Estilo de vida
10/12/2012 às 11:08•1 min de leitura
Parede anterior do ventrículo esquerdo após ataque cardíaco (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia)
Uma vez que as células cardíacas parem de se dividir — o que na maioria das espécies ocorre logo após o nascimento —, elas não voltam a se reproduzir ou regenerar. Assim, quando uma pessoa sofre um ataque cardíaco, os danos causados ao coração são permanentes. Durante esses eventos, ocorre a morte de tecido muscular, e é por essa razão que, caso o paciente sobreviva ao ataque, uma série de problemas começa a surgir.
Em curto prazo, a morte de tecido muscular pode reduzir a capacidade cardíaca do paciente e, em longo prazo, os problemas ocorrem porque o tecido danificado é substituído por um tecido fibroso resultante da cicatrização. Uma das esperanças de tratamento é o uso de células-tronco — que permitem criar novas células musculares — ou, quem sabe, o uso de uma nova técnica, proposta por pesquisadores da Universidade de Trieste, na Itália.
De acordo com o site ars technica, a nova técnica consiste em reiniciar o processo de divisão celular a partir das células musculares cardíacas que continuam saudáveis. Para isso, os pesquisadores utilizaram microssequências de RNA envolvidas na divisão celular para estimular esse processo em células musculares adultas.
Durante os experimentos — realizados em ratinhos com problemas cardíacos —, os cientistas introduziram as microssequências em células musculares saudáveis, observando que a divisão celular foi estimulada em tecidos musculares danificados, e exames posteriores revelaram uma presença muito menor de tecido fibroso e uma maior quantidade de células musculares saudáveis.
Contudo, apesar de a nova técnica apresentar possibilidades promissoras para a recuperação de tecido muscular danificado, o método também conta com algumas — grandes — dificuldades. Um dos desafios é determinar exatamente quais são as microssequências capazes de estimular a divisão celular, e descobrir se é seguro induzir esse processo em humanos. Portanto, ainda é necessário entender como as microssequências podem afetar o organismo humano.