Artes/cultura
13/04/2021 às 12:30•2 min de leitura
O choque cultural que os europeus tiveram ao chegar ao Brasil, pouco tempo depois do descobrimento, precisando lidar com os diferentes povos indígenas vivendo por aqui, é abordado por duas revistas em quadrinhos de leitura essencial para quem deseja conhecer melhor a nossa história.
Uma das HQs sobre o tema é Hans Staden: Um Aventureiro no Novo Mundo, de Jô Oliveira, lançada em 2013, que consiste em uma adaptação para o universo dos quadrinhos do livro Duas Viagens ao Brasil, escrito pelo aventureiro e mercenário alemão Hans Staden em 1557, após suas duas passagens pelo território nacional.
Na obra, o viajante que se tornou comandante do forte português em Bertioga (São Paulo), conta sobre o período quando ficou aprisionado pelos indígenas Tupinambá, aliados dos franceses, escapando diversas vezes de ser devorado pelos nativos ao fingir ser um cidadão da França e usar outras estratégias.
Hans Staden: Um Aventureiro no Novo Mundo
Durante a prisão, que durou quase um ano, Staden teve a oportunidade de conhecer de perto diversos costumes indígenas, com destaque para o ritual do canibalismo. Estes e outros relatos sobre os primeiros moradores do Brasil são contados nos quadrinhos impressos em preto e branco, que estão à venda em sites de livrarias e grandes varejistas.
Já na HQ Os brasileiros, de 2009, escrita pelo antropólogo, historiador e quadrinista André Toral, temos sete histórias fictícias que retratam o início das relações entre os indígenas brasileiros e os portugueses, cujos reflexos podem ser encontrados até hoje.
Em um período no qual se falava em “América portuguesa” em vez de Brasil, os nativos eram considerados um mero obstáculo para os colonizadores, sendo tratados também como mão de obra gratuita e em abundância, à disposição de todos os tipos de aventureiros que desembarcavam na terra recém-descoberta.
(Fonte: Amazon/Reprodução)
Neste contexto, o choque de culturas era questão de tempo e fez nascer uma relação bastante conflituosa e moldada por essa imensa diferença de costumes, que podemos conhecer ao longo de 88 páginas, algumas delas em cores e outras em preto e branco.
A HQ, que traz histórias contadas em ordem cronológica, do século XVI até a atualidade, também pode ser encontrada nos sites das principais livrarias do país.