Ciência
31/10/2014 às 05:24•2 min de leitura
Com suas centenas de milhões de anos de idade, a Terra já passou por diversos eventos que alteraram significativamente as formas de vida que habitam o seu solo e os seus oceanos – sendo que nós, seres humanos, só estamos aqui há pouquíssimo tempo.
Cientistas dizem que nosso mundo já passou por cinco momentos de extinção em massa; o pior deles aconteceu 250 milhões de anos atrás e dizimou 96% das espécies aquáticas e 70% das espécies terrestres.
E, infelizmente, os cientistas dizem que estamos nos aproximando de um sexto evento de extinção em massa, que eles acreditam que pode eliminar ainda mais espécies da Terra – e talvez nós mesmos. As mudanças climáticas, as destruições de habitats naturais e as migrações de animais para áreas onde possam sobreviver estão fazendo com nosso mundo seja lentamente modificado, porém de modo bastante perigoso.
De acordo com um relatório do IPCC já em 2007, foi estimado que 20% a 30% das plantas e dos animais devem enfrentar um alto risco de extinção em um futuro próximo se a Terra continuar a esquentar como hoje. No livro "A Sexta Extinção", a pesquisadora Elizabeth Kolbert discorre sobre como não é normal para nós seres humanos testemunharmos espécies serem extintas no decorrer de nossas vidas – e como isso tem acontecido frequentemente.
Segundo as estimativas atuais, o próximo evento de extinção em massa pode ocorrer nos próximos 60 mil anos – e nós mesmos já estamos preparando o terreno para ele. Supostamente, os animais não eram para estar se extinguindo tão rapidamente e o número de espécies que entram à beira da extinção é cada vez maior.
De acordo com Kolbert, as mudanças químicas dos oceanos é um dos fatores mais alarmantes e que pode desencadear um processo de extinção em massa (os corais são extremamente sensíveis às mínimas alterações de temperatura).
Um terço do dióxido de carbono liberado no ar pelos seres humanos é retido pelos oceanos e posteriormente é transformado em ácido, de modo que pode desestabilizar os animais aquáticos. "Quando as pessoas tentam reconstruir as histórias dos oceanos, é estimado que o que nós estamos fazendo com os mares tem o potencial para gerar mudanças de magnitudes que não foram vistas em 300 milhões de anos. E as mudanças químicas nos oceanos estão associadas às piores crises de extinção da história", comentou Kolbert.
Com base nas espécies que sobreviveram às últimas extinções em massa, os cientistas estão tentando prever quais são os animais que possuem mais chances de sobreviver a um processo do tipo. De acordo com Kolbert, espécies que estão distribuídas massivamente e que possuem várias ramificações são as que possuem mais chances de permanecer vivas depois de um período de extinção em massa – tudo depende de como elas agirão para sobreviver e se se adaptarão rapidamente ou não.
Como já mencionado, cientistas em geral acreditam que aproximadamente 20% ou 30% das espécies estão ameaçadas com o aumento em 2°C de temperatura da Terra, enquanto outros pesquisadores acreditam que esses modelos climáticos não são tão precisos – e que esse quadro pode não ser tão alarmante, apesar dos fatos.
Existem outros fatores que também contribuíram para o desequilíbrio do mundo, como quando os europeus navegaram para outros países e introduziram espécies nativas da Europa em regiões que elas não pertenciam – o que bagunçou as cadeias de alimentação de muitos locais. Por mais sutis que sejam as mudanças perceptíveis aos nossos olhos, elas estão ocorrendo, e de modo muito mais acelerado e preocupante do que podemos imaginar.