Ciência
23/10/2013 às 14:26•2 min de leitura
Comemorar o nosso aniversário e o de outras pessoas a nossa volta é um hábito tão comum que até parece que os aniversários sempre aconteceram, não é mesmo?! Porém, a festa que celebra o dia do nascimento nem sempre existiu e em determinados momentos da história chegou até a ser um privilégio apenas da nobreza.
Mas tudo começou em uma época em que as civilizações não conseguiam marcar o tempo com exatidão. Isso impedia que elas registrassem o dia do nascimento das pessoas, a não ser que pudessem contar com a ajuda da lua, do sol ou de algum acontecimento importante para recordar. Logicamente, eles sabiam que as pessoas envelheciam com o passar do tempo, mas não existia nenhum tipo de marco para diferentes fases da vida.
Foi então que os antigos começaram a entender as fases da lua e prestar a atenção nas mudanças das estações e no ciclo que tudo isso formava. A partir da percepção desses eventos, os povos desenvolveram a noção do tempo e é então que começa a história dos aniversários.
Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock
Historiadores e pesquisadores do assunto sugerem que a celebração do aniversário começou como uma forma de proteção. Isso porque os povos pagãos acreditavam que espíritos malignos ameaçavam as pessoas quando elas passavam por uma grande mudança na vida, como completar mais um ano. Para proteger o aniversariante desse mal, a família e os amigos se reuniam para desejar coisas boas e trazer bons pensamentos.
Provavelmente foi nessa época que também surgiu o costume de presentear as pessoas e assoprar velas. Os presentes seriam mais uma maneira de trazer desejos bons e afastar os espíritos. Já as velas (e, eventualmente, tochas que também eram acesas) representariam um sinal ou uma oração para as divindades. Fazer um pedido e soprar a vela significava mandar um sinal para os céus.
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Embora os historiadores saibam que a celebração do aniversário seja um hábito bastante antigo, existem poucos registros que apontam o período em que aconteceram. Os documentos encontrados dão conta dos aniversários de reis e outras pessoas que ocupavam posições nobres na sociedade. Cidadãos comuns e especialmente as crianças nunca celebravam o dia de seu nascimento.
É fácil entender porque isso acontecia se pensarmos que os nobres eram os únicos que eram abastados o suficiente para dar festas. Da mesma maneira, aquelas civilizações acreditavam que reis e rainhas eram os únicos que mereciam ser lembrados e ter registros na história.
Por ser um ritual tradicionalmente pagão, a Igreja Católica demorou muitos anos para aceitar a celebração e deixar de considerá-la uma prática pecaminosa. Foi apenas depois do século 4 que o aniversário das pessoas comuns passou a ser comemorado, fortemente motivado pelos romanos, que começavam a se converter ao Cristianismo nessa época e já celebravam os aniversários havia milhares de anos.
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Calcula-se que foi apenas muitos anos depois, no século 18, que os alemães começaram a celebrar o aniversário das crianças com festas batizadas de “kinderfeste”. Já a famosa canção Parabéns Pra Você (“Happy Birthday To You”) foi composta em 1893 pelas irmãs Mildred e Patricia Hill. Curiosamente, o nome original da canção era “Good Morning To You”, mas uma mudança no primeiro verso fez com que ela ficasse conhecida no mundo todo.
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Como foi dito anteriormente, a falta de registros exatos de épocas tão remotas dificulta o trabalho dos pesquisadores que buscam entender a origem dos aniversários. As teorias encontradas em livros – como “Birthdays” (de Linda Rannells Lewis) ou “The Lore of Birthdays” (de Ralph e Adelin Linton) – e muitas outras fontes que tratam do assunto podem apresentar contradições e versões diferentes para o estabelecimento dos símbolos e rituais encontrados na história. Mas isso não invalida o ponto de vista dos pesquisadores e não diminui o valor das descobertas que foram feitas até aqui.