A trágica vida de Gobulo Wanrong, a última imperatriz chinesa

21/01/2024 às 06:002 min de leitura

Gobulo Wanrong foi a esposa do último imperador chinês Puyi, e sua história está entre uma das mais trágicas do mundo oriental. Um casamento infeliz, o vício em ópio, a perda de uma filha e a prisão estão entre os fatos que marcaram a vida da antiga imperatriz.

Nascida em Pequim, no ano de 1906, Wanrong perdeu a mãe ainda muito jovem, sendo então criada pela madrasta. Mas, como seu pai ocupava uma posição de destaque na sociedade e era a favor que ela desfrutasse de uma boa educação, ela pôde trilhar um bom caminho na primeira fase da vida.

Um casamento indesejado

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

A revolução de 1911 foi o primeiro evento significativo para mudar o rumo do país. A dinastia Qing foi derrubada pelo surgimento da República da China, mas isso não tirou o imperador Puyi da sua posição original — ao menos simbolicamente. Wanrong foi escolhida por Puyi para ser sua esposa quando tinha 16 anos, e não gostou nada da descisão, já que sequer o conhecia. Ainda assim, o casamento foi celebrado em 1922.

A cerimônia foi acompanhada por milhões de pessoas e seguiu as tradições da época, mas no âmbito particular, ela já dava sinais que não estava bem desde o início. Também há versões que indicam que, ao menos no começo, a relação teria tido bons momentos.

Talentosa, Wanrong demonstrou interesse pela literatura, pintura, culinária, jazz e nutriu até mesmo certa simpatia pela monarquia inglesa, já que ela adotou o nome de Elizabeth para si.

A tristeza de Wanrong

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

O consumo de ópio teria surgido como uma busca de se livrar das constantes dores de estômago e de cabeça, mas teria se tornado um vício a partir de 1924, quando ocorreu um golpe de estado. Nesse período, Wanrong e o Imperador foram expulsos da Cidade Proibida e se mudaram para Tianjin, onde poderiam contar com apoio japonês.

Puyi chegou a ser coroado imperador regionalmente, mas tratava-se de uma posição de enfeite, sem poder. Enquanto isso, Wanrong seguia por um caminho tortuoso, com sinais de doença mental, que pioraram drasticamente a partir de um novo episódio trágico.

Relatos que apontam que ela teria tido envolvimento romântico com dois servos antes de engravidar. A criança, uma menina, nascida em 1935, não sobreviveu — a fúria de Puyi é apontada como motivo para isso. Essa perda foi um grande golpe para uma mulher conhecida pela sua generosidade.

Prisão e uma morte trágica

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Dizem que, sem levantar da cama para fazer qualquer coisa além de procurar ópio e cigarros, ela foi deixada para trás quando ocorreu a invasão da Manchúria pelos soviéticos em 1945, em meio à guerra soviético-japonesa. Assim, Wanrong se tornou uma prisioneira.

Puyi também acabou sendo preso, mas anos depois foi solto e chegou a escrever uma autobiografia em que narra sua trajetória do Império à vida comum. Casou-se com outra mulher anos depois e morreu de câncer em 1967, quando estava com 60 anos. Os últimos dias de Wanrong, por outro lado, foram terríveis, tanto pela abstinência das drogas, que causou grande desespero, quanto pela falta de qualquer condição de sobreviver presa.

Isso porque ela foi deixada sem comida e tratada como simpatizante do Japão, ou seja, uma traidora. Assim, em 1946, ela morreu de desnutrição aos 39 anos. Seu corpo foi encontrado na poça da sua própria urina. Seus restos nunca foram localizados e foi apenas em 2006 que ela recebeu um enterro simbólico.

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