Alguém roubou R$ 620 mil em carpas de um hotel — e não foi um humano

06/09/2023 às 10:002 min de leitura

Uma série de furtos misteriosos, que deixou intrigados os funcionários de um hotel de luxo na cidade de Chester, no noroeste da Inglaterra, foi recentemente solucionado após análise das câmeras de segurança. No entanto, a revelação da identidade do suspeito causou ainda mais surpresa, pois não era um ser humano.

A história misteriosa, digna de um romance de Agatha Christie, começou há alguns meses quando começaram a desaparecer algumas carpas do chamado Jardim Sensorial Asiático do spa do Hotel Grosvenor Pulford, localizado nos arredores da bela cidadezinha turística. O problema é que cada uma dessas carpas koi custa o equivalente a R$ 12,5 mil.

Sem saber como o meliante conseguia passar pela segurança do hotel, e até mesmo por uma cerca elétrica originalmente instalada para espantar as garças existentes na região, os administradores do hotel decidiram instalar um sistema de vigilância por câmeras de vídeo. Afinal, o prejuízo já havia chegado a mais de R$ 620 mil.

A identificação do suspeito

(Fonte: Grosvenor Pulford Hotel & Spa)(Fonte: Grosvenor Pulford Hotel & Spa)

Após mais uma noite de mistério, e com menos um peixe em seu luxuoso aquário, os funcionários do hotel correram até a sala de controle da CCTV. Lá, puderam finalmente ver o mistério gatuno: uma lontra, um mamífero semiaquático da família dos Mustelídeos, primo dos furões, doninhas e visons. 

“Foi definitivamente uma surpresa, para dizer o mínimo, descobrir que uma lontra foi a culpada pela nossa enorme perda de peixes”, afirmou o diretor da Nelson Hotels & Inns, que administra o hotel, ao The Telegraph

"Com as cercas que instalamos anteriormente para proteger os peixes menores das garças, não esperávamos que nenhum animal de grande porte conseguisse chegar às áreas dos lagos", concluiu.

Nishikigoi: as carpas mais bonitas, e caras, do mundo

(Fonte: GettyImage)(Fonte: GettyImage)

O executivo do hotel também fez questão de falar sobre a atenção prestada às carpas pela empresa. Para ele, essas lindas carpas “não são apenas habitantes atraentes de nosso jardim”. Conforme Nelson, os peixes ornamentais, que chegam a viver 30 anos, têm o hotel como lar há muito tempo, além de constituírem um investimento "substancial". 

Chamadas originalmente de Nishikigoi — que se traduz como “joias de natação” — essas carpas foram criadas por acaso por agricultores da província de Nigata, no Japão, há 200 anos. Eles tentavam desenvolver uma espécie de carpa preta para usar como fonte de alimento para o inverno, mas obtiveram esse espécime supercolorido, segundo a Fazenda Kodama Koi.

Mas, de acordo com esses produtores, a mania das carpas koi não atingiu outros lugares do mundo, exceto o Japão. Porém, uma exposição desses peixes realizada em Tóquio, já no século XX, chamou a atenção do resto do mundo para essa variedade única de carpa. E elas passaram a ser globalmente cobiçadas, inclusive por algumas lontras furtivas.

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