Artes/cultura
17/09/2013 às 06:26•2 min de leitura
Apesar de suas propriedades purificantes, um estudo realizado na Universidade de Viena, na Áustria, sugere que a água benta pode ser mais prejudicial do que benéfica para a saúde.
Os pesquisadores do Instituto de Higiene e Imunologia Aplicada examinaram a água de mais de 30 fontes espalhadas pelo país e encontraram amostras que continham até 62 milhões de bactérias por mililitro de água, sendo que nenhuma delas era potável.
Os testes indicaram que 86% da água benta – normalmente usada em cerimônias de batismo e para molhar os lábios dos fiéis – estavam infectados com bactérias comumente encontradas em matérias fecais, como a E. coli, que pode causar diarreia, cólicas, dores abdominais e febre.
Nas mesmas amostras também foram identificados nitratos, que são substâncias facilmente encontradas em fertilizantes usados na agricultura. A Environmental Protection Agency – agência de saúde americana – alerta que, se ingerida, a água contendo nitratos acima do nível tolerado podem causar doenças sérias, especialmente em crianças menores de 6 meses, e até mesmo levar à morte caso não seja tratada.
Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock
O estudo – que foi publicado no periódico Journal of Water and Health – também descobriu que todas as fontes presentes em igrejas e hospitais continham bactérias e, quanto maior o número de pessoas no local, maior era a quantidade de bactérias encontradas nas amostras.
“Precisamos alertar as pessoas sobre o consumo de água dessas fontes. Isso pode representar um problema que até então vem sendo subestimado, especialmente nos hospitais, onde existem muitas pessoas com o sistema imunológico enfraquecido”, explica Dr. Alexander Kirschner, microbiologista na Universidade de Medicina de Viena.
Já aconteceram avanços quanto ao uso consciente e higiênico da água benta, incluindo a invenção de um dispenser para água benta por um padre italiano alguns anos atrás, enquanto estudos apontaram que a adição de sal à água poderia ajudar a mantê-la desinfetada.
No entanto, Kirschner não acredita que o sal seja uma solução confiável para prevenir contaminações e recomenda que os padres troquem regularmente a água benta nas igrejas e informem os frequentadores sobre os perigos e a história da água benta.