Ciência
30/01/2015 às 08:29•3 min de leitura
Você já parou para pensar em como seria se o panorama de “O Exterminador do Futuro” realmente se concretizasse no futuro? Quando o primeiro filme da série foi lançado lá na década de 80, o estudo e desenvolvimento da inteligência artificial ainda estavam apenas engatinhando e, para a maioria das pessoas, essa questão de um dia convivermos com máquinas tão inteligentes — ou mais — do que os humanos não passava de ficção científica.
No entanto, de lá para cá as coisas mudaram — e avançaram — muito. Apesar de muitos cientistas estarem animados com o progresso nesse campo, algumas das mentes mais brilhantes que existem pelo mundo estão bastante preocupadas com o que o futuro nos reserva se o desenvolvimento da inteligência artificial sair de nosso controle.
Ashley Feinberg do portal Gizmodo reuniu as opiniões de alguns especialistas em tecnologia e inteligência artificial, e você pode conferir o que eles pensam — e preveem para o futuro da humanidade — a seguir:
Segundo Ashley, para Stuart Armstrong — filósofo e pesquisador do Instituto do Futuro da Humanidade da Universidade de Oxford —, o primeiro efeito devastador do domínio das máquinas sobre a humanidade seria o desaparecimento quase completo dos empregos.
Isso por que Armstrong imagina o seguinte panorama: pegue uma máquina tão inteligente como um ser humano e faça cem cópias dela. Depois, treine esses robôs em cem profissões diferentes e, então, faça outras cem cópias. Se continuarmos repetindo esse processo, o resultado serão milhões de trabalhadores altamente especializados, e a coisa se tornaria ainda mais complicada se treinássemos essas máquinas com capacidades super-humanas.
Considerando que o cenário anterior se concretize, existe uma grande probabilidade de que os humanos acabem se tornando obsoletos. De acordo com Daniel Dewey, colega de Armstrong em Oxford, provavelmente seria apenas uma questão de tempo até que as máquinas começassem a ver a humanidade como um obstáculo para o seu progresso.
Para explicar seu prognóstico, Daniel faz uma comparação entre humanos e chimpanzés, por exemplo, considerando a pequena diferença que existe entre a inteligência dos dois. Segundo ele, por mínima que pareça, essa sutil diferença resulta no predomínio de uma espécie sobre a outra — e se traduz em 7 bilhões de habitantes que dominam todo o planeta.
Assim, imagine que no futuro colônias de máquinas — supertreinadas e inteligentes — decidam desenvolver projetos que envolvam dilacerar a Terra ou tecnologias que contaminem o ambiente. Tal como os humanos fazem atualmente com tantas espécies de seres vivos que existem no planeta, pode acontecer de os robôs não levarem em consideração os nossos interesses e bem-estar. Sem falar que eles podem decidir que simplesmente seria mais fácil se livrar de todos nós e pronto.
Segundo Ashley, quem propõe este cenário é Bill Joy, da Sun Microsystems, e, para ele, a humanidade pode facilmente cair em uma situação na qual se apoiará cada vez mais nas máquinas para tomar suas decisões.
Com isso, conforme as questões que nos afetam comecem a se tornar cada vez mais complexas — e as máquinas cada vez mais inteligentes —, a humanidade poderia caminhar para um futuro de extrema dependência a ponto de que não haver mais alternativa além de aceitar o que as máquinas decidirem simplesmente porque as soluções apresentadas por elas trarão melhores resultados do que as propostas pelos humanos.
O problema é que, eventualmente, essas questões se tornariam tão complexas que os homens seriam incapazes de tomar decisões de forma inteligente sozinhos, e, quando chegarmos a esse ponto, as máquinas terão tomado todo o controle. A humanidade teria se tornado tão dependente da inteligência artificial que simplesmente seria impossível se desligar dela.
De acordo com Ashley, o perigo com respeito à inteligência artificial pode não estar necessariamente relacionado com o objetivo deliberado de destruir a humanidade. Nesse sentido, Mark Bishop, professor de computação cognitiva da Universidade de Londres, se preocupa com o potencial emprego militar de sistemas de armas robóticas capazes de decidir quando iniciar um ataque sem que haja intervenção humana.
A inquietação de Bishop se refere ao fato de que atualmente esses sistemas não são especialmente inteligentes, e uma má decisão poderia facilmente gerar problemas que escalariam para situações com consequências potencialmente aterrorizantes. Portanto, não é difícil imaginar que, mesmo que as máquinas não cheguem a se tornar tão ou mais inteligentes do que os humanos, elas ainda podem representar uma ameaça existencial bastante real para a humanidade.
Você deve estar por dentro dos últimos avanços no campo da nanotecnologia — e do desenvolvimento de maquininhas milhares de vezes menores do que um fio de cabelo, não é mesmo? Mas você sabia que existem cientistas tentando criar robozinhos autônomos que funcionariam através da geração de energia a partir do consumo de detritos dos campos de batalha, incluindo cadáveres humanos?
Então, já pensou se esses nanorrobôs descobrem uma forma de se replicarem sozinhos e começarem a consumir coisas indispensáveis para a nossa sobrevivência — como máquinas, edifícios, florestas etc. Pior ainda, já pensou se essas minimáquinas desenvolvem um apetite especial e insaciável por carne humana?
E você, caro leitor, o que acha dos prognósticos apresentados pelos especialistas? Em sua opinião, qual dos panoramas acima é o mais provável? Você tem alguma teoria diferente das que apresentamos? Ou você acredita que a humanidade não tem nada a temer? Não deixe de compartilhar as suas ideias conosco nos comentários!