Artes/cultura
01/09/2015 às 07:41•5 min de leitura
Hoje em dia é cada vez mais comum que as pessoas falem um segundo (e até um terceiro) idioma. E muita gente se surpreende com a extraordinária habilidade que alguns indivíduos parecem demonstrar com línguas estrangeiras — especialmente aquele pessoal que sente enorme dificuldade em aprender idiomas.
No entanto, de acordo com Benny Lewis — um cara que é fluente em inglês, japonês, mandarim e espanhol, além de falar alemão, francês, turco, árabe, norueguês e outra dezena de línguas! —, ao contrário do que muita gente pensa, não é necessário nascer com os genes certos nem ter maior aptidão para aprender a falar um novo idioma.
Segundo Lewis, qualquer pessoa pode se tornar um poliglota! Basta perder o medo, mudar a abordagem e aprender alguns truques para facilitar a sua evolução. Conforme contou, ele mesmo costumava ter bastante dificuldade com idiomas estrangeiros — até começar a encarar o processo de uma maneira diferente. A seguir nós aqui do Mega Curioso reunimos cinco dicas de Lewis que ajudarão você a soltar a língua. Confira:
Você conhece o significado de todas as palavras que existem em português — ou sabe de alguém que conheça? No inglês, por exemplo, segundo Lewis, 65% de todo o material escrito que existe está baseado no uso de aproximadamente 300 palavras apenas, e a mesma estatística se repete em maior ou menor grau em outros tantos idiomas.
Assim, apesar de que aprender um idioma signifique que você terá que memorizar uma série de vocábulos novos, você não precisa de uma vasta quantidade de palavras para começar a falar uma língua estrangeira. Você vai necessitar — pelo menos de início — aprender as palavras certas e mais úteis, e você pode criar jogos e listas divertidas para memorizá-las.
De acordo com Lewis, você inclusive pode tirar proveito da tecnologia para isso. Conforme contou, existem diversos programas e aplicativos que podem ajudá-lo com o aprendizado do vocabulário novo, e eles se baseiam em repetições com intervalos de tempo estrategicamente distribuídos de forma que as palavras da lista voltem a aparecer quando você estiver começando a se esquecer delas.
Para ajudar você a se sentir motivado, Lewis sugere que você encare o desafio do vocabulário a partir do Princípio de Pareto — também conhecido como princípio 80-20. Segundo esse conceito, para muitos fenômenos, 80% das consequências são resultado de 20% das causas, portanto, no caso do novo idioma, 20% do esforço empregado em aprendê-la pode resultar em 80% na melhora da compreensão da língua.
Os cognatos, como você sabe, são aquelas palavras de línguas diferentes que têm origem comum e, portanto, contam com grafias semelhantes — quando não idênticas — e mesmo significado. Então, segundo Lewis, depois de aprender esses termos do idioma que você pretende dominar, você já terá uma enorme vantagem com respeito ao vocabulário.
As línguas românicas (ou latinas) como o espanhol, o francês e o italiano têm várias palavras em comum com o português, e vocábulos como ação, nação, precipitação, solução, frustração, tradição, extinção — e outras centenas de palavras terminadas em “ção” — tem grafia parecida e mesmo significado em outros idiomas. E o legal é que o inglês, apesar de ser uma língua de raiz germânica, também se encaixa neste caso.
Assim, para traduzir palavras terminadas em “ção” para o espanhol, por exemplo, basta substituir esse fragmento por “ción”. Quer escrevê-las em italiano? Então, basta trocar o final por “zione”! E para passar os vocábulos para o inglês e o francês é ainda mais fácil, pois as palavras terminadas em “ção” são idênticas nesses dois idiomas, e é só colocar “tion” no final.
Em alguns casos, a grafia de algumas palavras é um pouquinho mais diferente, mas como muitos idiomas compartem de uma raiz comum, é bem fácil deduzir seu significado, como é o caso de hélicoptère (francês), puerto (espanhol), capitano (italiano) e Saturn (inglês).
Você já deve ter escutado que a melhor forma de aprender um novo idioma é através da imersão que os intercâmbios oferecem. Afinal, eles permitem que você leia, ouça e “respire” a nova língua 24 horas por dia — não deixando mais alternativa além de assimilar a linguagem. Acontece que, infelizmente, nem todo mundo tem disponibilidade (seja de tempo ou de dinheiro mesmo) para embarcar em um desses programas, não é mesmo?
Só que, segundo Lewis, isso não é desculpa! De acordo com ele, não é necessário viajar a outro país para escutar, ler, assistir e entrar em contato com um idioma estrangeiro. Você pode conferir jornais e livros, visitar incontáveis sites, ouvir programas de rádio e ver filmes e séries — sem legenda — na língua original. E se você tiver TV a cabo, você ainda pode assistir a canais de notícias de outros países.
Você pode inclusive se arriscar a conversar com um nativo, mesmo que você seja apenas um principiante. Aliás, de acordo com Lewis, é muito importante que você comece a falar logo no início, especialmente se o seu objetivo é o de um dia poder conversar fluentemente no idioma que você está aprendendo. Para isso, você pode tentar buscar estrangeiros online e até ter aulas particulares de conversação através do Skype, por exemplo, e por um custo bem acessível.
Para começar, basta memorizar algumas palavras — como os cognatos, por exemplo —, e logo na primeira conversa com o nativo você vai perceber quais são os vocábulos e ferramentas que mais fazem falta para você continuar falando. E além do vocabulário básico, outra dica é aprender pequenas gentilezas como “olá”, “obrigado”, “eu não entendo” e “você poderia repetir, por favor?”.
Se você fizer uma breve busca na internet, você vai descobrir que existem milhares de opções online — e totalmente gratuitas — para aprender idiomas estrangeiros. Você pode encontrar material de apoio — como explicações sobre a gramática, listas de áudio, vocabulário etc. —, dicionários, sites especializados em pronunciação, páginas nas quais nativos se voluntariam para corrigir você, e até cursos completos, com exercícios e tudo mais para você praticar.
É só procurar e achar o que melhor atende às suas necessidades! Além disso, também existem inúmeros aplicativos para celular que você pode baixar e aproveitar para exercitar a língua que você está aprendendo em qualquer lugar. Você ainda pode encontrar através da internet grupos de pessoas que se reúnem para praticar idiomas na sua cidade, e até estrangeiros que vieram morar no Brasil e que ficarão mais que felizes em conversar com você — de graça!
E lembra que mencionamos no item anterior as aulas particulares baratinhas pelo Skype? Pois existem centenas de estrangeiros dispostos a ensinar seus idiomas em troca simplesmente de que você dê a eles umas aulinhas básicas de português — ou de qualquer língua que você conheça.
De acordo com Lewis, é muito importante que você crie metas realistas para aprender determinado idioma — e que você faça o possível para cumpri-las! Comece decidindo qual nível você deseja alcançar na língua estrangeira (você pretende se tornar um tradutor ou ser capaz de se comunicar com os nativos seria suficiente?), e vá criando novos desafios conforme você progride no seu aprendizado.
Outra dica valiosa é que você estabeleça limites de tempo para completar diferentes níveis. Assim, você pode ter como objetivo inicial dominar o básico no período de três meses, por exemplo, e então avançar até o nível intermediário nos três meses posteriores. Mas o mais importante é cumprir com as suas metas e não desistir do desafio!
De acordo com Lewis — e com qualquer pessoa que já passou pela experiência de aprender um idioma estrangeiro! —, no início, a ênfase deve estar na comunicação e não na perfeição. Portanto, não tenha medo ou vergonha de cometer erros. Além disso, em vez de se preocupar em aprender a formar frases complexas, foque em conseguir transmitir informações essenciais.
Tente copiar a pronúncia, a musicalidade, o ritmo, o volume e a entonação das frases logo que você começar a aprender o idioma. Para isso, em vez de focar exclusivamente nas palavras, preste atenção nos sons também, e procure imitar o que você ouvir. Aliás, se você tiver oportunidade, peça que um nativo corrija você.
E não se ofenda se alguém achar graça quando você falar algo errado. Pense que você está fazendo outra pessoa sorrir e, dessa forma, despertando sua empatia. Além do mais, uma atitude mais relaxada provavelmente ajudará você a se tornar mais receptivo — e perder o receio de se comunicar vai encorajá-lo a querer conversar mais, o que, por sua vez, auxiliará a sua evolução.
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