Ciência
05/12/2017 às 03:00•2 min de leitura
Quando a cantora Adele lançou o clipe da música “Hello”, a internet parou: em menos de 3 meses, o single já tinha batido a marca de 1 bilhão de views no YouTube. Mas por que nós gostamos tanto de ouvir músicas tristes quando há milhares de opções felizes e animadas por aí?
Uma pesquisa revelou que, ouvir música muda a química dos nossos cérebros para nos ajudar a superar a dor. De acordo com David Huron, professor de música e responsável pelo estudo na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, ouvir músicas tristes provoca um aumento de prolactina no cérebro.
“A prolactina é um hormônio proteico utilizado para ajudar a reduzir a dor, sendo liberado durante as atividades humanas básicas, como quando comemos, quando as mulheres ovulam ou amamentam e, talvez o mais importante, quando fazemos sexo”, explica David. Assim, canções melancólicas parecem fazer nosso cérebro produzir mais prolactina, nos deixando bem, como explica essa tirinha:
Interessante:
Publicado por Psicologia viva em Quarta, 2 de março de 2016
Uma equipe de psicólogos da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, também decidiu investigar a ciência por trás da nossa atração por melodias melancólicas. Eles reuniram cerca de 772 participantes, e cada um respondeu a um questionário com perguntas sobre a frequência com que costumam ouvir canções tristes, em que situações e como se sentem.
Os pesquisadores descobriram que “uma ampla gama de emoções complexas e parcialmente positivas, como nostalgia, paz e ternura” são despertadas quando ouvimos tais canções. Os dados revelaram que a nostalgia era a emoção mais presente, relatada por 76% dos participantes, enquanto, em segundo lugar, ficou a tranquilidade, com 57,7%.
Todas essas emoções são saudáveis e fazem com que nos sintamos bem. Liila Taruffi, líder da pesquisa, afirmou que, “para muitas pessoas, ouvir música triste pode levar a efeitos emocionais benéficos. A música também desempenha um papel importante no bem-estar, oferecendo consolo, regulando o humor e as emoções negativas”, conclui.
O estudo também revelou que um elevado número de participantes afirmaram ouvir músicas tristes em situações de estresse emocional ou quando estão se sentindo só, como uma espécie de “automedicação”.
*Publicado em 10/3/2016