Artes/cultura
17/01/2020 às 07:01•2 min de leitura
Na quinta-feira (16), Roberto Alvim, secretário nacional da Cultura, proferiu um discurso um tanto chocante ao parafrasear uma fala do ministro de Propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels. O vídeo foi postado no Twitter da secretaria, e a música de fundo escolhida também era a ópera favorita do Führer, chegando até a ser citada em Mein Kampf (Minha Luta), o livro escrito pelo nazista. Veja o vídeo abaixo.
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— Secretaria Especial da Cultura (@CulturaGovBr) January 16, 2020
Alvim fala “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada”, que basicamente foi a mesma coisa que Goebbels disse aos diretores teatrais durante o nazismo, em uma carta que sugeria “novas direções” para o teatro do país na época.
O Ministro da propaganda da Alemanha nazista juntou-se ao partido de Hitler em 1924, sendo escolhido pelo mesmo para ser líder distrital em Berlim. Goebbels foi o grande responsável pela divulgação das ideias do partido e da criação da imagem de Hitler como Führer.
O trabalho que ele e sua equipe realizavam incluía a criação de cartazes, filmes e manifestações na rua para convencer a população comum sobre os ideais nazistas.
Seus 11 princípios para convencer o povo incluíam:
Em 1933, quando Hitler se tornou chanceler, ele foi nomeado para o cargo no ministério. Era uma posição muito importante, porque o uso da propaganda foi usado fortemente no início da Segunda Guerra Mundial para convencer a população a combater os verdadeiros inimigos: judeus, ciganos, comunistas e os Aliados.
O poder de Goebbels era tão imenso que ele foi indicado pelo Führer para substituí-lo. Após o suicídio de seu líder, ele chegou a assumir o cargo de chanceler por um dia, mas diante da derrota cada vez mais certa, optou por envenenar seus 6 filhos e cometer suicídio junto com sua esposa.
Diante da indignação gerada nas redes sociais após seu discurso, Alvim alegou que o episódio foi uma coincidência retórica, porém não foi o bastante para o presidente Jair Bolsonaro, que optou por demitir já que sua situação se tornou “insustentável”.