A história do anel que pode ter inspirado Tolkien

24/02/2017 às 08:012 min de leitura

Todo escritor busca inspiração em alguma coisa, você deve imaginar. Se você faz parte dos aficionados pela obra de J. R. R. Tolkien, talvez já tenha estudado os motivos que levaram o gênio das histórias fantásticas do século XX a criar tais narrativas. Você já deve saber, por exemplo, que Tolkien escreveu "O Hobbit" para seus filhos – que amor de pai, hein! –, mas será que você sabe de onde ele tirou a inspiração para criar uma saga inteira baseada em um anel poderoso?

Antes de tudo, um alerta: o que vamos contar a você agora é uma hipótese, e não uma certeza, a respeito da inspiração do nosso gênio favorito. Vale lembrar que, antes de ser escritor, Tolkien era professor em Oxford, na Inglaterra, e, como todo bom professor, dedicava boa parte de seu tempo a fazer todo tipo de pesquisa que lhe parecesse interessante.

O fato é que um dos assuntos estudados por ele foi a respeito de um anel amaldiçoado há muito tempo. O tal anel foi encontrado em 1786 na pequena vila de Silchester, em Hampshire, na Inglaterra. Estima-se que a joia tenha sido perdida no século VII d.C.

Pontos em comum


O anel que teria inspirado o escritor. Fonte da imagem: Reprodução/Nationaltrust

Pesando 12 gramas e feito de ouro, o anel aparentemente foi vendido a uma família que vivia em uma casa de campo em Hampshire. A frase presente no anel é a seguinte: “SENICIANE VIVAS IN DE[O]”, o que quer dizer “Senicianus vive bem em Deus”. Até aí, nada de extraordinário, não é mesmo?

Em um local a 130 km dali, conhecido por arqueólogos como “A Colina dos Anões”, foi encontrado, em um antigo templo romano, um material que continha a inscrição de uma maldição. Esse tipo de gravação feita em nome de Deus com a intenção de prejudicar um inimigo já foi muito comum.

A mensagem em questão era direcionada a um deus chamado Nodens e pedia para que um homem chamado Senicianus, que havia roubado um anel, fosse amaldiçoado e ficasse muito doente até que o anel fosse devolvido ao dono, Silvianus.

Ajuda


Fonte da imagem: Reprodução/Theregister

Em 1929, Tolkien era um professor em Oxford, dois anos antes de começar a escrever a história que você conhece hoje como “O Hobbit”. Quando o arqueólogo Sir Mortimer Wheeler ajudou nas escavações na Colina dos Anões, ele descobriu as inscrições da maldição e pediu a ajuda de Tolkien para descobrir a origem da palavra “Nodens” e, assim, desvendar que deus era esse.

Sabe-se, portanto, que Tolkien tinha total conhecimento a respeito das relações entre a maldição direcionada a Senicianus e o anel de ouro decorado com as inscrições. Teria isso servido de inspiração no momento em que o escritor escreveu a respeito do anel de seus livros? Além de tudo, a Colina dos Anões parece ter inspirado Tolkien a criar os anões de sua história. Será?

Fãs de “O Senhor dos Anéis” visitam a casa na vila de Silchester até hoje, na tentativa de descobrir o que inspirou um dos maiores ídolos da literatura fantástica do século passado. E você, o que acha dessa história?

*Publicado originalmente em 10/03/2014

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