Artes/cultura
20/03/2018 às 08:31•2 min de leitura
A Amazon não é muito chegada a revelar números internos sobre o seu negócio, mas recentemente algumas informações foram divulgadas pela Reuters para evidenciar como o investimento em conteúdo de vídeo tem valido a pena. Esse entusiasmo pode ser medido pela próxima grande aposta da empresa, que vai abrir os cofres para produzir uma série de O Senhor dos Anéis.
Para quem não sabe, a Amazon é muito mais do que uma “concorrente” da Netflix e, apesar de ter entrado de cabeça no mercado de vídeos on demand há pouco tempo, tem como sua principal fonte de renda o comércio dos mais variados produtos pela internet. Para a empresa, um negócio impulsiona o outro, e os novos assinantes que buscam filmes e séries para assistir acabam alavancando as vendas do “varejo” online.
“Quando nós ganhamos o Globo de Ouro, acabamos vendendo mais calçados”, brincou o fundador Jeff Bezos pouco depois de a Amazon ser premiada lá em 2015 pela produção da série Transparent, uma comédia dramática que envolve uma família que descobre que tinha um pai transgênero. Desde então, eles seguem com o pensamento de que investir em conteúdo original traz ótimos frutos para a empresa como um todo.
Estima-se que a companhia gaste cerca de US$ 5 bilhões por ano com contratos, licenças e produções de séries e filmes originais para rechear seu catálogo. Desse valor, US$ 250 milhões já foram gastos com a compra dos direitos de O Senhor dos Anéis, e mais US$ 300 milhões devem ser investidos na produção e em marketing para as duas primeiras temporadas. Para fazer uma comparação, a trilogia original custou cerca de US$ 280 milhões na época.
Outra comparação: a série The Man in the High Castle, que aborda uma versão alternativa da história na qual a Alemanha vence a Segunda Guerra Mundial, custou 72 milhões de dólares à empresa e atraiu mais de 1 milhão de novos assinantes ao serviço. Por isso, as expectativas da Amazon em relação ao investimento em uma série dentro do universo de “O Senhor dos Anéis” são altíssimas em termos de audiência e vendas.
Vamos ter Gandalf, Legolas, Aragorn, Gimli, Frodo, Sam ou o Gollum, por exemplo? Ainda não se sabe quase nada sobre datas, atores ou até mesmo em qual época da Terra Média a história vai se desenrolar, mas com essa aposta milionária espera-se que a obra, que já conta com seis filmes (incluindo a trilogia Hobbit) e 21 Oscars, acabe com a supremacia de Game of Thrones dentro do estilo e consolide a Amazon entre as poderosas dos conteúdos on demand.