Domenico Leccisi: o jornalista que roubou o cadáver de Mussolini

16/05/2021 às 11:002 min de leitura

Em 1922, o político Benito Mussolini instaurou uma ditadura por meio do Partido Fascista na Itália, subvertendo todos os pilares democráticos do país ao pregar o “nacionalismo revolucionário”.

Cinco anos foram o suficiente para que Mussolini estabelecesse uma autoridade ditatorial por meios legais e ilegais com a intenção de criar um governo totalitário, mandando assassinar seus inimigos, aprovando invasões mortais, reprimindo a classe trabalhadora, privando a liberdade de expressão e priorizando os benefícios aos ricos. Diante de todos os tipos de crimes que cometeu durante seu governo, não é para menos que pessoas como Violet Gibson tentaram assassiná-lo mais de uma vez.

Mussolini, supostamente, morreu pelas mãos de um guerrilheiro italiano, em 28 de abril de 1945, na pequena aldeia de Giulino di Mezzegra. Em outra versão dos fatos, que até hoje é motivo de polêmica, o político teria sido baleado por Walter Audisio, um partidário comunista que teria usado o nome de guerra do Coronel Valerio para cometer o assassinato.

Apesar de tudo isso, ainda havia quem amasse o homem e o tratasse como um verdadeiro ídolo – e isso ficou claro 1 ano mais tarde.

O sumiço do corpo

Domenico Leccisi. (Fonte: Associazione Memento/Reprodução)Domenico Leccisi. (Fonte: Associazione Memento/Reprodução)

Na véspera do primeiro aniversário de libertação da Itália do fascismo, em 1946, o jornalista neofascista Domenico Leccisi, de 25 anos, junto com dois amigos, cavaram uma sepultura não identificada. Quando atingiram o caixão simples, eles abriram e encontraram o cadáver escaveirado de Benito Mussolini.

Enquanto os homens transportavam o corpo para um carrinho, Leccisi deixou um bilhete escrito à mão na sepultura: “Finalmente, ó Duce, você está conosco. Cobriremos você com rosas, mas o cheiro de sua virtude as dominará”.

Ao longo de 3 meses, o cadáver de Mussolini foi transportado de esconderijo em esconderijo, passando por vilarejos da Itália e até mosteiros. Durante esse exaustivo processo, os ladrões conseguiram perder a perna do líder fascista pelo caminho.

(Fonte: TV Tropes/Reprodução)(Fonte: TV Tropes/Reprodução)

Uma força-tarefa por todo o país foi estabelecida para tentar determinar o paradeiro do corpo de Mussolini, que foi encontrado apenas 4 meses depois em um mosteiro do século XV, em Pávia, no sul de Milão. Dois monges foram presos e acusados de associação ao crime e ocultação de cadáver, assim como Leccisi e seus associados, que foram condenados a 6 anos de reclusão.

Depois que foi liberado da prisão através de uma lei de anistia italiana para alguns crimes da era fascista, Leccisi filiou-se ao Partido Neofascista e ordenou que o cadáver de Benito Mussolini fosse sepultado em Predappio, no norte da Itália, após uma extensa campanha feita em 1957.

O jornalista gostava de dizer que havia entrado para a política para seguir os passos de seu ídolo e poder honrá-lo. Domenico Leccisi morreu em novembro de 2008, aos 88 anos.

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