Artes/cultura
13/07/2020 às 15:00•2 min de leitura
Arqueólogos descobriram que o Gigante de Cerne Abbas, uma figura histórica de mais de 50 metros feita com giz na cidade inglesa de Dorset, pode não ser tão antigo quanto se pensava. Em uma publicação na Current Archaeology, especialistas afirmaram que encontraram pequenas conchas de caracóis no sítio, o que indica que a figura não pode ser datada de antes da Idade Média.
A obra foi descoberta no século XVII. (Fonte: Wikimedia Commons)
Isso acontece porque essa espécie de caracol, conhecida como caracol-de-vinha, só chegou à Grã-Bretanha entre os séculos XIII e XIV.
De acordo com o arqueólogo Martin Papworth em um comunicado antes da descoberta, "existem 118 espécies de caracóis na Grã-Bretanha e muitas delas são específicas de seu habitat, de modo que suas conchas preservadas podem ajudar a estabelecer como era a paisagem em um determinado momento e a acompanhar as mudanças no uso da terra ao longo do tempo".
O National Trust do Reino Unido, a autoridade a quem o Gigante de Cerne Abbas pertence, também está desenvolvendo um estudo para determinar a idade da figura histórica. Em parceria com a Universidade de Gloucestershire, foi feita uma escavação para examinar amostras de solo das sobrancelhas e dos pés do gigante.
O Gigante de Cerne Abbas foi descoberto em uma colina de giz em Dorset, sul da Inglaterra, no século XVII. A obra mede 55 metros e consiste no formato de um homem armado com uma clava e um pênis ereto.
Muito se especula sobre o trabalho, mas pouco se sabe sobre o seu significado. O folclore local afirma que é um símbolo de fertilidade das crenças pagãs, enquanto outros acreditam que se trata de uma divindade anglo-saxônica.
Outra teoria é a de que a figura retrata o herói Hércules, enquanto outra linha de pensamento sustenta que o trabalho foi feito para zombar do estadista inglês Oliver Cromwell.
De acordo com essa teoria, a clava representaria a sua autoridade severa e o órgão sexual seria uma forma de caçoar da sua visão puritana.