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21/09/2017 às 12:11•3 min de leitura
Em 1928, Tolkien rabiscou em um papel: “Numa toca no chão vivia um hobbit”. Para quem leu a obra, sabe que essa é a primeira frase do livro que revolucionaria o gênero da fantasia. Quando Tolkien escreveu esse trecho, ele nem sequer tinha ideia do que viria a ser um hobbit, por isso acabou se estendendo na descrição e na história.
Tolkien era doutor em letras e professor universitário e tinha como hobby inventar línguas e alfabetos, dando origem a muitas palavras. O que pouca gente sabe é que o nome dos anões que aparecem em “O Hobbit” e até mesmo o de Gandalf foram inspirados em um poema nórdico chamado “Völuspá”.
O autor é considerado o pai dos hobbits, mas, aparentemente, essa palavra já existia na língua inglesa desde o século 19, quando surgiu em um livro para descrever criaturas pequenas ou fadas – não muito diferente do que o próprio Tolkien escreveu.
No final do livro, lemos o embate entre um Bilbo invisível e o dragão adorador de ouro. Nas primeiras versões, entretanto, o hobbit chega a ferir Smaug com a Ferroada, antes de deixá-lo ser morto por guerreiros mais competentes, mas como Bilbo não é exatamente um ser bélico, o trecho acabou suprimido da versão final.
Rayner Unwin, de apenas 10 anos, foi o “primeiro crítico” a tecer comentários sobre a obra de Tolkien: ele era filho de Sir Stanley Unwin, o editor que abraçou o esboço de Tolkien, e disse que “O Hobbit” era “bom e deveria atrair todas as crianças entre 5 e 9 anos”. Todos os fãs agradecem que Rayner tenha curtido o livro, senão poderíamos nunca ter descoberto a genialidade do escritor britânico.
As ilustrações originais de “O Hobbit” foram feitas pelo próprio Tolkien! Além de criar toda a história, os personagens e os desfechos, o escritor desenhou algumas das passagens e até mesmo fez os mapas que são conhecidos pelos fãs até hoje!
A expectativa de vendas não era tão grande, por isso “O Hobbit” chegou às livrarias em 21 de setembro de 1937 com apenas 1,5 mil cópias, que se esgotaram em menos de três meses! Agora, passados 80 anos, mais de 100 milhões de unidades do clássico já foram vendidas, sendo o 6º livro mais comercializado da história! Em 2008, uma primeira edição foi arrematada por £ 60 mil – o equivalente hoje a mais de R$ 240 mil!
Uma das primeiras críticas renomadas de “O Hobbit” saiu na revista semanal The Times Literary Supplement, ainda em 1937, e foi escrita anonimamente por ninguém menos que C.S. Lewis, autor de “As Crônicas de Nárnia”, outro clássico da literatura de fantasia. Lewis era um dos melhores amigos de Tolkien.
C. S. Lewis e J. R. R. Tolkien
“O Hobbit” é um livro bem masculino: são 13 anões, um mago, um hobbit, um dragão e por aí vai. Na verdade, a única personagem feminina citada nominalmente citadas na obra é Beladona Tuk, a mãe de Bilbo. Não à toa foram criadas outras “mulheres” para a versão cinematográfica, como as elfas Tauriel e Galadriel – esta última aparece apenas nos escritos de “O Senhor dos Anéis” e “O Silmarillion”.
Quando “O Senhor dos Anéis” foi encomendado a Tolkien, ele acabou desenvolvendo mais a história do Um Anel e precisou fazer alguns ajustes em “O Hobbit” para que as duas histórias tivessem uma ligação mais coerente. Por isso, a segunda edição, publicada em 1951, traz relatos diferentes do encontro entre Bilbo e Gollum.
Nos primeiros rascunhos, o mago Gandalf se chamava Bladorthin, enquanto Thórin Escudo de Carvalho, líder dos anões, era chamado de... Gandalf!