Artes/cultura
29/08/2016 às 06:13•2 min de leitura
Segundo a teoria do Big Bang, a mais aceita entre os cientistas para explicar o surgimento do Universo, há cerca de 13,8 bilhões de anos, ocorreu uma imensa explosão que levou à origem do cosmos e, eventualmente, de tudo o que existe nele. Além disso, ainda segundo essa teoria, desde aquela explosão primordial, o espaço continua se expandindo em todas as direções — e cada vez mais depressa.
Desde que a teoria do Big Bang foi proposta, os físicos inclusive conseguiram detectar uma luz incrivelmente brilhante que só começou a se dissipar há cerca de 378 mil anos depois da grande explosão. Esse evento cósmico recebeu o nome de “recombinação” e marca o momento em que as partículas liberadas no Big Bang se resfriaram o suficiente para começar a formar os primeiros átomos.
De acordo com Dave Mosher, do portal IFLScience, há pouco mais de uma década, em 2003, um grupo de físicos liderados pelo norte-americano J. Richard Gott III, com base em variáveis como a expansão e a recombinação, calculou que o Universo observável conta com um raio aproximado de 45,66 bilhões de anos-luz.
Explosão no nada
Na época, essa estimativa foi calculada com base em dados coletados por um satélite chamado WMAP, que foi usado para mapear o “brilho” produzido durante o Big Bang. Entretanto, desde então, outros equipamentos mais avançado conduziram mapeamentos muito mais precisos e refinados do Universo — e, agora, um novo cálculo foi conduzido.
A nova estimativa foi conduzida pelos físicos Paul Halpern e Nick Tomasello, da Universidade das Ciências, situada na Filadélfia, e teve como base dados obtidos através do satélite Planck, da Agência Espacial Europeia. Depois de fazer suas continhas, os cientistas concluíram que o Universo observável é 0,7% menor do que se pensava — e que ele conta com um raio de 45,34 bilhões de anos-luz.
Ilustração que mostra o Universo observável
Você achou a diferença irrelevante? Em termos astronômicos, 320 milhões de anos-luz realmente são pouca coisa e, conforme explicaram Halpern e Tomasello, essa diferença torna o cosmos um pouquinho mais compacto e “aconchegante”. Entretanto, os físicos também explicaram que algumas coisas, entre elas os neutrinos — partículas subatômicas incrivelmente difíceis de detectar — poderiam aumentar o limite do Universo.
Segundo explicaram, os neutrinos são capazes de viajar através da matéria comum e, portanto, existe a possibilidade de que eles tenham ultrapassado o limite marcado pela recombinação. Isso significa que essas partículas, além de possivelmente permitirem que possamos ter a visão mais antiga do surgimento do Universo, elas poderiam aumentar seu limite para 46,31 bilhões de anos-luz. Pena que os neutrinos sejam tão difíceis de observar!