Ciência
30/01/2017 às 12:27•2 min de leitura
Quanto mais velho você for, mais probabilidades você terá de desenvolver a demência. Isso deveria ser encarado como um fato, mas não como uma regra. A demência pode se manifestar de diversas maneiras, como resultado de uma doença de Alzheimer ou de um acidente vascular cerebral, por exemplo, que fazem com que percamos habilidades cognitivas e funcionais.
Porém, menos de 2% dos adultos entre 65 e 69 anos possuem algum tipo de demência. Esse índice sobe para 30% para pessoas acima dos 90 anos; mas, apesar de esse salto parecer ser bastante alto, não é um indicativo de que você realmente desenvolverá alguma demência quando chegar nessa idade. Sem contar, é claro, que até lá poderão ser inventados novos medicamentos que diminuam as chances de isso acontecer.
Outro fator a ser levado em consideração é que a expectativa de vida do brasileiro está na casa dos 75 anos. Portanto, os maiores riscos, ou seja, aqueles que acontecem a partir dos 90 anos, não devem nem ser uma preocupação real. Claro que cuidar da saúde é importante, mas não foque apenas na parte ruim do envelhecimento.
Acredita-se que 30% dos casos de demência em todo o mundo são resultados de nosso estilo de vida. Fatores como o diabetes, a obesidade, a falta de atividade física e a hipertensão arterial ajudam a desenvolver alguns tipos de demência quando chegarmos à velhice.
Portanto, é primordial que você comece o quanto antes a adotar hábitos mais saudáveis, para não pagar um preço alto lá no futuro. Nas últimas duas décadas, estudos com idosos dos EUA e da Europa mostram que o risco individual de demência tem caído, principalmente porque os idosos de hoje estão mais ativos fisicamente do que as gerações anteriores.
A demência tardia, ou seja, que ocorre após os 65 anos, é influenciada apenas ligeiramente pela genética. Na verdade, existem nove genes que aumentam ou diminuem os risco de você desenvolver a demência, mas apenas um deles tem real influência: a apolipoproteína E. Se você tem uma combinação de alelos E4E4, você tem 15 vezes mais probabilidade de desenvolver algum problema mental do que quem tem uma combinação E3E3.
Já os outros genes têm pequeno efeito, na casa dos 20%, de influenciarem nesse diagnóstico. A obesidade, por exemplo, pode aumentar a chance de demência em até 60%, enquanto o sedentarismo pode elevar os riscos em até 80%! Isso mostra que, apesar de os genes terem, sim, uma parcela de “culpa”, o principal vilão é o seu estilo de vida – e este pode muito bem ser alterado, não concorda?