Por que as línguas têm palavras que soam iguais?

06/09/2024 às 03:002 min de leituraAtualizado em 06/09/2024 às 03:00

Palavras que soam semelhantes ou até mesmo iguais podem ser confusas para os ouvintes, e definitivamente causam dores de cabeça para os alunos mais inexperientes ou que estão aprendendo um novo idioma. A verdade é que há várias razões pelas quais as línguas têm palavras que soam iguais, e elas são chamadas de ''palavras homófonas''.

Cada língua usa apenas um subconjunto de todos os sons possíveis que a boca humana pode fazer, e cada idioma também têm regras específicas sobre onde os sons podem ser usados e como esses sons podem ser combinados em palavras. Por causa das restrições em torno da combinação de sons em palavras, e todos os muitos significados que precisamos comunicar, muitas vezes, algumas combinações acabam sendo usadas mais de uma vez!

Há também casos em que frases com palavras específicas podem acabar soando como outras palavras — porque a nossa língua está puxando do mesmo conjunto de sons para formar as frases. Os falantes de inglês, por exemplo, estarão familiarizados com a confusão entre as formas escritas de their, there e they're porque, embora sejam escritas de forma diferente, e uma seja até mesmo uma contração de uma frase de duas palavras, são pronunciadas da mesma forma.

Agora, se o idioma pega uma palavra emprestada de outro, na maioria dos casos os sons da outra língua são adaptados aos sons e regras de pronúncia do próprio idioma. Isso significa que mesmo que uma palavra tenha sido pronunciada originalmente de forma diferente, ela pode se tornar homófona quando os sons são ajustados. Um exemplo é a palavra ''cocktail'', do inglês, que no português foi adaptada para coquetel, já que os falantes desse idioma podem ter mais dificuldade em pronunciar a junção do ''c'' e do ''k'', por exemplo.

Na verdade, isso acontece bastante: a pronúncia de uma palavra está sujeita a mudanças ao longo do tempo e dos contextos sociais em que está inserida, e mudanças diferentes podem acidentalmente fazer com que palavras que costumavam ser diferentes acabem pronunciadas da mesma forma. Mais um exemplo interessante do português é o ''vosmecê'', que com o coloquialismo de evolução da língua, virou o nosso ''você'', com o mesmo conjunto de sons, mas simplificado.

Os idiomas não têm apenas regras diferenciadas sobre as pronúncias de sons individuais — também existem regras complexas sobre como combinar palavras e afixos (prefixos, sufixos e outras palavras parciais que podem ser adicionadas). Às vezes, essas combinações acabam gerando palavras com sons semelhantes!

É comum também que uma única palavra tenha interpretações ou nuances ligeiramente diferentes dependendo do contexto e, com o tempo, essas diferenças sutis podem crescer e evoluir para usos bem distintos. E depois de ainda mais tempo, esses significados podem parecer não relacionados.

Quando se trata do idioma que estamos aprendendo, também pode ser o caso de as palavras não serem realmente pronunciadas da mesma forma. Em vez disso, geralmente é o caso de falantes nativos ouvirem a diferença, mas os alunos ainda estão treinando seus ouvidos para perceber sutilezas que realmente parecem substanciais para os falantes do idioma. Por isso, é fato que precisa de dedicação e exposição ao idioma, além de muita prática para fazer e perceber a diferença para pegar o jeito.

Na maioria dos casos, os homófonos podem ser distinguidos com base no contexto, o que significa que os alunos precisam dessa prática para desenvolver bons instintos sobre como as palavras se encaixam em frases. Então continue estudando, e use o Duolingo nessa jornada: as lições de pronúncia e entonação serão suas maiores aliadas no processo!

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Com colaboração de Cindy Blanco
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Analigia Martins é colunista do Mega Curioso e diretora de Marketing no Brasil de Duolingo, a maior plataforma de aprendizado de idiomas do mundo e o aplicativo mais baixado na categoria de Educação no iTunes e na Google Play. Responsável por aumentar a notoriedade e o crescimento do Duolingo no Brasil, segundo maior mercado da empresa, a executiva tem 20 anos de experiência em marketing de serviços, especialmente na área de Educação no Brasil e nos Estados Unidos. Analigia é pós-graduada em Administração de Empresas pela Universidade Harvard e bacharel em Publicidade pela Fundação Cásper Líbero.

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