Artes/cultura
04/12/2018 às 03:00•3 min de leitura
Cientistas acreditam que a prática de enterrar excrementos está ligada a medidas de submissão e precaução, pois na vida selvagem predadores com olfato aguçado podem facilmente sentir o odor da urina e das fezes dos bichanos. Em resumo, parece se tratar de uma forma de se manter protegido. Mesmo que não existam predadores de fato na rotina de gatos domesticados, o hábito seria justificado devido à herança genética.
Por outro lado, às vezes as fezes são deixadas à mostra; nesses casos, segundo explica o pessoal do Animal Planet, o comportamento teria a ver com demarcação de território, na verdade, e seria adotado por animais mais dominantes em geral ou que se sintam superiores em determinada situação doméstica, por exemplo.
De qualquer forma, segundo o veterinário Gélson Genaro, a tão famosa noção de “higiene” atribuída aos bichanos seria apenas um mito.
Qualquer pessoa que tenha gatos sabe que o amor deles por caixas é imediato. Inclusive, é bem comum ouvir histórias de bichanos que gostaram mais das embalagens do que do brinquedo novo em si. Mas o que será que os atrai tanto nelas?
Além da vantagem clara de uma caixa funcionar como um esconderijo, o que é bastante útil se lembrarmos que gatos são predadores de emboscadas, existem outras teorias bem interessantes. No fim das contas, mais do que gostar de caixas, talvez eles precisem delas.
As famosas embalagens proporcionam conforto e segurança. Isso ficou claro em um estudo realizado pela veterinária Claudia Vinke, da Universidade de Utrecht, na Holanda, que investigou níveis de estresse em gatos de abrigos animais. Foram fornecidas caixas para um grupo de felinos recém-chegados, enquanto outro grupo permaneceu sem elas. A pesquisadora percebeu, então, uma grande diferença nos resultados entre os grupos. Os bichanos com caixas se acostumaram bem mais rápido ao novo ambiente e se mostravam mais interessados em interagir com humanos.
Uepa!
Outro ponto relevante é que caixas permitem isolamento social, algo que os felinos buscam com frequência — e é perfeitamente normal. Então, não se sinta mal com isso; provavelmente não é nada pessoal, rs.
Há, ainda, a questão da temperatura. Segundo uma pesquisa de 2006, realizada pelo Conselho Nacional de Pesquisa dos EUA, a neutralidade térmica para um gato doméstico é de 30 a 36 graus Celsius; isso significa que essa é a faixa de temperatura em que eles se sentem confortáveis e não precisam se esforçar para gerar mais calor ou focar energia em refrigeração. Vale ressaltar que essa faixa é cerca de 10 graus mais elevada que a nossa, e por isso não é difícil ver um gato bem contente pegando sol enquanto você já está sofrendo com o calor.
Existem algumas possíveis explicações para esse comportamento dos felinos, o qual pode se manifestar em diferentes superfícies, de cobertor até o braço do dono/tutor. A primeira e mais comum seria uma espécie de lembrança de filhotes, pois o movimento é idêntico ao que fazem quando mamam, como confirma um estudo de 2016 publicado no periódico Journal of Veterinary Behavior. Alguns gatos chegam até a “mamar” o cobertor enquanto amassam pãozinho.
Outra teoria é de que, durante o movimento, algumas glândulas são ativadas para secretar odor na região afofada e, desse modo, demarcar o local. Por fim, também há quem acredite que esse comportamento deriva do instinto de amaciar o local onde vão dormir antes de deitar (assim como os cães fazem), o que na vida selvagem seria algo como uma pilha de folhas, por exemplo.
De qualquer forma, nas três interpretações, o gato está em plena calma e confiança e geralmente até ronrona.
Como os gatos costumam dormir cerca de 12 a 16 horas por dia, o que quer dizer que eles passam muito tempo sem se movimentar, e, nesse período, a pressão sanguínea cai. Por isso, eles gostam de se alongar bastante pelas mesmas razões que seres humanos gostam: a prática traz bem-estar e aumenta o fluxo sanguíneo para os músculos, deixando-os prontos para qualquer atividade.
Gatos também precisam de interação e de distrações para ter uma vida agradável em nossa casa e, ao contrário do que muita gente pensa, eles podem, sim, ser adestrados. Além dos limites que você determinar na rotina diária, é possível ensinar alguns comandinhos básicos, que funcionam como formas divertidas de estimular física e mentalmente o seu gatinho e, de quebra, ainda estreitar os laços entre vocês.
Com a ajuda de um petisco de que o bichano goste bastante e respeitando os limites dele, você pode tentar ensiná-lo por indução alguns truques básicos. Confira dois dos mais comuns:
Segure o petisco com os dedos e o posicione um pouco acima do focinho. Devagar, vá levando a sua mão com o petisco para trás, de modo que ele tenha que levantar a cabeça para acompanhar. Essa será a indução para que ele se sente. Assim que ele sentar, libere o petisco como recompensa (mas cuide para ele ganhar ainda sentado; se ele se levantar, comece o processo novamente).
Com o seu gato próximo a um móvel ou uma prateleira, segure o petisco com os dedos e leve a sua mão para cima do objeto onde você quer que o seu gato suba. Assim que ele subir, recompense-o. Ensinar o DESCE é muito parecido: induza-o a descer do objeto.
Espertinho, hein!? :)
*Publicado em 20/3/2017