Ciência
20/10/2024 às 06:00•2 min de leituraAtualizado em 20/10/2024 às 06:00
Já imaginou como seria a vida de um homem com três pênis? Pois bem! A medicina acaba de se deparar com um caso raríssimo desse tipo. É apenas a segunda vez que a condição, conhecida como trifalia, é registrada na literatura científica, e desta vez, os detalhes são ainda mais curiosos. O caso foi descoberto acidentalmente durante a autópsia de um homem de 78 anos, que doou seu corpo para a ciência.
Os pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, encontraram dois pênis adicionais escondidos sob a pele do homem, próximos ao órgão principal. Até então, ele provavelmente nunca soube da sua condição. A situação levanta questões sobre quantos casos semelhantes podem estar ocultos, já que muitas vezes, essas anomalias internas passam despercebidas.
Desde 1606 até 2023, apenas 112 relatos de difalia (dois pênis) foram documentados, mas casos de trifalia são extremamente raros. O primeiro registro conhecido envolveu um bebê de três meses no Iraque, cujos pênis extras eram visíveis e foram removidos cirurgicamente. Já no novo caso, a trifalia era interna, sem qualquer alteração estética.
Os especialistas acreditam que a condição pode afetar um em cada 5 a 6 milhões de nascimentos, mas pode ser subnotificada — especialmente quando os pênis adicionais são internos e não causam sintomas evidentes. "Sem sintomas aparentes, penes internos podem passar despercebidos", explicou John Buchanan, estudante de medicina e principal autor do estudo.
Além disso, quando descobertos, os casos de difalia interna são frequentemente deixados sem intervenção, desde que não causem desconforto ou problemas funcionais. Contudo, o homem pode ter enfrentado complicações, como dificuldade nas ereções, devido ao aumento de volume dos pênis internos durante o fluxo de sangue.
A trifalia pode complicar procedimentos médicos, como a inserção de cateteres ou cirurgias, já que a anatomia incomum aumenta os riscos de erros. No caso descrito, a uretra principal passava por um dos pênis internos antes de chegar ao órgão externo, o que complicaria qualquer tentativa de cateterização.
Os pesquisadores sugerem a criação de um sistema padronizado para classificar casos de polifalia, para ajudar os médicos a lidar com essas condições de forma mais eficaz. Segundo os investigadores, reconhecer essas anomalias pode ser crucial para evitar complicações durante intervenções cirúrgicas e esclarecer sintomas não explicados relacionados à saúde masculina.
Com a documentação dessas anomalias se tornando mais frequentes, os cientistas acreditam que isso possa abrir portas para tratamentos mais adequados no futuro e evitar complicações em casos mais complexos. Afinal, muito também pode acabar sendo demais para a medicina.