Ciência
26/04/2017 às 04:00•2 min de leitura
Não é de hoje que o coração é associado às mais profundas emoções humanas – na verdade, esse conceito é bastante antigo. Existem relatos que comprovam que Aristóteles já se referia ao órgão como o centro das atividades emocionais do corpo humano. Bonito, não? Daí para a representação do amor, foi um pulo.
Falando em outras culturas, os egípcios acreditavam que o coração era uma parte do corpo na qual residiam nosso espírito e intelecto. Era o único órgão não retirado dos cadáveres nos processos de mumificação. Já os gregos usavam a mesma simbologia para falar de regeneração – quando o assunto era o amor mais carnal, a representação era feita pelo deus Eros.
Que amor, coração e emoção sejam fatores interligados é até fácil de entender, afinal o amor é considerado um sentimento nobre há muito tempo e o coração é o principal órgão do corpo humano. Daí àquela relação de “sem o seu amor, eu morro” também não demora muito. Então, nesse ponto, tudo bem. Mas a forma gráfica do coração do amor nada tem a ver com o órgão de fato.
Fonte da imagem: Pixabay
Aquele “<3” ou o “s2” que você usou hoje enquanto conversava com alguém tem uma história bem antiga, ainda que a representação virtual seja contemporânea. Sabe-se que a simbologia do coração, como a conhecemos hoje, teve seus primeiros registros em meados dos anos 1400, quando apareceu no baralho europeu, representando uma categoria de cartas vermelhas.
A forma, porém, já é mais difícil de entender, pois existem várias explicações possíveis; com a falta de um registro para explicar isso, é mais complicado saber qual versão é a verdadeira – sim, existe mais de uma.
A primeira hipótese trabalha com uma representação nascida na África, em Cirene, para simbolizar uma flor já extinta do gênero Silphium, que era também usada como alimento e contraceptivo. A vagem dessa planta tinha formato semelhante ao desenho de coração que conhecemos hoje. Esse símbolo logo passou a ser associado com sexo e, depois, com amor.
Fonte da imagem: Pixabay
Outras hipóteses sugerem que a forma do coração popular simboliza algumas regiões da anatomia feminina, como o monte de vênus, a vulva, os seios ou até mesmo as nádegas. Há quem creia também que o coração possa ser a representação dos testículos.
Além das questões anatômicas, acredita-se que esse formato de coração que conhecemos hoje possa ter vindo de alguma tentativa frustrada de reproduzir o órgão original. Já a Igreja Católica afirma que essa forma surgiu após os relatos de Santa Margarida Maria Alacoque, que tinha visões do Sagrado Coração de Jesus. As visões da santa, porém, aconteceram depois de 1600, quando o formato já tinha sido documentado.
*Publicado em 28/6/2013
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