Mais de mil artefatos vikings são descobertos na Noruega

24/04/2020 às 02:002 min de leitura

Durante diversos verões na última década, após o derretimento do gelo em Lendbreen, na Noruega, pesquisadores encontraram diversos artefatos materiais e orgânicos que remontam à passagem de vikings pela região. Os estudos, que levaram anos para levantar sugestões e possibilidades, foram recentemente publicados pela revista Antiquity. Ao todo, são mais de 1 mil artefatos históricos identificados.

No verão do ano de 2011, por exemplo, os arqueólogos conseguiram encontrar esterco de cavalo que, de acordo com os estudos, teria sido deixado lá séculos atrás. Outros artefatos históricos também foram descobertos, como uma túnica de cerca de 1.700 anos. Alguns dos itens coletados foram recuperados entre 2011 e 2015 e datam da Idade do Bronze entre (1750 a.C. e 300 d.C.). 

(Fonte: Antiquity Journal)(Fonte: Antiquity Journal)

Os objetos mais antigos estão relacionados com a atividade de caça, como flechas provavelmente usadas para matar animais. O restante varia entre roupas de lã, sapatos de couro a fragmentos do que seria um trenó.

O passado dos Vikings

O trecho coberto de gelo, próximo das montanhas de Jotunheim, é um lugar extremamente difícil de se chegar. Algumas pessoas conseguem, mas apenas se fizerem um passeio de helicóptero. Porém, durante a chamada Era Viking (entre os anos de 793 e 1066), a região era muito bem movimentada. E segundo as informações divulgadas pelo site Smithsonian, este ponto histórico fica a 320 quilômetros da capital Oslo.

O codiretor do Glacier Archaeology Program, no Condado de Innlandet, Noruega, Lars Holger Pilø, que liderou a nova pesquisa, conseguiu datar cerca de 60 dos mais de mil itens encontrados. Por meio das pesquisas, foi descoberto que o trecho de gelo em questão era diferente da maioria dos outros usados para caçar e por isso funcionava como um centro para viagens e comércio.

(Espen Finstad/Reprodução)(Espen Finstad/Reprodução)

A cordilheira era atravessada por comerciantes, pastores e fazendeiros para chegar a pastagens de verão e postos comerciais. De acordo com Espen Finstad, coautor da pesquisa, a preservação dos objetos no gelo é impressionante. "É como se estivessem perdidos há pouco tempo, não há séculos ou milênios”, afirmou.

Dessa forma, é possível afirmar que essa foi uma das rotas comerciais mais frequentadas durante a Era Viking. Pilø explicou que a rota de Lendbreen continha até as ruínas de um abrigo e que a escassez de achados em outras passagens sugere que essa era provavelmente a mais trafegada de todas.

“A preservação de materiais orgânicos fez esse se destacar em comparação com passagens de montanha normais sem gelo, onde apenas alguns objetos de metal permanecem no trânsito", acrescentou o arqueólogo.

Infelizmente, por conta da pandemia da covid-19, a exploração da geleira teve de ser interrompida. Pilø e sua equipe percorreram uma área que mede aproximadamente 35 campos de futebol e esse já pode ser considerado o maior levantamento arqueológico de uma geleira na história da humanidade. Esperamos que essas pesquisas possam continuar em breve.

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