Estilo de vida
23/11/2011 às 14:26•2 min de leitura
Um recente estudo realizado pelos cientistas americanos da Universidade de Syracuse, em Nova York (Estados Unidos) indicou que a goma de mascar poderá ser uma poderosa aliada na luta contra a balança. De acordo com o texto publicado no periódico Journal of Medicinal Chemistry, da Sociedade Americana de Química, os pesquisadores estão trabalhando no desenvolvimento de um chiclete que trará a sensação de saciedade, evitando assim o consumo excessivo de alimentos.
Tudo indica que a guloseima deve funcionar de maneira semelhante aos chicletes que são usados por fumantes para ajudar a combater o vício no cigarro. No entanto, o segredo do projeto americano é acrescentar o hormônio PYY, responsável por enviar sinais de saciedade ao organismo, na composição da goma.
O papel do hormônio PYY
O hormônio escolhido para a experiência age no sistema químico regulando a energia e o apetite do organismo. Quando nos alimentamos ou praticamos exercícios, o PYY é gradualmente liberado na corrente sanguínea. No caso da alimentação, quanto mais calorias consumimos, mais hormônio é liberado, até alcançarmos a saciedade. Outros estudos já foram realizados com a substância e demonstraram que as pessoas obesas, em jejum ou logo após as refeições, apresentam pequenas concentrações de PYY no sangue, principalmente se comparadas a pessoas não-obesas.
Em alguns casos ainda foram usadas injeções do hormônio para avaliar as alterações no organismo de obesos e não-obesos. Nos dois grupos voluntários foi possível notar que os níveis do hormônio aumentaram consideravelmente e fizeram com que as pessoas consumissem menos calorias nas refeições.
Em busca de um método eficaz
Tendo em mente os efeitos positivos do hormônio PYY no organismo humano, Robert Doyle, pesquisador da Universidade de Syracuse e coordenador do projeto, disse que a única barreira seria encontrar uma maneira de fazer com que o hormônio chegasse diretamente à corrente sanguínea. Segundo ele, quando a substância é ingerida por via oral, em geral, ela é destruída quase que completamente no estômago. A pequena porção que resta do hormônio tem dificuldades para seguir no organismo e chegar até o sangue.
A melhor maneira de solucionar a questão seria desenvolver um mecanismo que fosse capaz de conduzir o PYY através do sistema digestivo sem que ele sofresse alterações. Para isso, Doyle recuperou as propriedades da vitamina B12, que se mostrou um ótimo veículo para o transporte de insulina ministrada oralmente, passando pela digestão com facilidade e permitindo o alcance da insulina a corrente sanguínea sem maiores perdas – conforme as conclusões de um estudo que o pesquisador havia desenvolvido anteriormente.
A saída foi, então, associar o hormônio PYY à vitamina B12. Depois dos primeiros testes, os pesquisadores puderam concluir que o transporte foi efetivo e grandes quantidades do hormônio alcançaram a corrente sanguínea. Com os resultados animadores, o grupo agora busca uma maneira de adicionar a dupla PYY-B12 às gomas de mascar ou até mesmo em comprimidos. O objetivo é conseguir um suplemento nutricional que funcione da mesma maneira que os inibidores de nicotina.
Se os desdobramentos da pesquisa forem efetivos, os chicletes se tornariam uma opção saudável para o emagrecimento. Associado a uma alimentação saudável, o paciente poderia mascar um chiclete após cada refeição. Os efeitos do hormônio começariam a surgir dentro de três a quatro horas, o que coincide com o horário da próxima refeição. No entanto, a saciedade já estaria em alta e inibiria o desejo de ingerir maiores quantidades de alimentos.
Quem diria que os chicletes poderiam guardar o segredo da boa forma?