só uma questão de humor. Segundo especialistas, o vício digital e os efeitos negativos do tempo excessivo em frente às telas afetam nossa cognição e bem-estar psicológico.<ul><li>Veja:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/5-efeitos-que-o-excesso-de-telas-causa-no-seu-corpo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 efeitos que o excesso de telas causa no seu corpo</a></li></ul><h2>A escolha da ‘Palavra do Ano’ e seu impacto social</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/04/04155306981158.jpg" alt="'Brain rot' reflete a crescente preocupação sobre o impacto das redes sociais e conteúdo superficial em nossas vidas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Brain rot reflete a crescente preocupação sobre o impacto das redes sociais e conteúdo superficial em nossas vidas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Todo ano, a Oxford Languages faz um estudo detalhado das tendências linguísticas e escolhe a Palavra do Ano. Em 2024, o resultado foi claro: 37 mil pessoas votaram, e brain rot se destacou como o reflexo de uma crescente preocupação com o consumo digital excessivo.<ul><li>Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121566-entenda-os-impactos-da-cultura-das-redes-sociais-no-seu-cerebro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Entenda os impactos da cultura das redes sociais no seu cérebro</a></li></ul>Casper Grathwohl, presidente da Oxford Languages, explicou que o termo simboliza como o consumo de conteúdo trivial está afetando nossas vidas, principalmente durante o tempo livre. Essa escolha também reflete a evolução da linguagem na era digital.Em 2023, por exemplo, a palavra vencedora foi "rizz", usada para descrever carisma ou confiança. Como vimos, as comunidades online continuam a moldar novas expressões, muitas vezes sem nos darmos conta.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128200-rizz-o-que-significa-a-palavra-do-ano-2023-escolhida-por-oxford.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rizz: o que significa a palavra do ano 2023 escolhida por Oxford?</a></li></ul>Embora brain rot seja geralmente usada de forma descontraída, ela levanta questões sérias. Como podemos encontrar um equilíbrio entre o entretenimento digital e a nossa saúde mental? Esse é um debate relevante, especialmente para crianças e jovens, que estão mais expostos a essas influências.À medida que a internet continua a moldar nossas vidas e comportamentos, é fundamental aprender a usá-la de forma equilibrada, aproveitando seus benefícios sem prejudicar nossa saúde mental.

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"Brain rot" é a palavra do ano de acordo com Oxford. Você sabe o que significa?

Descubra como o aprendizado de idiomas transforma o cérebro e ajuda em habilidades que vão além da comunicação.

Aprender um novo idioma pode parecer desafiador, especialmente se você já passou daquela fase da infância em que absorvemos tudo como esponjas. Mas, o que você talvez não saiba é que, além de abrir portas para novas culturas e amizades, aprender uma segunda língua é como uma academia para o cérebro!<h2>Efeitos cognitivos e emocionais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/30/30175238083138.jpg" alt="Aprender um novo idioma fortalece o cérebro e traz agilidade mental. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Aprender um novo idioma fortalece o cérebro e traz agilidade mental. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Quando você estuda um idioma estrangeiro, seu cérebro passa por uma espécie de “musculação mental”. Afinal, aprender uma nova língua é mais do que só memorizar palavras e regras gramaticais, é interpretar contextos e pensar rápido para comunicar ideias.Isso ajuda a construir conexões neurais mais densas, aumentando a chamada “massa cinzenta”, e melhora a comunicação entre diferentes regiões cerebrais através da “substância branca”. Traduzindo: seu cérebro fica mais ágil e resistente.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122947-a-evolucao-cerebral-e-seu-papel-nas-suas-conexoes-neurais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A evolução cerebral e seu papel nas suas conexões neurais</a></li></ul>Além disso, já reparou que, dependendo do idioma, você sente que até muda um pouco sua personalidade? Essa “nova identidade” que criamos quando aprendemos outra língua é, na verdade, o nosso cérebro se adaptando a pensar em outro idioma.Por fim, as pessoas que falam mais de uma língua tendem a tomar decisões mais racionais quando pensam em seu segundo idioma. É como se o processo ajudasse a desligar aquelas distrações emocionais que, às vezes, atrapalham.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121446-ser-bilingue-muda-a-arquitetura-do-cerebro-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ser bilíngue muda a arquitetura do cérebro, segundo estudo</a></li></ul><h2>Outros benefícios surpreendentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/30/30175758569141.jpg" alt="O aprendizado de um novo idioma fortalece a memória e aumenta a atenção. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O aprendizado de um novo idioma fortalece a memória e aumenta a atenção. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mas os benefícios vão além do raciocínio: aprender uma nova língua pode melhorar consideravelmente a memória. Como qualquer habilidade, a prática leva à perfeição, e no caso de um idioma, isso significa memorização e recall constantes para lembrar de vocabulário, estruturas gramaticais e expressões idiomáticas.Com o tempo, essa prática regular turbina a memória de curto e longo prazo, ajudando até em outras tarefas do dia a dia. É como ter um up mental, uma capacidade aumentada para se lembrar dos detalhes da reunião de trabalho ou da lista de compras.<ul><li>Conheça também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-cerebro-decide-quais-lembrancas-manter-na-mente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como o cérebro decide quais lembranças manter na mente?</a></li></ul>E não para por aí. Aprender uma língua exige foco, especialmente quando você se esforça para entender e conversar sem cair nas distrações. Depois de uma semana de estudos intensos, você começa a perceber que está mais atento e alerta. E esse aumento no foco vale para todas as idades.Embora o caminho possa ser desafiador, o esforço vale a pena. Então, por que não dar uma chance a esse novo idioma que sempre despertou sua curiosidade? Além de se tornar mais apto a lidar com as adversidades da vida, você poderá se surpreender com uma versão mais inteligente e resiliente que emergirá no processo!

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Aprender um novo idioma pode deixar você mais inteligente! Entenda como

Livro analisa de que forma as novas tecnologias de comunicação podem modificar a linguagem tal qual a conhecemos.

Hoje convivemos com muitas inovações tecnológicas que causam efeitos nas nossas formas de comunicação. Podemos pensar nas interfaces cérebro-computador, na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-os-seres-humanos-nao-confiam-totalmente-na-inteligencia-artificial" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inteligência artificial</a> (IA), nos chatbots, nas mensagens de texto com preenchimento automático. Tudo isso pode estar modificando a linguagem tal qual a conhecemos.Mas quão profundas serão essas mudanças – e quais são elas? Muitos linguistas estão se debruçando sobre essas questões. O professor Philip Seargeant é um deles. Em seu livro recém lançado, chamado The Future of Language, ele reflete sobre como as mudanças podem estar criando (ou até extinguindo) a nossa linguagem falada.<h2>Para onde vai a nossa comunicação?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/29/29200215004002.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>A linguagem possibilita que os humanos deem forma e nome às coisas que os cercam. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para começar, é preciso definir o que se entende por linguagem. Alvo de estudo em várias áreas, que vão da linguística à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126946-psicanalise-e-pseudociencia-livro-reacende-a-polemica-sobre-a-teoria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">psicanálise</a>, a linguagem pode ser compreendida como um sistema estruturado de comunicação que envolve a gramática (as regras) e o vocabulário (as palavras usadas para sustentar nossas ideias).É por meio dela que transmitimos os nossos significados e as formas pelas quais compreendemos o mundo. Com ela atendemos nossas necessidades mais básicas (como alguém que comunica que está com fome), mas também tentamos dar forma aos nossos sentimentos mais complexos.Philip Seargeant explica que a linguagem vai muito além de transmitir uma mensagem para alguém. "Claro, é um meio de transmitir informações de uma pessoa para outra, mas isso é realmente apenas uma parte dela. A linguagem está ligada à maneira como organizamos a sociedade e nossos <a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/relacionamento" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relacionamentos</a>, como apresentamos nossa identidade e como entendemos as identidades de outras pessoas", afirmou ao portal Live Science.Por isso, é preciso ter em mente que <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122552-como-as-linguagens-mudaram-nos-ultimos-200-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">linguagem</a> vai além da transmissão de dados. Por isso, quando as tecnologias entram nessa conta, as mudanças são bastante profundas.<h2>O futuro da linguagem e das tecnologias de comunicação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/29/29195830850000.jpg" alt="O linguista Philip Seargeant, autor de The Future of Languagem. (Fonte: Philip Seargeant / Divulgação)"><figcaption>O linguista Philip Seargeant, autor de The Future of Language. (Fonte: Philip Seargeant / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Em The Future of Language, Philip Seargeant retoma o mito da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117638-torre-de-babel-algumas-evidencias-de-que-o-monumento-existiu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Torre de Babel</a>, a história bíblica que fala que um grupo de pessoas falantes da mesma língua resolve construir uma torre para chegar ao céu. Irritado com a arrogância dos humanos, Deus confundiu a língua deles para que não mais se entendessem. Isso teria levado à criação das diferentes línguas que se espalharam pelo mundo.De acordo com Seargeant, a inteligência artificial apareceria como uma espécie de derrocada desse mito, que enxerga a diversidade linguística como algo ruim. "Parece que estamos em um ponto em que as tecnologias permitirão em breve a tradução instantânea e em tempo real entre grandes idiomas (pelo menos aqueles para os quais temos dados suficientes). A qualidade dessa tradução é muito boa; é muito funcional", explica.<div itemprop="articleBody">Mas é importante alertar que a IA não tira a função primordial da linguagem humana, que se baseia em seu dinamismo e flexibilidade – ou seja, sua capacidade de estar sempre mudando. Por isso, Seargeant discorda da posição de magnatas da tecnologia, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106206-veja-como-e-o-dia-de-elon-musk.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Elon Musk</a>, que sugerem que as interfaces cérebro-computador poderão em breve ignorar completamente a linguagem falada ou até gerar um futuro sem palavras."Acho que é apenas um pensamento falho. Será interessante ver o que acontece se isso se tornar popular e se encaixar na forma como nos comunicamos agora, mas parece que ainda está muito longe. Agora mesmo, as pessoas conseguem digitar coisas em um teclado usando suas ondas cerebrais muito lentamente", afirma.O linguista opina que, mesmo que um dia isso aconteça, e consigamos comandar máquinas por meio do pensamento, provavelmente isso não vai substituir a importância da linguagem. "A linguagem não é apenas sobre transferência de informações; a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127913-6-fatos-estranhos-e-curiosos-sobre-a-nossa-voz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">voz</a> é parte integrante de grandes aspectos de nossas vidas. Veja o canto, por exemplo — como você vai fazer isso telepaticamente? Todo o aspecto de criatividade e identidade da linguagem não parece se encaixar nesse modelo", conclui.</div>

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Qual será o futuro da linguagem humana?

alavras que soam semelhantes ou até mesmo iguais podem ser confusas para os ouvintes, e definitivamente causam dores de cabeça para os alunos mais inexperientes ou que estão aprendendo um novo idioma

Palavras que soam semelhantes ou até mesmo iguais podem ser confusas para os ouvintes, e definitivamente causam dores de cabeça para os alunos mais inexperientes ou que estão aprendendo um novo idioma. A verdade é que há várias razões pelas quais as línguas têm palavras que soam iguais, e elas são chamadas de ''palavras homófonas''.Cada língua usa apenas um subconjunto de todos os sons possíveis que a boca humana pode fazer, e cada idioma também têm regras específicas sobre onde os sons podem ser usados e como esses sons podem ser combinados em palavras. Por causa das restrições em torno da combinação de sons em palavras, e todos os muitos significados que precisamos comunicar, muitas vezes, algumas combinações acabam sendo usadas mais de uma vez!Há também casos em que frases com palavras específicas podem acabar soando como outras palavras — porque a nossa língua está puxando do mesmo conjunto de sons para formar as frases. Os falantes de inglês, por exemplo, estarão familiarizados com a confusão entre as formas escritas de their, there e they're porque, embora sejam escritas de forma diferente, e uma seja até mesmo uma contração de uma frase de duas palavras, são pronunciadas da mesma forma.Agora, se o idioma pega uma palavra emprestada de outro, na maioria dos casos os sons da outra língua são adaptados aos sons e regras de pronúncia do próprio idioma. Isso significa que mesmo que uma palavra tenha sido pronunciada originalmente de forma diferente, ela pode se tornar homófona quando os sons são ajustados. Um exemplo é a palavra ''cocktail'', do inglês, que no português foi adaptada para coquetel, já que os falantes desse idioma podem ter mais dificuldade em pronunciar a junção do ''c'' e do ''k'', por exemplo.Na verdade, isso acontece bastante: a pronúncia de uma palavra está sujeita a mudanças ao longo do tempo e dos contextos sociais em que está inserida, e mudanças diferentes podem acidentalmente fazer com que palavras que costumavam ser diferentes acabem pronunciadas da mesma forma. Mais um exemplo interessante do português é o ''vosmecê'', que com o coloquialismo de evolução da língua, virou o nosso ''você'', com o mesmo conjunto de sons, mas simplificado.Os idiomas não têm apenas regras diferenciadas sobre as pronúncias de sons individuais — também existem regras complexas sobre como combinar palavras e afixos (prefixos, sufixos e outras palavras parciais que podem ser adicionadas). Às vezes, essas combinações acabam gerando palavras com sons semelhantes!É comum também que uma única palavra tenha interpretações ou nuances ligeiramente diferentes dependendo do contexto e, com o tempo, essas diferenças sutis podem crescer e evoluir para usos bem distintos. E depois de ainda mais tempo, esses significados podem parecer não relacionados.Quando se trata do idioma que estamos aprendendo, também pode ser o caso de as palavras não serem realmente pronunciadas da mesma forma. Em vez disso, geralmente é o caso de falantes nativos ouvirem a diferença, mas os alunos ainda estão treinando seus ouvidos para perceber sutilezas que realmente parecem substanciais para os falantes do idioma. Por isso, é fato que precisa de dedicação e exposição ao idioma, além de muita prática para fazer e perceber a diferença para pegar o jeito.Na maioria dos casos, os homófonos podem ser distinguidos com base no contexto, o que significa que os alunos precisam dessa prática para desenvolver bons instintos sobre como as palavras se encaixam em frases. Então continue estudando, e use o Duolingo nessa jornada: as lições de pronúncia e entonação serão suas maiores aliadas no processo!***Com colaboração de Cindy Blanco *** Analigia Martins é colunista do Mega Curioso e diretora de Marketing no Brasil de Duolingo, a maior plataforma de aprendizado de idiomas do mundo e o aplicativo mais baixado na categoria de Educação no iTunes e na Google Play. Responsável por aumentar a notoriedade e o crescimento do Duolingo no Brasil, segundo maior mercado da empresa, a executiva tem 20 anos de experiência em marketing de serviços, especialmente na área de Educação no Brasil e nos Estados Unidos. Analigia é pós-graduada em Administração de Empresas pela Universidade Harvard e bacharel em Publicidade pela Fundação Cásper Líbero.

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Por que as línguas têm palavras que soam iguais?

Em outras línguas, você falaria as mesmas coisas de forma diferente.

Chamamos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118762-concordancia-nominal-adjetivo-com-2-ou-mais-substantivos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">substantivos</a> a categoria de palavras que designa ou nomeia seres, objetos, fenômenos, lugares, qualidades e ações, dentre outros elementos. Eles são fundamentais dentro da linguagem, pois nos possibilita nomear as coisas que conhecemos.Mas quando se muda o idioma, os substantivos também mudam, assim como as formas pelas quais eles são utilizados. Por exemplo: em certas línguas, um substantivo pode ser quantificado, enquanto em outras, não. E tudo isso os torna ainda mais surpreendentes.<h2>1. Mudanças do singular para o plural</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24202801793003.jpg" alt="(Fonte GettyImages / Reprodução)"><figcaption>No japonês, a palavra que designa maçã não pode ser quantificada. (Fonte Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No português, nós aprendemos que a maior parte dos substantivos são quantificáveis, ou seja, eles podem ser usados no singular e no plural. Afinal, uma maçã é diferente de duas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119575-6-tipos-de-macas-com-cores-que-voce-nunca-viu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maçãs</a>, certo?Acontece que, em alguns idiomas, como o japonês, os substantivos normalmente não mudam de forma no plural. Na língua nipônica, a palavra "ringo" pode designar tanto "maçã" quanto "maçãs". O que muda é o contexto.<h2>2. Nossa capacidade de contar as coisas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24202815616005.jpg" alt="(Fonte GettyImages / Reprodução)"><figcaption>As ervilhas, no inglês, estão sempre no plural. (Fonte Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em certas línguas, alguns substantivos são contáveis e outros não. Por exemplo: no português, faz sentido falar "a <a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/89241-voce-sabe-de-onde-vem-a-felicidade-cientificamente-falando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">felicidade</a>", mas "as felicidades" parece estranho. Mas essa distinção confusa também aparece em coisas que, aparentemente, seriam mais quantificáveis.No inglês, a palavra "pea", que quer dizer ervilha, não era contável. Ou seja, falava-se apenas no plural: "pea" queria dizer "as ervilhas", mas não havia nenhum termo que significasse "a ervilha". Mais tarde, surgiu o termo "pease", que ficou correspondente ao plural das ervilhas.Outra peculiaridade é a expressão "a <a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/policia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">polícia</a>". Enquanto aqui no Brasil conseguimos contabilizar (como, por exemplo, ao falar em "dois policiais"), no inglês, só se consegue falar em "the police", mesmo que haja vários policiais juntos ao mesmo tempo.<h2>3. Diferenças no uso de artigos&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24204253518016.jpg" alt="(Fonte GettyImages / Reprodução)"><figcaption>No russo, há um termo que designa, ao mesmo tempo, "livro" e "livros". (Fonte Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Na língua inglesa, existe penas um artigo definido, o "the", que é usado diante de substantivos no singular e no plural. Ou seja, você deve dizer tanto "the clock" (o relógio) quanto "the clocks" (os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121205-relogio-de-sol-entenda-por-que-ele-foi-uma-revolucao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relógios</a>). No português, os artigos definidos são vários e mudam conforme o gênero da palavra e se ela está no singular ou plural: diz-se "o chinelo", "as batatas", "os livros".Já no russo, as coisas são bem mais confusas. A palavra "книга" (knigu) pode designar tanto “um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/20-livros-incriveis-selecionados-pelo-mega-curioso-com-aquele-precinho-que-todo-mundo-pode-comprar" rel="noopener noreferrer" target="_blank">livro</a>”, “o livro” ou apenas “livro”. A resposta certa vai ser determinada, mais uma vez, pelo contexto do uso.<h2>4. Os gêneros das palavras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24204341320019.jpg" alt="Na cultura hispânica, o seu sorriso é uma palavra feminina. (Fonte GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Na cultura hispânica, o seu sorriso é descrito por uma palavra feminina. (Fonte Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As palavras também se alteram nas diferentes línguas em relação aos seus gêneros. Como a relação que temos com elas é muito viva, pode ser até difícil entender, por exemplo, que alma, que para nós é uma palavra feminina, é um termo masculino no espanhol ("el alma"). Da mesma forma o nosso sorriso, no masculino, em espanhol é chamado de "la sonrisa".

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4 formas pelas quais os substantivos mudam nas diferentes línguas

Não foi sempre que os nativos do Brasil foram chamados de brasileiros.

O Brasil é um país muito rico etnicamente. Habitado originalmente por <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127624-explorando-raizes-descubra-os-povos-originarios-de-sua-regiao-no-mundo-todo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grupos indígenas</a>, ele passou a ser colonizado por portugueses com a chegada deles por aqui em 1500. Nos séculos seguintes, nosso país receberia imigrantes de muitos continentes, como a Europa, a África e a Ásia.Isso tudo nos tornou uma nação multirracial e multicultural, em que a mistura nos torna complexos e interessantes. Mas por que será que somos chamados de "brasileiros", e não outro termo, como "brasilianos"?<h2>Como surgiu o termo "brasileiro"?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24205420900025.jpg" alt="Originalmente, os brasileiros eram os comerciantes de pau-brasil. (Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Originalmente, os brasileiros eram os comerciantes de pau-brasil. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A palavra "brasileiro" designa toda e qualquer pessoa que nasceu no Brasil. Mas o sentido atual era diferente no passado. Entre os séculos XVI e XVIII, chamava-se de brasileiro os indivíduos que trabalhavam com o comércio da <a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/102494-9-curiosidades-sobre-o-pau-brasil-a-arvore-que-da-nome-ao-nosso-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">árvore pau-brasil</a>.&nbsp;Era, portanto, um termo ligado à profissão: quem vivia da venda da pimenta, era chamado de pimenteiro, das pedras, era pedreiro, e assim por diante. É interessante lembrar que o sufixo "eiro" é comumente usado em outras palavras ligadas a profissões, como "padeiro", "carpinteiro", "jardineiro", "relojoeiro" e "engenheiro".De acordo com o professor Arnaldo Rodrigues Menecozi, se as regras gramaticais tivessem se mantido intactas, os nativos do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121238-6-biomas-do-brasil-que-tornam-nosso-pais-um-lugar-incrivel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Brasil</a> seriam chamados de "brasiliensis" ou "brasilienses". E é por isso que, para outros países, parece mais normal o uso desse termo do que "brasileiro". Curiosamente, os franceses nos chamam de bresilien, os ingleses, de Brazilian, e os italianos, de brasilianos.<h2>Como nos tornamos brasileiros?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24211029562026.jpeg" alt="(Fonte: USP / Reprodução)"><figcaption>O jornal Correio Braziliense usava esse termo para designar os nativos do Brasil. (Fonte: USP / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O mais engraçado é nós mesmos usamos frequentemente os sufixos "ano" para apontar nativos de outros países, como o italiano, o peruano, o boliviano, o venezuelano, o equatoriano e o norte-americano.Inicialmente, havia uma distinção entre os "brasilienses" e os "brasileiros". Além dos comerciantes de pau-brasil, entendia-se que os brasileiros eram os portugueses que residiram no Brasil e que depois voltaram ricos para sua pátria original. Já a pessoa nativa dessas terras era considerada "braziliense".No ano de 1808, circulava na Inglaterra um jornal chamado <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119330-privatizacao-dos-correios-saiba-mais-sobre-esse-assunto-polemico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Correio Brazilense</a>, que era feito na Europa pelo jornalista Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça e depois enviado ao Brasil com notícias do que ocorria por aqui. Por conta disso, ele foi considerado o primeiro jornal brasileiro, ainda que fosse impresso em Londres. O jornal foi editado por 14 anos e 7 meses, com uma pontualidade invejável.Só que, caso o jornal tivesse sido publicado nos dias de hoje, ele seria provavelmente chamado de "Correio Brasileiro". Isso acontece porque o termo brasileiro ainda não era usado nessa época para designar os nativos do Brasil. Para <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122714-9-livros-importantes-para-entendermos-a-independencia-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hipólito da Costa</a>, toda pessoa natural do Brasil deveria ser chamada de brasiliense; o português ou o estrangeiro estabelecido aqui, era o brasileiro; e o indígena, era o brasiliano. Com o tempo, todas essas palavras se uniram e brasileiro se tornou a regra, acabando com a confusão trazida pelas variantes.

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