Artes/cultura
06/01/2017 às 04:00•3 min de leitura
Já é quase verão no Hemisfério Norte e isso significa que a galera vai começar a frequentar as praias de lá. Isso significa que, daqui alguns meses, alguns canais de TV vão começar a passar os programas dedicados ao tubarões, deixando todos os frequentadores do litoral um pouco... Preocupados. Principalmente quando se trata de tubarões-brancos, tidos como os maiores predadores dos mares.
A questão é que, ao contrário da ficção, que geralmente representa os tubarões-brancos como animais ferozes e mortais – o que, de certa forma, não é bem uma mentira –, mas existem outros fatos muito interessantes sobre ele e você pode conferir alguns abaixo:
"Haaaaahahahaha!"
Tubarões-brancos, ao contrário do que se pensa, preferem evitar conflitos – pelo menos entre eles. Se não existe comida suficiente no ambiente, eles nadam entre o grupo batendo sua cauda com força na superfície da água: quem bater mais forte, fica com o rango – sem tretas, só na base do respeito.
Além disso, eles raramente atacam humanos deliberadamente: o que eles fazem é uma "mordida-teste", que consiste em morder algo para ver se é comida. Se eles perceberem que se trata de algo diferente do que estão habituados a comer, eles simplesmente abandonam, o que explica o motivo de boa parte dos ataques de tubarões não ser fatal.
Apesar de não se saber muito sobre os hábitos de reprodução dos tubarões-brancos, é sabido que a fêmea desenvolve vários ovos dentro do seu útero, mas apenas alguns deles chegam a transformar-se em pequeninos tubarões, que, por sua vez, se alimentam de outros ovos não fertilizados.
Uma curiosidade que não é exclusiva dos tubarões-brancos é o olfato extremamente apurado desses bichos: eles são capazes de sentir o cheiro de uma gota de sangue dissipada em 100 litros de água. Cada fossa nasal detecta esses aromas em tempos diferentes, o que ajuda no senso de direção dos tubarões.
Além disso, os tubarões são capazes de sentir o campo eletromagnético de outros animais. A parte curiosa é que existem fortes indícios de que tubarões sejam daltônicos.
É sabido que os grandes tubarões-brancos preferem uma vida mais solitária, mas isso não significa que eles sejam mal organizados: existe uma espécie de hierarquia social, na qual as fêmeas frequentemente são dominantes sobre os machos.
Existem alguns casos de tubarões que mordem outros como demonstração de força, mas o canibalismo em si é extremamente raro.
Os tubarões-brancos são encontrados geralmente em regiões em que a água salgada é mais quente. Isso significa que Austrália (para variar), África do Sul, Califórnia e noroeste dos Estados Unidos são local onde você poderá encontrar alguns deles.
O maior perigo para tubarões-brancos (e outras espécies em geral) é a interação humana, já que as barbatanas e os dentes deles são valiosos para algumas culturas asiáticas. Outro problema gerado pelos humanos e que acaba matando os tubarões são as redes de pesca comercial, que acabam prendendo os imensos bichos "sem querer".
Naturalmente, o único predador natural do tubarão-branco, de certa forma, é a orca, também conhecida como baleia-assassina. Ela vira o tubarão com a barriga para cima, fazendo com que ele fique imóvel e sem poder se defender, finalizando o serviço com fortes pancadas sucessivas.
Quando um tubarão-branco devora um leão-marinho por inteiro, ele pode passar até três meses sem se alimentar. Diga-se de passagem, eles não mastigam nada do que comem, já que seus dentes são serrados e destroçam suas presas em pequeninos pedaços.
Falando em dentes, os tubarões-brancos chegam a ter 300 dentes em certos momentos, mas perdem 1.000 durante toda sua vida. Quando alguns caem, uma nova "leva" de dentes tomam seus lugares.
Uma das coisas que fazem dos tubarões-brancos predadores tão bons é o fato de se moverem com agilidade na água. Eles podem pesar entre 680 quilos até pouco mais de 1 tonelada, mas é o formato de seus corpos e sua poderosa cauda, que ajuda a impulsioná-los a até 24 km/h.
Uma curiosidade é que os dentes dos tubarões são os únicos ossos que eles têm no corpo: o esqueleto deles é cartilaginoso, o que ajuda a manter um peso relativamente baixo e também permite que esses animais se movam sem toda a rigidez de uma estrutura óssea – além de serem bem mais resistentes à fratura.
Não é possível "domesticar" um tubarão-branco: em janeiro deste ano, um aquário japonês tentou manter um exemplar da espécie em cativeiro. O bicho começou a ficar desorientado, dando cabeçadas por aí, e se rejeitou a comer, morrendo apenas três dias depois.
Tubarão-baleia ao lado de um humano
No filme "Tubarão", o antagonista (chamado de Bruce Jaws) é um tubarão-branco enorme com aproximadamente 8 metros de comprimento. Na verdade, o maior exemplar da espécie registrado tinha "apenas" 6 metros. Independente das medidas, eles ainda são muito menores que a maior espécie registrada: o tubarão-baleia, que pode chegar a 15 metros e pesar impressionantes 21 toneladas!