Visão noturna: quem inventou (e como funciona) essa tecnologia?

28/07/2024 às 08:002 min de leituraAtualizado em 28/07/2024 às 08:00

Você já ouviu falar em visão noturna? Caso você já tenha assistido qualquer filme que envolva combates noturnos entre exércitos ou atos de espionagem no apagar das luzes, é bem provável que você conheça ao menos um pouco desses óculos e miras que fazem paisagens mais escuras ganharem vida.

A história por trás desses dispositivos remonta a pouco antes da Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha desenvolveu ferramentas infravermelhas primitivas e seus rivais seguiram o exemplo. Mas quem é o real criador do primeiro dispositivo de visão noturna e como esses apetrechos funcionam? 

Influência da Segunda Guerra Mundial

Sistemas de visão noturna podem amplificar a iluminação natural de um ambiente noturno, como a luz da Lua ou das estrelas. (Fonte: Getty Images)
Sistemas de visão noturna podem amplificar a iluminação natural de um ambiente noturno, como a luz da Lua ou das estrelas. (Fonte: Getty Images)

As primeiras tecnologias infravermelhas na Segunda Guerra Mundial amplificavam a luz existente cerca de 1 mil vezes, mas eram volumosas demais, incômodas e necessitavam de grandes holofotes infravermelhos montados em caminhões de plataforma para funcionarem. Assim, utilizá-los faria com que as tropas se tornassem alvos fáceis para seus inimigos.

Ao longo das décadas de 1940 e 1950, o exército dos Estados Unidos trabalhou com a Radio Corporation of America (RCA), liderada pelo engenheiro Vladimir Zworykin, para aprimorar essa tecnologia. Porém, foi só em meados da década de 1960 que os cientistas conseguiram criar o que hoje é conhecido como a "primeira geração" de dispositivos passivos de visão noturna — os quais não precisavam de iluminadores infravermelhos para funcionar.

Já na década de 1970, houve mais avanços na imagem térmica, aprimorada ao longo das décadas seguintes. Desde então, diversas nações ao redor do mundo passaram a usar esse tipo de dispositivo para tentar ganhar algum tipo de vantagem no campo de batalha, com a visão noturna sendo usada em múltiplos confrontos.

Funcionamento da visão noturna

Imagens térmicas podem capturar a energia infravermelha emitida por pessoas e objetos sem necessitar de luz alguma. (Fonte: Getty Images)
Imagens térmicas podem capturar a energia infravermelha emitida por pessoas e objetos sem necessitar de luz alguma. (Fonte: Getty Images)

Existem duas maneiras principais da visão noturna funcionar. Em primeiro lugar, é preciso existir a intensificação da imagem, pegando a luz ambiente existente e amplificando-a por meio de processos químicos e elétricos. Isso produz a clássica imagem verde brilhante que vemos em filmes e séries por aí.

Porém, também existe a imagem térmica, que captura a energia infravermelha emitida por pessoas e objetos para criar uma imagem. Isso possui uma grande vantagem por funcionar na escuridão total, mesmo quando não há nem um toque de luz das estrelas para intensificar o ambiente.

Atualmente, os dispositivos de visão noturna podem amplificar a luz em 50 mil vezes ou mais — e sem precisar ser um trambolho como na Segunda Guerra Mundial. Mas se tudo isso não bastasse, pesquisadores seguem trabalhando nesse segmento e a tendência é que esse tipo de tecnologia siga avançando ao longo das próximas décadas. 

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