Artes/cultura
06/07/2021 às 08:00•3 min de leitura
Diariamente, ouvimos nas notícias dados estatísticos, como o número da população brasileira, crescimento das vagas de empregos, valor dos produtos, como alimentação, gás de cozinha e preço do combustível. Mas como essas informações são coletadas?
Para que esses dados cheguem até nós, um longo trabalho de pesquisa e organização de dados acontece diariamente e parte desse trabalho é feito pelos funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é um órgão governamental criado na década de 1930 no governo de Getúlio Vargas. Ele foi criado em substituição ao Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) com o objetivo de realizar estudos e levantar dados quantitativos e qualitativos sobre a população brasileira.
O IBGE tem entre as suas principais funções analisar e criar dados estatísticos acerca da população e sua renda; criar e analisar mapas e outras informações geográficas; disponibilizar dados sobre o meio ambiente; arquivar e divulgar informações sobre o país e coordenar a produção de gráficos, dados e mapas do Brasil. O IBGE faz parte do Estado e é um órgão vinculado ao Ministério da Economia.
OIBGE está presente nas 27 unidades estaduais, incluindo o Distrito Federal, divididos em 583 agências de informações nas principais cidades. (Fonte: IBGE/Reprodução)
Para se tornar um funcionário do instituto, é preciso ser aprovado em concurso. Assim, o aprovado pode se tornar um agente censitário, sendo responsável pela organização e gerenciamento do posto de coleta dos dados durante o censo demográfico. Há também o supervisor do censitário que acompanha o trabalho de campo e afere a qualidade e veracidade das informações coletadas.
Por fim, o recenseador do IBGE é o responsável por aplicar a pesquisa, abordando os domicílios de cada setor e realizando o questionário. Para essa função especificamente, o Instituto costuma fazer processo seletivos com vagas temporárias e o salário do cargo varia de acordo com a produção das informações.
É comum que o IBGE esteja mais presente nas notícias quando há a realização do Censo Demográfico. O Censo é realizado a cada dez anos e é uma grande pesquisa nacional que mensura a densidade populacional em todo o país, fazendo um retrato completo das condições socioeconômicas da população.
Nessa pesquisa, o recenseador perguntará sobre o rendimento familiar, formação escolar, profissão, casamento, cor da pele, acesso a bens e serviços, saneamento básico, entre outras informações. Os agentes devem percorrer sistematicamente todas as ruas, de becos e até tribos indígenas para ter um raio-x completo da população.
Todos os dados são mantidos sob sigilo e as informações só são utilizadas para fins estatísticos. (Fonte: Pixabay/Reprodução)
O último Censo Demográfico deveria ter acontecido em 2020, mas devido à pandemia, ele foi adiado para 2021. Em 2021, o censo foi adiado novamente por falta de verba e o instituto vai negociar a realização da pesquisa com o Ministério da Economia para 2022.
Além do Censo Demográfico, que é um grande estudo, o órgão também realiza pesquisa industrial mensal, pesquisa de orçamento das famílias brasileiras, perfil dos trabalhadores domésticos, pesquisa nacional de saúde, pesquisa industrial de empregos e salários e o IPCA.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é realizado mensalmente pelo IBGE. Com ele é possível conhecer a variação de preços nos comércios para o consumidor final por meio de entrevistas que abrangem domicílios, pontos comerciais, prestadores de serviço e concessionárias de serviços públicos.
O IPCA analisa transporte, vestuário, saúde, moradia, educação, comunicação, produtos de residência, alimentação e despesas pessoais. Esses dados coletados servem para o Banco Central como medidor da inflação no Brasil. Assim, a pesquisa consegue refletir o custo de vida das famílias com renda entre 1 a 40 salários mínimos nas principais capitais do país.
Getúlio Vargas criou o Instituto com o objetivo de obter mais conhecimento e informação sobre o espaço geográfico do país e entender como vivia a população. Assim, seria mais fácil identificar em que o país deveria evoluir para conseguir planejar e coordenar as ações públicas com efetividade. Por isso, o trabalho do IBGE é tão importante.
Com esses dados, governos municipais, estaduais e federais conseguem entender a realidade da população para o desenvolvimento de planejamento a curto, médio e longo prazo.
Os dados ajudam a entender a quantidade de pessoas que vivem na pobreza, que não têm acesso à saneamento básico e à educação, o número de filhos por mulheres, a idade média do brasileiro, a renda média per capita e outras dezenas de informações que podem ser utilizadas para criar programas de geração de emprego, complementação de renda e assistência à saúde.