Estilo de vida
08/09/2020 às 09:00•2 min de leitura
A tartaruga-de-telhado-birmanesa está rindo à toa. E não é apenas porque o formato do seu rosto faz parecer que ela está todo o tempo com um sorriso maroto no bico. A boa notícia é que, após ser considerada extinta há quase 20 anos, a tartaruga foi trazida de volta por um projeto de conservação em Mianmar.
Logo após ser declarada presumidamente extinta, um espécime vivo foi comprado em um mercado chinês de animais silvestres e acabou nas mãos de um colecionador americano de tartarugas no início dos anos 2000.
Após a descoberta, um ambicioso projeto de conservação foi montado na região de Mianmar, onde cientistas conseguiram uma população em cativeiro que está se aproximando de 1 mil tartarugas. Alguns desses animais já foram soltos com sucesso na natureza nos últimos cinco anos.
Fonte: Myo Min Win/WCS Myanmar/Reprodução
A Wildlife Conservation Society (WCS) e a Turtle Survival Alliance acabam de divulgar uma série de fotos mostrando tartarugas birmanesas recém-nascidas saindo dos seus ovos num criadouro seguro na vila de Limpha, na região de Sagaing em Mianmar.
A tartaruga-de-telhado-birmanesa (Batagur trivittata) tem a boca sempre sorridente como sua principal marca registrada, além do nariz voltado para cima. A fêmea da espécie tem uma cor mais suave e é maior do que os machos que, durante o acasalamento, assumem uma coloração azul esverdeada e amarela.
Um macho "apaixonado" exibindo as cores do acasalamento (Fonte: Rick Hudson/Reprodução)
Até meados do século XX, essa tartaruga herbívora era abundante nos rios de Mianmar. Porém a sua caça desenfreada e a coleta excessiva de ovos colocaram a espécie à beira da extinção. Embora estejamos testemunhando o nascimento de centenas de filhotes, todos foram gerados em cativeiro.
Apesar de os programas de reprodução terem apresentado um relativo sucesso, na natureza, a espécie ainda luta com dificuldades para se reproduzir. Estima-se a existência de apenas cinco ou seis fêmeas em seu habitat, e talvez apenas dois machos ou apenas um.
O presidente da Turtle Survival Alliance Rick Hudson reconheceu ao New York Times que ainda falta conhecimento sobre a ecologia da tartaruga, para que os cientistas possam determinar quais aspectos do meio-ambiente precisam ser protegidos.