Artes/cultura
22/02/2017 às 10:00•2 min de leitura
Uma pesquisa publicada no jornal científico Acta Psychologica promete dar o que falar: os cientistas conseguiram perceber com qual idade se mente mais. Você faz alguma ideia? Além disso, descobriram em qual período da vida se mente melhor – afinal, quantidade nem sempre é sinônimo de qualidade.
O curioso estudo foi feito com visitantes do Centro Científico NEMO, localizado em Amsterdã, na Holanda. Pouco mais de mil voluntários, com idades entre 6 e 77 anos, responderam a perguntas de conhecimento geral.
O site Research Digest trouxe um exemplo de questionamento feito nessa pesquisa: “Os porcos podem voar?”. Dependendo do tempo de reação para a resposta e a sua veracidade, foi possível determinar quem mente mais e quem mente melhor.
Os melhores mentirosos são aqueles com um tempo de resposta mais rápido do que às outras pessoas. Os pesquisadores conseguiram determinar que isso acontece principalmente com indivíduos entre 18 e 29 anos. A arte de mentir gerou um gráfico na forma de “U” invertido. Crianças e idosos são os piores mentirosos, enquanto os jovens adultos são mestres na arte de inventar histórias.
Os adolescentes, entretanto, foram os que mentiram mais. A metodologia para chegar a essa conclusão foi diferente – e muito calcada na confiança das respostas dos entrevistados, o que chega a ser quase incoerente com a pergunta. Os cientistas quiseram saber quantas mentiras cada voluntário havia contado nas últimas 24 horas, tanto pessoalmente quanto pela internet e para pessoas conhecidas ou não.
A média, no geral, foi de uma a duas mentiras contadas – o que coincide com resultados de pesquisas anteriores. Porém, entre os adolescentes essa média sobe para 2,8 lorotas por dia! Novamente o gráfico na forma de “U” invertido mostra que crianças e idosos mentem em menor quantidade.
Essas pesquisas foram comandadas por Evelyne Debey e chegaram a uma teoria interessante: a concentração maior de mentirosos entre a adolescência e a juventude segue o padrão de mudanças etárias relacionadas ao controle inibitório.
Para comprovar essa teoria, os voluntários também fizeram mais um teste. De frente para uma tela, as pessoas precisavam responder se viam um “X” ou um “O” e pressionar o botão correspondente para isso. Em 25% dos testes, um sinal sonoro de parada indicava que a resposta precisava ser trocada.
Os jovens que precisavam trocar a resposta foram muito mais rápidos do que crianças e idosos, comprovando o controle inibitório e a possível relação com a habilidade na hora de contar mentiras.
Você concorda com a pesquisa? Quantas mentiras você contou nas últimas 24 horas?
*Publicado originalmente em 02/09/2015