Estilo de vida
26/08/2015 às 10:01•2 min de leitura
O segredo para curar a chamada “febre maculosa”, sem maiores sequelas, é identificar a doença com o máximo de antecedência possível, segundo afirmou o especialista em doenças infecciosas Dr. Amesh Adalja em entrevista ao site Live Science. Também conhecida como ‘febre do carrapato’, ou ‘febre manchada das montanhas rochosas’, nos Estados Unidos, a enfermidade é causada pela bactéria Rickettsia rickettsia. O agente é transmitido pela mordida do carrapato-estrela, presente em bois, cavalos, cães e capivaras, entre outros animais.
A bactéria danifica as células do revestimento dos vasos sanguíneos, causando diminuição da pressão arterial pela perda de fluidos, explicou o Dr. Adalja. Ele também afirmou que o sistema imunológico da pessoa pode causar danos ainda maiores ao identificar a presença da infecção.
A diminuição drástica da pressão arterial é o que causa o grande problema para os portadores da doença. Adalja ressalta que em qualquer caso de infecção, com a pressão sanguínea reduzida ao mínimo, as pessoas não têm condições de sobreviver e acabam entrando em um quadro clínico chamado de choque séptico. Nesse ponto o corpo passa a atuar direcionando o sangue para os órgãos vitais e reduzindo a circulação nas extremidades, o que causa morte dos tecidos. Como consequência, os membros precisam ser amputados.
De acordo com o Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), o antibiótico utilizado para combater essa enfermidade atua melhor se o tratamento for iniciado antes do quinto dia de infecção, de modo que casos extremos, em que o paciente perde os membros ou chega a morrer, são mais raros de acontecer. Geralmente, as situações mais graves ocorrem por variações nos sintomas iniciais, o que dificulta a identificação da doença.
Por exemplo, a infecção pode ocasionar o surgimento de erupções cutâneas no início ou com certo atraso, o que pode influenciar na rapidez do diagnóstico. De acordo com o CDC, somente em 10 % dos casos, o paciente não apresenta manchas avermelhadas na pele, o que pode ocasionar a situação mais grave. Segundo informações da organização Mayo Clinic, quando a doença não recebe o tratamento adequado, a incidência de casos fatais chega a 75 %.
Infelizmente, o recente caso de Jo Rogers, de 40 anos chamou a atenção dos especialistas nos Estados Unidos. O diagnóstico correto da doença foi dado com atraso e a mulher começou a ficar com os membros escuros, de modo que os médicos precisaram amputá-los. Ela perdeu os braços, a partir dos cotovelos, e as pernas, a partir dos joelhos.
A suspeita é de que ela tenha contraído a doença durante as férias, nas quais passou alguns dias na região do Grande Lago, em Oklahoma. Ela começou a ter sintomas semelhantes aos de uma gripe e foi hospitalizada quatro dias depois da viagem.
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