A origem do 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra

20/11/2020 às 10:002 min de leitura

Hoje, dia 20 de novembro, é o Dia Nacional de Zumbi e Dia da Consciência Negra. Instituída pela Lei 12.519, de 10 de novembro de 2011, a data é um tributo à memória de Zumbi dos Palmares, morto nesse dia após liderar o mais conhecido e duradouro quilombo da história do Brasil, o Quilombo dos Palmares, no atual estado do Alagoas.

O registro dessa morte só foi descoberto por historiadores no começo da década de 1970, e em 1978 o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial elegeu, num congresso, a figura do Zumbi como um símbolo de luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos pelos afro-brasileiros atuais. 

Fonte: Antônio Parreiras/Wikimedia Commons/Reprodução
Zumbi dos Palmares (Fonte: Antônio Parreiras/Wikimedia Commons/Reprodução)

Por que comemorar o Dia da Consciência Negra?

Quando se aborda um aspecto tão importante da historiografia do Brasil, o último país do Ocidente a abolir o regime escravista, é para evocar uma consciência, não só dos que têm a pele preta, de certos fatos que mostram a população afrodescendente como sujeito histórico modificador do seu contexto social. 

Ainda está profundamente marcada em nossas memórias colegiais a crença de que, em nosso País, a escravidão foi imposta aos africanos e seus descendentes de forma passiva, sem nenhum tipo de reação humana.

O mito da passividade do africano e seus descendentes, refletido na literatura através da figura do negro bonzinho, que “parece até branco”, é um grande equívoco histórico, perpetuado durante muito tempo pelo racismo, que não perde a oportunidade de compartilhar uma visão negativa sobre a população negra.  

O negro depois da “libertação”

Fonte: Correio Braziliense/Reprodução
Cliente negro espancado até a morte num supermercado de Porto Alegre, ontem (Fonte: Correio Braziliense/Reprodução)

Hoje, 132 anos após a abolição formal dos escravos no Brasil, percebe-se que aqueles humanos supostamente “libertados” foram na verdade jogados à própria sorte, sem trabalho, sem terra, sem direito a uma cultura ou qualquer reparação.

A maioria da população brasileira orgulha-se em se reconhecer não-racista, mas basta incluir cotas raciais nas universidades para que todos reclamem dos “privilégios dos negros”, mesmo se sabendo que esta população recebe por volta de 30% a menos do que os brancos, e que todas as mulheres negras não atingem nem a metade dos salários dos homens brancos.

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