Artes/cultura
02/12/2019 às 10:17•1 min de leitura
Com seus costumes póstumos únicos, o Egito é uma terra que traz fascinação aos profissionais da arqueologia a cada nova descoberta. Terreno farto e fértil para exploração estudiosa, apesar de existente desde milênios antes da era cristã, ainda guarda segredos que surpreendem. E sem aviso, trouxe nesse mês de novembro novidades para os admiradores da história e dos costumes do Egito Antigo.
Com grande importância religiosa e imagética, os leões eram figuras cotidianas na região egípcia na era pré-cristã. Representados em figuras importantes como no corpo da Esfinge ou na cabeça da deusa Sekhmet (deusa da guerra), além de algumas reproduções em hieróglifos, carregavam em si certo misticismo e tinham um status que ainda está sendo revelado até hoje.
Até o dia 23 de novembro de 2019 apenas duas múmias desse tipo de felino tinham sido encontradas. Na pirâmide de Saqqara, a mais antiga do Egito - considerada a primeira pirâmide da história - dedicada ao Faraó Djoser, foram encontradas múmias de diversos animais, dentre elas 3 múmias de leões. As escavações estavam ocorrendo no Bubasteion - um complexo de catacumbas dedicado como santuário à Bastet, deusa egípcia da fertilidade, onde se localiza Saqqara.
A novidade arqueológica vai permitir aos profissionais ter mais informações sobre a importância dos leões na cultura egípcia e, também, sobre as formas de mumificação utilizadas para os animais desse porte. Pelas análises já concluídas, avalia-se que os leões encontrados tinham em torno de 8 meses de idade quando foram mumificados. As tomografias realizadas permitirão análise sobre os motivos da morte. O Ministério das Antiguidades do Egito comentou que foi a primeira vez que uma múmia de um leão (adulto ou filhote) completo foi encontrada no Egito.