Artes/cultura
04/09/2013 às 12:05•2 min de leitura
Desde o início das pesquisas com as células-tronco, o número de órgãos criados a partir do material só cresceu. Orelhas, olhos, fígados, bexigas até mesmo corações fazem parte da lista que promete nos trazer novos tratamentos para as mais diversas doenças. E agora é a hora de acrescentar mais um órgão vital a essa relação: o cérebro.
A boa notícia vem do site Mashable e conta que uma equipe de cientistas europeus conseguiu reproduzir partes de um cérebro humano a partir de uma cultura de células-tronco. Juergen Knoblich, diretor do Instituto de Biotecnologia Molecular da Academia Austríaca de Ciências, acredita que esse trabalho permitirá aos pesquisadores descobrir as origens da esquizofrenia e do autismo, além de levar ao desenvolvimento de medicamentos para tratar essas doenças, por exemplo.
O portal nos lembra que tão importante quanto descobrir novos tratamentos para doenças é o fato de que o desenvolvimento de cérebros a partir de células-tronco elimina a necessidade de realizar experimentos em animais, já que seus cérebros não representam o modelo perfeito para testar medicamentos que serão usados em humanos.
Para desenvolver as primeiras estruturas cerebrais – chamadas de organoides – os cientistas utilizaram as células-tronco, que podem se transformar em qualquer tipo de célula presente no organismo. As células-tronco foram colocadas em uma solução formulada especialmente para promover o crescimento de células nervosas. Partículas de gel dispersadas na solução deram às células uma estrutura para que elas pudessem crescer tridimensionalmente.
Dentro de 8 a 10 dias, as células-tronco se transformaram em células cerebrais. Depois de 20 a 30 dias, as células amadureceram e apresentaram de 3 a 4 milímetros de tamanho. As estruturas foram relacionadas a regiões específicas do cérebro, como o córtex e o rombencéfalo.
Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock
Criar tecidos cerebrais dessa maneira representa um grande avanço, pois as células utilizadas pelos cientistas se desenvolveram sozinhas e apresentaram padrões de crescimento que podem ser identificados no cérebro de um feto em desenvolvimento.
No momento, os organoides têm um limite de crescimento que não pode ser ultrapassado porque a estrutura não possui um sistema circulatório que possa carregar nutrientes. Depois de resolver esse problema, os pesquisadores acreditam que será possível desvendar uma série de doenças cerebrais a partir das células-tronco.