Artes/cultura
16/06/2017 às 07:11•3 min de leitura
Muita gente questiona a razão de se investir tanto dinheiro na exploração espacial e inclusive na manutenção da Estação Espacial Internacional — a estrutura mais cara já construída pela humanidade, ao custo de “astronômicos” US$ 150 bilhões. No entanto, o que nem todo mundo considera é a quantidade de avanços conquistados graças ao desenvolvimento de tecnologias relacionadas ao desejo do homem de ir ao infinito e além.
Embora os cientistas empenhem muito tempo e neurônios no desenvolvimento de melhores telescópios, sondas espaciais, foguetes e equipamentos para que os astronautas possam sobreviver no espaço, muitas tecnologias acabam sendo aplicadas para melhorar a vida de todos aqui na Terra.
Mas não pense que o progresso se limitou apenas às áreas que mencionamos acima. De acordo com Nicole Cammorata, do site Mashable, a exploração espacial também motivou inúmeras inovações na medicina e em outras esferas da saúde. Confira quatro delas — e um bônus — a seguir:
Você já deve ter ouvido falar que um efeito da microgravidade no corpo humano é a perda óssea, certo? E esse efeito é levado bastante a sério, uma vez que os astronautas que passam longas temporadas no espaço chegam a sofrer uma perda cerca de 10 vezes superior à de pacientes diagnosticados com osteoporose.
Essa turma precisa cuidar da saúde
Pois pesquisas focadas em contornar esse problema junto aos viajantes espaciais descobriram, por exemplo, que a prática diária de atividades físicas, assim como doses semanais de bisfosfonatos, podem ajudar a combater a perda óssea de astronautas. E o legal é que essas descobertas vêm ajudando especialistas aqui na Terra a encontrar novas formas de tratar e proporcionar mais alívio para pacientes terráqueos.
Se você curte acompanhar a rotina dos astronautas que estão na Estação Espacial Internacional, então deve saber que de vez em quando eles precisam sair da proteção dos módulos para realizar atividades de manutenção e reparos no exterior da nave. No entanto, como as saídas envolvem riscos — algumas mais que outras —, cientistas desenvolveram um braço robótico para que trabalhos mais pesados possam ser feitos sem expor ninguém ao perigo.
Paige Nickason, a moça da foto acima, passou por uma cirurgia de remoção de tumor cerebral que salvou sua vida
Chamada Canadarm, essa tecnologia foi criada pela agência espacial canadense e, embora tenha sido projetada para ajudar os astronautas no espaço, os cientistas encontraram uma aplicação para ela aqui no nosso planeta. O braço mecânico — que deu origem ao Canadarm2 e Dextre — passou por algumas adaptações e foi transformado no neuroArm, um equipamento que vem sendo utilizado na realização de procedimentos cirúrgicos superdelicados e complicados, como a remoção de tumores cerebrais, por exemplo.
Quem poderia imaginar que o desenvolvimento de tecnologias para a exploração espacial poderia resultar em avanços para tornar nossos sorrisos mais bonitos! Pois vários progressos foram conquistados ao longo dos anos, de melhores materiais para restaurações a métodos mais eficientes para combater a dor ou a perda de dentes, incluindo novidades na ortodontia.
Quem diria
Sabe os aparelhos “invisíveis”, que apareceram há alguns anos como opção aos bráquetes metálicos? Eles surgiram graças ao desenvolvimento de um material chamado alumina policristalina — uma cerâmica mais resistente do que o aço que foi originalmente criada pela NASA para sistemas de rastreamento de mísseis.
Como você deve saber, os astronautas da Estação Espacial Internacional não só realizam uma porção de estudos científicos, como também participam de inúmeros experimentos médicos com o objetivo de determinar como a falta de gravidade afeta o nosso corpo. Um deles é o Airway Monitoring Experiment, que tem como propósito monitorar os níveis de óxido nítrico nos pulmões dos residentes espaciais.
Avanços no espaço podem nos ajudar por aqui
Segundo os cientistas da Agência Espacial Europeia, embora seja normal encontrar pequenas quantidades desse composto no organismo, doses excessivas indicam inflamações nas vias aéreas provocadas por fatores ambientais, como a presença de poluentes e partículas de poeira ou, ainda, por condições de saúde como a asma. Os pesquisadores ainda estão trabalhando na coleta de dados, mas suas descobertas poderão ajudar os especialistas aqui na Terra a entender e desenvolver novos tratamentos para problemas pulmonares.
Você deve ter percebido que aqueles termômetros de vidro contendo mercúrio estão desaparecendo do mercado e dando lugar a versões eletrônicas que, além de serem mais seguras para o meio ambiente, são mais seguras para nós e precisas também, certo?
Entre as novidades que já existem por aí estão os dispositivos capazes de medir a temperatura corporal rapidamente a partir do tímpano de uma pessoa — método especialmente útil para descobrir se uma criança está ou não com febre, uma vez que os pequenos parecem ter verdadeiro pavor aos termômetros convencionais e zero de paciência para ficar com o danado debaixo do bracinho por 2 minutos.
Você já tentou medir a temperatura de uma criança doentinha? Desafio...
Pois esses termômetros realizam a leitura da temperatura corporal por meio de sensores de infravermelho — uma tecnologia que foi desenvolvida originalmente pela NASA para determinar a temperatura de estrelas e planetas a partir da medição da emissão da radiação vinda desses astros.
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