Artes/cultura
14/12/2020 às 08:00•2 min de leitura
Na última quinta-feira (10), como faz há 93 anos, a revista Time anunciou a sua “Personalidade do Ano”, que em 2020 foram duas: o presidente eleito dos Estados Unidos, Joseph R. Biden, e a vice-presidente eleita Kamala Harris, a dupla cuja eleição é uma aposta do povo americano em uma nova postura da nação no cenário mundial, ainda num ambiente de pandemia e injustiça social.
No editorial, a revista afirma que, juntos, Biden e Harris ofereceram restauração e renovação “em um ingresso único”. E o mais importante é que a América comprou o que eles venderam: após registrar o maior comparecimento eleitoral do século, a chapa democrata recebeu 81 milhões de votos, uma marca histórica.
Ao serem anunciados como Personalidades do Ano, os futuros governantes não decepcionaram seus eleitores e chegaram batendo alguns recordes: Biden, aos 78 anos, é a pessoa mais velha a ser eleita tanto presidente quanto Personalidade do Ano. Harris é a primeira mulher norte-americana eleita vice, a primeira negra a ocupar o posto e também a primeira vice de origem asiática.
Segundo o editor-chefe da Time, Edward Felsenthal, a escolha anual da Personalidade do Ano é um marcador de onde o mundo está, e para onde está caminhando. Para ele, Biden e Harris sinalizam para onde a nação americana está indo: “uma mistura de etnias, experiências vividas e visões de mundo que devem encontrar juntas um caminho para que a experiência americana sobreviva”.
A escolha da Personalidade do Ano 2020, a primeira realizada remotamente pela equipe da revista, buscou dar um sentido a um ano totalmente sem medidas, de acordo com Felsenthal. Para o editor, o ano não apenas foi marcado por múltiplas crises, mas elas vieram todas de uma só vez, e no mundo inteiro.
Além da histórica pandemia do coronavírus, ocorrências de injustiça racial brutal, desigualdade explícita, incêndios florestais apocalípticos e sérias ameaças à democracia marcaram os cenários de várias nações do planeta.