Ciência
24/10/2020 às 10:00•1 min de leitura
O vídeo de uma jovem faxineira bebendo água diretamente do vaso sanitário de uma empresa da China viralizou nas redes sociais na semana passada, e tem levantado debates exaltados a respeito dos limites entre as relações de trabalho.
Nas imagens, a moça, de sobrenome Luo, teria se submetido ao gesto degradante na tentativa de impressionar seus patrões, que também aparecem no vídeo, aplaudindo a funcionária enquanto ela bebe água da privada num copo de plástico.
Criticados por encorajar Luo a se humilhar daquela maneira, os representantes da empresa, um fabricante de fertilizantes de Shandong, se esquivam afirmando que o gesto da colaboradora foi totalmente voluntário, e que tem se repetido por várias vezes nos últimos anos.
Em entrevista ao The Chongqing Morning Post, o porta-voz da Xhongcheng Fertilizer Technology Company declarou: “Esta é a prova da perfeição que ela quer mostrar, para dizer aos outros como ela é dedicada em seu trabalho. Ela quer mostrar que tem tanta confiança em limpar o banheiro que pode até beber a água do vaso sanitário”.
A própria Luo, reconhecida pelos colegas como muito comprometida com o trabalho e perfeccionista, fala sobre o seu ato. Segundo a funcionária de referência da empresa: “Espero que todos os cargos na empresa possam fazer seu trabalho ao extremo”.
Como acontece com a maioria dos assuntos polêmicos na internet, o vídeo dividiu opiniões. Alguns enalteceram o gesto como uma prova de dedicação da mulher ao seu trabalho e à sua empresa. A maioria, no entanto, condenou o ato, considerando-o perturbador, degradante e desnecessário.
Curiosamente, utilizar a água “da privada para a torneira” (toilet-to-tap) para beber é uma tecnologia desenvolvida por um engenheiro australiano, já utilizada em algumas partes do mundo, que reutiliza toda a água do vaso sanitário, inclusive das descargas, para consumo humano.