A sensação de liberdade ao ficar um mês fora do Facebook é incrível!

27/12/2016 às 04:006 min de leitura

Olá, pessoal! Este é mais um texto que faz parte de uma categoria especial do Mega Curioso, em que nós, redatores, compartilhamos com vocês experiências pessoais que, por algum motivo, valem ser contadas.

Os sites para os quais escrevo aqui na NZN são o Baixaki Jogos e o TecMundo. Diariamente, recebo pedidos de amizade de todos os cantos do Brasil (e até fora dele) no Facebook, além de várias sugestões de conteúdo. Na medida do possível, tento dar retorno a todos que demonstram carinho e apreço pelo meu trabalho, que só existe graças a essa galera descontraída e bem-humorada daqui da redação, além, é claro, de todos vocês.

Por falar em Facebook, é exatamente sobre ele que venho conversar aqui. A otimização de tempo é um dos temas que mais me fascinam neste frenético ritmo paulistano. Acho que todo mundo que vive em São Paulo sabe que o tempo livre é uma dádiva conquistada com muito suor. Na verdade, qualquer pessoa do Brasil, ou até mesmo de qualquer outro lugar do mundo, busca aproveitar o lazer da melhor forma possível. E, bem... Procrastinar não é algo exatamente proveitoso, certo?

Todo dia, ao chegar em casa depois do trabalho, com a mente esgotada, cansada e “preguiçosa” para raciocinar, sei que tenho uma curta janela de tempo livre. Aí eu sento no sofá e continuo mexendo no celular, algo que iniciei um pouco antes, no ônibus. Assim que a gente conecta o smartphone na internet, parece que um “combo” de notificações brota na tela! Grupos do WhatsApp, avisos do Facebook, curtidas no Instagram, emails e outros aplicativos tomam, no mínimo, uns 40 minutos desse escasso tempo livre.

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Mas o Facebook é, indubitavelmente, o campeão. É dele que nasce o login para outros aplicativos. É dele que abrimos páginas de um assunto qualquer (geralmente desnecessário) e, a partir dessa abertura, procrastinamos na internet rumo ao nada e ao desconhecido. É no Facebook que descemos a barra de rolagem infinitamente, curtindo postagens aleatórias, comentando em fotos, vendo as pessoas reclamarem da política, do trânsito, do cabelo, da roupa, do calor, do frio, da vida... de tudo.

Dito isso, pensei naquele lance de otimização de tempo sobre o qual acabei de falar. Não são só os estudos que dizem que perdemos mais de uma hora por dia no Facebook: é a prática. Agora coloque essa proporção no período de uma semana: são sete horas gastas na rede social. E numa escala mensal? 30 horas.

Eu estava para sair de férias do trabalho e optei por 30 dias de folga, exatamente de 10 de agosto até 9 de setembro. Pensei comigo: por que não me desligar do Facebook também? E, quem sabe, reviver os velhos tempos? Ter um contato com a natureza ao lado da namorada? Os tempos em que sabíamos das notícias por meio dos jornais, em que alimentávamos as amizades através de ligações e mensagens no celular (via SMS!), em que sabíamos das novidades nas revistas e afins. Os tempos em que, sem nem perceber, aproveitávamos melhor cada minuto livre. Dito e feito: desativei o Facebook.

Sem a menor crise de abstinência

Antes de me desligar da rede social, escrevi um longo texto e postei na minha página para avisar a galera. Fiz isso alguns dias antes de sair de férias. O curioso é que a imensa maioria apoiou a iniciativa, inclusive a minha namorada e os mais “viciados” no Facebook. Alguns, naturalmente, defenderam a minha permanência ali: “terás abstinência”.

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Porém, eu estava tão determinado e tão a fim de me ver livre daquilo que a abstinência passou longe. Na verdade, ela se transformou em sensação de alívio assim que entrei nas configurações e cliquei em “desativar”. Acreditem: é uma delícia não ter Facebook.

Dentro daquele “clubinho” virtual, a gente desce a barra de rolagem e nem percebe o tempo passar. É uma hora do dia que poderia ser convertida em leitura, em pesquisas, em jogar video game, em uma caminhada no parque, em uma série legal, enfim, em qualquer coisa, em mais agilidade e menos "dependência" de ter que dar aquela "olhadinha" toda hora.

Tirei férias do trabalho e do Facebook. Consequentemente, acessei as outras redes sociais com menos frequência, pois tudo, de alguma forma, está condicionado ao Facebook. O Instagram é jogo rápido porque é um lugar para fotos e vídeos curtos. O email acessei, em média, a cada dois dias. Mas isso foi só o começo.

Sentimento de liberdade incrível!

É muito, mas muito gostoso acordar e saber que não preciso pegar o celular correndo para olhar a rede social e ver o que está acontecendo ali. Prefiro ir correndo comer! Vejam só o café da manhã caprichado da pousada em que eu e minha namorada ficamos em Monte Verde, no feriado de 7 de setembro. Pode parecer simples, mas acreditem: é uma paz acordar sem ter de se preocupar com a existência do Facebook.

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É uma delícia abrir sites de informação para ficar atualizado, ler um jornal, uma coluna de algum jornalista sobre um determinado assunto (nossa, há quanto tempo eu não fazia isso!), ligar a TV para ver alguma cobertura esportiva, comunicar algo interessante a um amigo por uma SMS ou uma simples ligação descompromissada, do tipo: “Cara, você viu que fantástico o último trailer daquele game?”. O amigo quase te agradece por você ter ligado e lembrado que ele existe fora do mundo virtual. E isso é tão fácil...

Não me levem a mal: é claro que o Facebook tem suas utilidades. Manter contato com amigos que moram muito longe, por exemplo, é uma delas. O Facebook aproxima os distantes e afasta os mais próximos. Paradoxal, não é? Isso também serve para as informações. A rede social de Mark Zuckerberg até consegue informar o que está acontecendo mundo afora, mas a presença de empresas/canais de comunicação ali é cada vez menor, e por quê? Porque, ao clicar em uma notícia, você é redirecionado para fora do Facebook – e isso ele não quer.

Resultado: por volta do quinto ou sexto dia sem ele, eu estava mais informado sobre política, cotidiano e economia do que em meses na rede social. Eu nem percebia, mas mal navegava por outros sites. Isso porque, inconscientemente, o Facebook me dava a sensação de estar “suprido” de informações. Mas a perda de tempo procrastinando é maior do que o período que gasto me informando.

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Sem o Facebook para consumir meu tempo livre com nada, mergulhei na leitura, joguei muito mais video game do que planejei, fui ao Parque Ibirapuera sem a menor preocupação de “estar fora de algo” e até fortaleci amizades, algo que parece ironia, mas não é. Sem o Facebook, a nossa atenção para outras coisas aumenta sem a gente perceber. É como se um lado mais humano e ativo, adormecido em todos nós, despertasse de um longo sono.

Apesar de ser um tecnófilo declarado, também adoro estar perto da natureza, desconectado. Gosto de árvores, de verde, de ar puro, de cheirinho de terra, de tranquilidade do interior, de mais contato com a realidade. Fazer essa “visita à natureza” é algo que se mostra necessário para renovar nossas energias no frenético ritmo urbano.

Resultados ao término dos 30 dias

Sou um leitor voraz de mangás e HQs. Até falo para vocês o que andei lendo: One Piece, 20th. Century Boys (um dos meus favoritos!), Monster, Eden, Full Metal Alchemist, Evangelion e Dragon Ball (reedição da Panini). Nas HQs, me debrucei em The Walking Dead, 100 Balas e O Superior Homem-Aranha.

Minha leitura de tudo isso aí aumentou substancialmente. Sem falar nos jogos: zerei oito deles! É muita coisa para 30 dias. Terei prazer em listar os títulos a quem quiser me perguntar nos comentários ou no Facebook. Caminhadas no parque e séries do Netflix também entram na conta.

Para fechar o período livre, fiz uma inesquecível viagem a Monte Verde, em Minas Gerais, com a minha namorada. Que lugar maravilhoso! Pegamos o restinho do inverno numa pousada incrível, com linda vista para as montanhas. Fizemos trilha, caminhadas pelas ruas pacatas e até andamos de quadriciclo. Parecia que estávamos no meio do Jurassic Park! Postei um vídeo de 15 segundos no meu Instagram que resume um pouco dessa parte: 

Em palavras resumidas, a experiência fora do Facebook me proporcionou os seguintes ganhos:

  • Mais de 20 mangás e HQs lidos;
  • Oito jogos zerados;
  • Muito mais caminhadas no Parque Ibirapuera (coisa que consigo fazer fora das férias também, mas não com a mesma frequência, naturalmente);
  • Contato mais próximo com amigos de São Paulo;
  • Três séries iniciadas no Netflix;
  • Sensação de liberdade indescritível, parece que a vida fica mais “leve”.

O duro momento de voltar ao Facebook... mas com bem menos frequência!

E ah, pois é, eu tive que retornar ao Facebook. É aquela questão da “necessidade”. Como trabalhamos no setor de comunicação social, a rede é uma ferramenta de contato. Aquele inbox rápido, aquele recado maroto. Nas férias é que são outros quinhentos.

Engraçado é que eu achei que fosse sofrer ao retornar para a rede social. Na verdade, eu já estava choramingando por antecipação. Mas a tortura foi mais branda do que eu imaginava, porque agora aprendi a usar o Facebook de forma tão prática que tenho orgulho do que consegui nesses 30 dias ausente dele!

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Parece que o período serviu como aprendizado. Uma simples curiosidade em saber qual era a sensação de sair de lá por um tempo se transformou em lição. Agora, faço uma utilização muito mais sucinta do Facebook. Eu entro, vejo se alguém me marcou em notificações ou fotos e se há mensagens no inbox. Se não houver nada direcionado a mim, nem desço a barra de rolagem.

O mais legal é que não “me forço” a isso. Eu simplesmente não sinto mais vontade. Voltei para a rede social há quase três semanas e tem sido assim, uma coisa prática e objetiva, sem enrolar, sem procrastinar.

Prefiro usar esse tempo para fazer outras atividades de lazer. Sabem aquele velho jargão, “há vida lá fora”? E há mesmo! Recomendo a experiência a todos. Se dá para transformar isso em algo definitivo ou não (sair do Facebook), aí cabe a cada um. Mas a sensação de alívio, paz e liberdade é inestimável.

Além das milhões de curtidas que damos diariamente no Facebook, a gente tem muita coisa para curtir na vida "de verdade". O gerenciamento de tempo é um desafio cada vez mais difícil a qualquer ser humano. Aproveite para refletir sobre o que você pode e não pode descartar da sua rotina – nem que, para isso, seja necessário pegar um caderninho e escrever tudo aquilo que você quer fazer nas 24 horas do dia. Acredite: funciona!

Fonte

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