Artes/cultura
08/07/2020 às 10:00•2 min de leitura
Ao contrário do que se acreditava, as pedras que originaram o famoso monumento do Stonehenge, no Reino Unido, foram levadas até o local de construção por vias terrestres, é o que diz um novo estudo feito pelo Departamento de Ciências Naturais do Museu Nacional do País de Gales.
Antigamente, acreditava-se que a matéria-prima da estrutura de pedras teria sido levada até Wiltshire por meio do Canal de Bristol. A publicação encontrada na edição de agosto do Journal of Archeological Science demonstra análises mineralógicas feitas por cientistas britânicos que refutam a tese de que o monumento teria sido extraído de pedreiras no País de Gales.
(Fonte: Pixabay)
O artigo demonstra que o monumento pré-histórico foi criado através da utilização de uma mistura de pedras locais e de outras regiões distantes. Criada entre 3000 e 2000 a.C., o Stonehenge teria sido criado com pedras da atual cidade de Abergavenny - localizada próxima a estrutura.
Ate então, a origem do monumento era ligada a uma pedreira em Milford Heaven, no País de Gales, onde as rochas teriam sido extraídas. Entretanto, ao analisar a Pedra do Altar — um bloco de dois metros e pesando 5,5 toneladas no Stonehenge — a equipe percebeu que a teoria já não fazia mais sentido, visto que o conteúdo coletado não coincidia com os minérios da pedreira gaulesa.
(Fonte: Pixabay)
Em 2019, pesquisadores da Universidade de Cambridge já teorizavam sobre a possibilidade das pedras do altar não serem provenientes do País de Gales. Na época, o estudo inclusive levantou a possibilidade do santuário ter sido construído de forma "temporária" durante as peregrinações para o norte do país.
Antes da análise mineralógica, arqueólogos acreditavam que a estrutura teria sido arrastada pela encosta sul de Milford Heaven e depois levada de balsa pelo estuário do rio Severn até a planície de Salisbury.
A nova percepção sobre a Pedra do Altar dá indícios de que as viagens marítimas nunca ocorreram, mas sim a existência de um trabalho manual intenso no terreno local. Para que a nova teoria seja totalmente validada, os pesquisadores alertaram a necessidade de uma outra informação: a confirmação da origem das outras pedras utilizadas na construção da Pedra do Altar.
Segundo os autores do estudo, essa é a última etapa essencial para contar a trajetória dos antepassados e definir quais foram as rotas de transporte utilizadas para a construção de um dos monumentos mais intrigantes da história da humanidade.