Artes/cultura
05/08/2018 às 02:00•4 min de leitura
Provavelmente você já deve ter passado por uma intoxicação alimentar, uma virose e até uma infecção por um parasita alguma vez na vida. Apesar de causarem muito mal-estar, vômitos e diarreias, muitas dessas doenças são curadas rapidamente com uma dieta leve e hidratação adequada.
No entanto, existem alguns parasitas e bactérias patogênicas que podem causar efeitos “catastróficos” no seu organismo. O que há de comum em todos eles é que são transmitidos por água ou alimentos contaminados.
Por isso é tão importante termos o máximo de cautela com o que comemos e bebemos. Se você já era um tanto cuidadoso nessa questão, os itens abaixo podem te deixar um pouquinho mais atento, o que pode ser ótimo para a sua saúde. Confira.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
A amebíase é semelhante a uma “diarreia de viajante” (que é bacteriana, sendo muito comum em turistas que visitam países como a Índia e a Indonésia). Porém, a amebíase é muito pior. Assim como a diarreia, você adquire a amebíase comendo ou bebendo algo contaminado com material fecal.
Essa doença é causada por uma ameba chamada E. histolytica, que entra no seu trato digestivo como um minúsculo ovo. A passagem pelo ambiente ácido do estômago induz a sua transformação já no intestino numa forma amébica que rapidamente divide-se em oito trofozoítos, também amébicos. Neste ponto, eles atacam a mucosa que reveste os órgãos e podem chegar a “cavar” a parede intestinal, onde começam a secretar enzimas que quebram as proteínas do tecido.
Uma vez que a parede intestinal é suficientemente dissolvida, as amebas se alimentam do muco resultante e começam a reprodução, espalhando o mal cada vez mais. A doença pode ser branda ou extremamente dolorosa quando o quadro se complica, sendo responsável por cerca de 100 mil mortes no mundo inteiro. A patologia é tratada com antibióticos.
Fonte da imagem: Shutterstock
A ciguatera é uma forma de intoxicação alimentar causada pelo consumo de peixes que tenham bioacumulado a ciguatoxina. Essa substância é produzida por um tipo de plâncton chamado de dinoflagelado, que serve de alimento para outros seres marinhos e para os peixes consequentemente.
Depois de comer um peixe contaminado, a toxina já começa a fazer efeito após duas horas, quando náuseas e cólicas começam a aparecer. Algumas vezes, a intoxicação não passa disso e a pessoa se recupera rápido. Porém, se o contaminado tiver um organismo mais suscetível, a toxina pode migrar para o sistema nervoso, causando tonturas, formigamento e falta de ar.
Taquicardia também pode acontecer, além da falha geral dos processos neurológicos. Um dos exemplos de sintomas mais estranhos que essa doença causa é uma reversão de sua percepção de quente e frio. O que é gelado vai parecer que está queimando e vice-versa.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons
A criptosporidiose é uma infecção parasitária geralmente transmitida por água contaminada e alimentos não higienizados corretamente. A doença é causada pelo protozoário do filo Apicomplexa, gênero Cryptosporidium, e se aloja no sistema digestivo. Os protozoários entram no corpo como cistos microscópicos que depois eclodem nos intestinos.
Lá, eles se instalam entre as vilosidades — que são como uma “floresta” de pequenos tentáculos, semelhantes a dedos, que revestem o interior do intestino e absorvem os nutrientes dos alimentos. A partir desse “alojamento”, os protozoários começam a corroer esse tecido, que acaba ficando “liso”, causando diarreia intensa e perda das enzimas digestivas.
Em pessoas com a imunidade normal a doença pode ter efeito brando, se manifestando como uma gastroenterite com vômitos e diarreia, e a cura ocorre de modo espontâneo. O problema é quando a doença ataca pessoas com a imunidade baixa, como os portadores do vírus da AIDS. Nesses indivíduos, a infecção é bem mais violenta e pode levar à morte.
Fonte da imagem: Reprodução/Mashable
Quem nunca comeu uma maionese suspeita e depois ficou com medo de adquirir uma bela intoxicação por salmonela? Essa é uma das bactérias patogênicas mais conhecidas do mundo, sendo frequente em alimentos mal cozidos e ovos. Geralmente, ela acomete o sistema digestivo, causando dores, vômitos e diarreias, sintomas que duram alguns dias, mas depois ocorre a cura espontânea com o tratamento adequado.
O problema maior é quando a salmonela quer dar uma passeada pelo seu corpo, saindo do sistema digestivo e migrando para a medula e para os ossos, causando osteomielite. Geralmente, as bactérias se direcionam para os ossos da perna, que têm um suprimento bom de sangue.
Uma vez nos ossos, uma onda de glóbulos brancos chega para expulsar a ameaça e começa a liberar enzimas que quebram as células, transformando-as em fluido. O resultado são bolsos grossos de pus onde antes havia osso. A partir desse efeito, a salmonela não sobrevive mais nesse meio e morre, mas deixa um rastro de estrago.
Fonte da imagem: Reprodução/Gizmodo
Se você já precisava de um motivo para lavar as frutas e legumes antes de comê-los, aqui está mais um. O Cryptococcus neoformans é um fungo encontrado no mundo inteiro na própria terra, mas também é bem conhecido como o fungo do pombo, que é um transmissor em potencial.
O fungo entra no seu corpo através do sistema respiratório, enviando uma nuvem de basidiósporos em seus pulmões e vias nasais. A doença começa a se manifestar com uma tosse seca, seguida de febre e algumas das dores de cabeça mais intensas de sua vida. O fungo se espalha e libera toxinas na corrente sanguínea.
Depois de um tempo, o fungo se espalha para o sistema nervoso central, criando leveduras ao longo da medula espinhal que tecem seu caminho até o tronco cerebral. Ali, o fungo se propaga ao longo suas meninges, as finas camada de tecido que recobrem o cérebro. Com isso, a infecção afeta os processos neurológicos, produzindo alucinações, fotofobia, náuseas e encefalite.
Fonte da imagem: Reprodução/List Verse
Causada pelo parasita nematódeo Trichinella, que vive mais comumente nos porcos, a doença é transmitida por carne suína crua ou mal cozida. Depois de se alojarem nos intestinos, as larvas desse parasita vão para a corrente sanguínea e gostam de “fixar residência” em células musculares estriadas, como as existentes na musculatura da língua humana, onde elas formam colônias.
*Publicado originalmente em 13/01/2014.
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