Ciência
19/09/2016 às 09:10•2 min de leitura
Girafas: se você pensar nelas, vai achar que sabe o suficiente sobre este animal adorável. Mas os cientistas acabam de fazer uma grande descoberta: não existe uma, mas sim quatro espécies de girafa. Acredita nisso?
É como a diferença entre o urso-polar e o urso-pardo. Agora, a história desse mamífero será reescrita.
Segundo Julian Fennessy, pesquisador-chefe do estudo, as espécies se separaram há 1 ou 2 milhões de anos. Até então, as girafas eram classificadas em uma única espécie, a Giraffa camelopardalis, e, dentro dela, haviam nove subespécies, que eram catalogadas de acordo com as características da base populacional, incluindo a coloração e a padronização.
Porém, essas novas pesquisas mudaram tudo e estes animais agora são classificados em quatro grupos distintos:
Girafa do sul (Giraffa giraffa)
Girafa Masai (G. tippelskirchi)
Girafa reticulada (G. reticulata)
Girafa do norte (G. camelopardalis), incluindo a girafa-núbia (G. c. camelopardalis) como uma subespécie relacionada.
Esta descoberta só foi possível depois da primeira análise genética abrangente das girafas, o que levou nada menos do que sete anos. A equipe responsável coletou amostras de aproximadamente 200 animais que pertenciam às nove subespécies conhecidas.
Através dos sete marcadores genéticos diferentes, do DNA mitocondrial, que é aquele que a mãe passa aos filhos, e das amostras de tecido, eles puderam comparar os resultados e descobrir que as diferenças apontavam para quatro espécies tão distintas que não parecem se reproduzir umas com as outras.
Além de ser uma descoberta surpreendente, estes dados nos dão uma nova compreensão sobre as girafas, principalmente em relação ao risco de extinção das espécies. Nos últimos 30 anos, a população mundial de girafas na África caiu de 150 mil para 100 mil. Até então, estes números eram o suficiente para deixá-las fora da lista de espécies ameaçadas.
Porém, com a nova classificação, foi diagnosticado que as girafas não estão recebendo tanto cuidado quanto elefantes e rinocerontes africanos, por exemplo. Para que você possa entender, a girafa reticulada (G. reticulata) tem menos de 8,7 mil indivíduos e a girafa do norte (G. camelopardalis) está em situação ainda pior: são apenas 4.750 animais.
Com isso, foi possível concluir que, separando as espécies das girafas, temos alguns dos grandes mamíferos mais ameaçados do mundo!
A nova recomendação é que as quatro espécies sejam tratadas de forma independente e algumas entrem para a Lista Vermelha das categorias ameaçadas.
“Espero que isso sinalize a necessidade de maior atenção sobre uma espécie que era normalmente considerada comum”, afirma Julian.