Artes/cultura
13/06/2021 às 04:00•2 min de leitura
Entre abril e novembro de 1956, o Corpo Químico do Exército dos Estados Unidos criou e conduziu a "Operação Drop Kick", que consistia em testar o desempenho de pulgas e mosquitos para carregar agentes entomológicos para a criação de armas biológicas.
O departamento do Exército começou o experimento liberando mosquitos fêmeas não infectados em uma área residencial de Savannah, na Geórgia, para estimar quantos deles entrariam nas casas e picariam as pessoas. Sendo assim, no ano seguinte, o departamento libertou cerca de 600 mil mosquitos em Avon Park, na Flórida, uma das diversas comunidades negras do estado. Dezenas de pessoas adoeceram, das quais apenas 8 morreram em decorrência da infecção.
Os cientistas estimaram que os insetos se espalharam por uma distância de 2,5 a 3 quilômetros quando foram lançados através de helicópteros.
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
“Sabemos que eles soltaram algumas moscas, mas não sei por qual motivo. Eu não me lembro porque estava na escola na década de 1950”, relatou Beatrice Peterson, moradora da comunidade de Avon Park. Na época do experimento, ela tinha apenas 14 anos. “Eu vi quando eles voavam e soltavam várias caixinhas, que deveriam abrir enquanto caíam”.
Em maio de 1955, uma operação semelhante aconteceu no estado da Geórgia, intitulada "Operação Big Buzz". O experimento tinha o intuito de determinar a possibilidade de produzir, armazenar, carregar e liberar os mosquitos portadores da febre amarela para um possível cenário de guerra. Os cientistas também queriam descobrir se os insetos sobreviveriam à dispersão e buscariam alimento no solo. Quando foram coletados para determinar os resultados, eles estavam se alimentando ativamente de sangue dos humanos – provando a eficácia do projeto.
Beatrice Peterson. (Fonte: Black Then/Reprodução)
Em setembro do ano anterior, o campo de testes de armas biológicas e químicas Dugway Proving Ground, localizado no Utah, sob a administração do Exército dos Estados Unidos, criou a "Operação Bigh Itch", que consistia em testes para determinar os padrões de cobertura e sobrevivência da pulga do rato tropical (Xenopsylla cheopis) como vetor de doenças para uso em guerra biológica.
As pulgas infectadas foram colocadas em minibombas e lançadas de paraquedas para disseminação do vetor. Apesar de não ter sido aplicada em nenhum momento, a operação teve sucesso, com os testes mostrando que as pulgas não somente sobreviviam à queda, quanto também se conectavam rapidamente aos hospedeiros.