Artes/cultura
12/11/2015 às 05:00•2 min de leitura
Os campos elétricos nada mais são do que campos de força gerados pela ação ou distribuição de cargas elétricas — ou seja, elétrons, íons ou prótons —, e todo mundo sabe que os humanos e os animais são capazes de sentir e reagir à sua presença. No entanto, ninguém sabia explicar muito bem como é que as células de organismos complexos eram capazes de detectar a eletricidade.
De acordo com Philip Watts, do portal How It Works, cientistas da Universidade da Califórnia em Davis descobriram um mecanismo que permite que células vivas detectem campos elétricos. O mais interessante é que a descoberta do “sensor celular” aconteceu por acaso, enquanto os pesquisadores conduziam estudos com células de organismos complexos — como os seres humanos — e de amebas que vivem no solo.
Segundo Philip, os cientistas já sabiam que a presença de campos elétricos produzia uma migração celular. No entanto, eles perceberam que dois elementos presentes nas células — um tipo de moléculas chamadas poliaminas e uma proteína conhecida como Kir4.2 — são os responsáveis pelo fenômeno.
Os pesquisadores explicaram que as proteínas (Kir4.2) são canais de potássio que se encarregam de transportar íons através da membrana celular e estão envolvidos na transmissão de sinais elétricos às células.
Assim, durante os experimentos, quando os cientistas expunham as células a um campo elétrico, as poliaminas — que têm carga positiva — se agrupavam próximo ao local no qual o eletrodo negativo se encontrava posicionado. Depois, essas moléculas se ligavam à Kir4.2 e regulavam sua atividade.
De acordo com Philip, embora os humanos não sejam capazes de liberar raios mortíferos, os nossos corpos produzem eletricidade por meio de reações químicas. Segundo disse, isso é possível graças à composição dos átomos e moléculas presentes no nosso organismo e à forma como eles reagem com os elementos que consumimos.
Assim, quando ingerimos alimentos, por exemplo, o processo de digestão reduz as moléculas complexas presentes nas comidas em cadeias melhores. Então, quando o organismo usa esses elementos na respiração celular, dependendo das circunstâncias, eles podem criar pulsos elétricos.
No caso do “sensor celular”, os pesquisadores ainda não entenderam muito bem a razão de a ativação dos canais de potássio resultar na migração celular, mas pretendem continuar com os estudos e inclusive descobrir outros mecanismos relacionados com a resposta aos campos elétricos.
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