Estilo de vida
09/06/2017 às 04:06•3 min de leitura
Ter um cão de estimação é uma delícia, e só quem tem um cachorro para chamar de seu sabe do que estamos falando. Conhecidos merecidamente como “o melhor amigo do homem”, cachorros são criaturas extremamente inteligentes, capazes de aprender muita coisa, de demonstrar sentimentos e, inclusive, de se sentirem abandonados por donos que não conseguem entender as necessidades dos bichinhos.
Cachorros não devem ser vistos como algo que ocupa apenas uma parcela do nosso tempo – muito pelo contrário! Esses animais precisam de muito mais atenção do que recebem em muitos casos, e, por mais que seja dolorido ouvir isso, a verdade é que você mesmo pode estar dando pouca atenção ao seu bichinho.
Lançado recentemente, o vídeo “Downward Dog”, capaz de deixar a nossa garganta apertada logo no primeiro minuto, traz a perspectiva de um cachorro que, apesar de ter uma dona que o ama e se importa com ele, se sente sozinho a maior parte do tempo.
Downward Dog from Animal on Vimeo.
O cachorro, que é o narrador do vídeo, conta que sua dona passa a maior parte do tempo fora de casa, estudando e trabalhando, e que, quando retorna, os dois não têm muitos momentos felizes. Pela perspectiva do animal, percebemos alguns detalhes que nem sempre se fazem presentes.
A verdade é que muitas pessoas acreditam que amar seu cachorro é o que basta, quando não é bem assim: é preciso cuidar mesmo do animal, dedicar seu tempo a ele, levá-lo passear, brincar com ele.
Quando deixamos um cachorro sozinho em casa por longos períodos, ele se sente sempre abandonado, e muitos cães sofrem de transtornos de ansiedade e ficam mais estressados do que podemos perceber.
Segundo artigo publicado no IFL Science, os primeiros 30 minutos de um cachorro sozinho em casa são os momentos mais estressantes do dia do animal, e alguns podem ter esse nível de estresse prolongado por todo o tempo em que ficam sem a companhia de ninguém.
Cachorros nunca se acostumarão com a ausência de seus donos, e com o passar do tempo, eles começam a relacionar pequenos atos (como ir ao banheiro ou pegar a chave do carro) ao fato de que o dono vai sair. Dessa forma, sempre que a pessoa vai ao banheiro ou pega uma chave na mão, por exemplo, o cachorro passa a desencadear um processo de ansiedade nada construtivo.
A ideia de que outro cachorro pode melhorar a situação não é verdadeira, já que um cão pode ser influenciado pelo estado emocional do outro. Então, em vez de um cachorro estressado, possivelmente você teria dois.
A recomendação para que sua saída de casa seja menos traumática é a de preparar brinquedos para o cachorro, ao lado de alguns petiscos, para que, quando você sair, ele tenha algo com que se distrair logo em seguida – é o que se chama de reforço positivo, que nada mais é do que estabelecer associações agradáveis. Indica-se também fazer o mínimo de barulho possível no momento da saída, tratando o momento como algo natural.
Vale lembrar que cachorros devem ser treinados para ficar sozinhos desde que são filhotes, pois assim eles conseguirão lidar melhor com a situação o quanto antes.
Ainda que seja espantoso imaginar que um cão doméstico esteja sempre estressado, é preciso entender a perspectiva do animal, que, apesar de viver em uma casa confortável, ter comida e água, vive tentando se adaptar à rotina da pessoa que toma conta dele – e isso vai desde o horário de fazer cocô até o de comer. Cachorros têm, quase sempre, todas as suas necessidades colocadas em segundo plano.
Como disse a pesquisadora e escritora Jennifer Arnold, em declaração publicada no Psychology Today, os cachorros não têm liberdade para atender às próprias necessidades: “Em vez disso, eles devem depender da nossa benevolência pela sobrevivência”.
Faz ou não faz sentido? Cachorros dependem de nós para fazer suas necessidades, e quando os levamos passear, restringimos a área que eles podem desbravar. Cães comem quando e o que nós decidimos e, se ingerem algo que não é permitido, levam bronca. Os brinquedos que eles usam são escolhidos por nós, e as pessoas e outros animais com os quais eles interagem também são definidos por nós.
As pessoas não percebem, mas o relacionamento entre um cão e uma pessoa é bastante unilateral – nós não nos submeteríamos a esse tipo de relação com outro ser humano, pode ter certeza.
Se você está se perguntando o que poderia ser feito para melhorar o cenário, fique tranquilo: não se trata de nada muito absurdo. O ideal é sair com o seu cachorro diariamente e deixar que ele corra, que brinque, que se suje. Para manter a segurança, utilize sempre uma plaquinha de identificação com o nome dele e seu telefone de contato, assim como uma guia mais longa, para que ele explore melhor o ambiente, mas sem chance de se perder. Demonstre o amor que você sente pelo seu cão – ele não tem uma conta no Instagram para ver as fotos que você posta ao lado dele.
Ter um cachorro é um compromisso sério, e isso precisa ser repetido, sempre, para que as pessoas deixem de lado a ideia de que um cachorro, ou qualquer outro animal de estimação, é um brinquedo ou um passatempo. Cachorros são seres vivos que merecem respeito, amor e dedicação, e, se você pensa em ter um em casa, estude bem a respeito e, de preferência, adote.
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