Estilo de vida
09/10/2021 às 09:00•3 min de leitura
Você pode nunca ter visto a sigla PFAS (per- and polyfluoroalkyl substances, ou em português, substâncias per e polifluoroalquil). Contudo, é bem provável que tenha contato frequente com produtos desse segmento. O pior é que eles podem estar em sua casa e representam perigos para a sua saúde.
Os PFAS são, na verdade, uma classe que abrange mais de 4 mil produtos químicos diferentes. Eles estão presentes por todo lugar: de utensílios usados em sua cozinha até embalagens de comidas industrializadas. Aliás, essas substâncias já foram encontradas até mesmo em nosso sangue.
Mas quais são os riscos para o ser humano?
(Fonte: Kindel Media/ Pexels/Reprodução)
Desde a década de 1940, produtos PFAS têm sido comercializados livremente. Eles constituem o resultado de uma das ligações mais fortes da química orgânica: a união do carbono com o flúor. Por essa razão, são usados em vários itens do nosso dia a dia para deixá-los mais resistentes a manchas, calor e umidade. Aliás, o apelido de “produto químico eterno” se deve ao fato de terem uma vida longa.
Uma preocupação crescente em vários países é com a água e com as pessoas que residem perto de instalações que lidam com os PFAS, a exemplo de fábricas e unidades de tratamento de resíduos, devido à possibilidade de as substâncias químicas desses produtos poderem chegar ao ser humano por meio da água contaminada.
No entanto, beber água não é a principal via de exposição aos PFAS.
Diversos itens do dia a dia têm PFAS.
A maior preocupação tende a ser com as mulheres grávidas, com as que querem engravidar e com as crianças. Estudos com animais apoiados em pesquisas com humanos indicam que a exposição a determinados PFAS pode resultar em uma série de riscos para a saúde, entre eles:
Apesar de serem usados há décadas, estudos sobre os impactos negativos de produtos PFAS para a saúde do ser humano e para o meio ambiente se tornaram mais intensos e recorrentes apenas nos últimos anos.
(Fonte: Daniel Reche/Pexels/Reprodução)
Por enquanto, o controle ou as restrições com os PFAS ainda são muito limitados e pontuais. Para se ter uma ideia, nos EUA, algo bem definido só surgiu este ano com o estado do Maine que decidiu proibir a venda de produtos que levam PFAS a partir de 2030, a primeira disposição do tipo no mundo.
Na União Europeia existem restrições para determinados PFAS e suas formas de uso. No entanto, pesquisadores e ambientalistas pedem que haja uma regulamentação em conjunto dessas substâncias químicas. Por outro lado, as próprias fabricantes têm buscado soluções químicas que possam substituir os PFAS com segurança. No Brasil, discussões nesse sentido são muito poucas, apesar de o número de entidades e pesquisas sobre o tema estar crescendo.