Espinhos no pênis de insetos podem ser motivo de afastamento entre espécies

23/05/2015 às 05:062 min de leitura

No mundo animal, mais especificamente quando falamos a respeito dos insetos, há sempre coisas que parecem tão diferentes do que estamos acostumados que normalmente é até difícil de assimilar.

Por exemplo, muitas espécies de insetos possuem espinhos nos pênis dos machos – e sim, existem casos em que a fêmea possui um “bilau” –, que causam danos aos órgãos sexuais de suas parceiras. Eles desenvolveram essa característica na tentativa de impedir que ela cruze novamente devido ao trauma e cuide com mais empenho dos ovos fertilizados.

No entanto, normalmente a evolução é justa com os dois lados da história, o que quer dizer que as fêmeas dessas espécies desenvolveram as suas próprias defesas contra as características físicas de seus pares. Exemplos são uma vagina falsa secundária, bolsas internas de coleta de sêmen ou o desenvolvimento de tecido conjuntivo extra no interior da cavidade vaginal para amortecer o impacto causado pelo pênis do parceiro.

undefinedCallosobruchus Maculatus, caruncho de feijão-frade

Tudo junto e misturado

E se colocássemos em um ambiente controlado duas espécies semelhantes de insetos, mas com órgãos sexuais ligeiramente diferentes, como essas características se relacionariam? Essa foi exatamente a pergunta formulada pelo cientista Daisuke Kyogoku, da Universidade de Kyoto, no Japão.

Como exercício científico, ele juntou exemplares de ambos os sexos de duas subespécies de carunchos, aqueles bichinhos que costumam perfurar grãos como o feijão. Uma delas é a Callosobruchus maculatus, que infesta cultivos de feijão-frade na África, enquanto a outra, Callosobruchus chinensis, ataca plantações de feijão azuki na Ásia.

undefinedCallosobruchus Chinensis, caruncho de feijão azuki

A escolha foi motivada pelo fato de os carunchos cruzarem com indivíduos de qualquer subespécie entre eles. Ao contrário do dito popular, quem levou a melhor nesse caso foram os insetos asiáticos, que mataram todos os espécimes femininos africanos por causa dos espinhos em seus pênis serem maiores do que os dos rivais.

Portanto, as defesas evolutivas que a fêmea do caruncho de feijão-frade desenvolveu para se proteger do macho não são adequadas contra investidas de outras subespécies. O cientista concluiu então que os órgãos reprodutores podem influenciar diretamente na coexistência ou afastamento de espécies ao longo do processo evolutivo.

E caso você esteja se perguntando, a foto que abre esta matéria é uma ampliação do pênis do Callosobruchus maculatus, o caruncho de feijão-frade. 

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