Estilo de vida
06/08/2021 às 12:00•2 min de leitura
O ensino sobre a história e cultura da civilização indígena brasileira é uma temática obrigatória na Educação Básica do Brasil desde 2008. Entretanto, boa parte do material produzido nesse meio ainda é feito por indivíduos não indígenas, o que torna ainda mais relevante destacar a representatividade de alguns autores e autoras.
Apesar de estarem em menor quantidade na literatura, alguns pensadores indígenas já escreveram seus nomes na história com obras cativantes e extremamente intrigantes sobre a própria cultura. Por isso, nós elaboramos uma lista com cinco excelentes escritores para você conhecer um pouco mais o mundo indígena e expandir o conhecimento sobre outro tipo de cultura. Veja só!
(Fonte: Divulgação)
Autor do livro A Terra dos Mil Povos: História indígena do Brasil contada por um índio (2020), o escritor Kaka Werá Jecupé é também um ambientalista e conferencista do povo tapuia, termo criado para descrever as tribos brasileiras que não falavam o tupi antigo. Em seu trabalho, Jecupé aborda o respeito desses povos pelo poder do criador e da terra, além de diversos outros assuntos.
Um ponto importante em seu trabalho é construir uma identidade para os povos indígenas, descrevendo a relação das tribos com as populações não indígenas, a pluralidade de etnias presente nessas comunidades e uma descrição impressionante sobre como os nativos enxergam o mundo.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Fundadora da Rede Grumin de Mulheres Indígenas, Eliane Potiguara foi uma das 52 mulheres brasileiras indicadas para o projeto internacional Mil Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz. Além de escritora, ela trabalha como professora, ativista e empreendedora indígena.
Entre suas obras mais relevantes estão os livros Akajutibiro: Terra do Índio Potiguara (1994) e A Terra é Mãe do Índio (1989), onde ela reconta a história do Brasilpor meio da visão de quem foi calado pelo escravismo e paternalismo: os próprios índios.
(Fonte: Alik Wunder)
Aos 55 anos de idade, Olívio Jekupé se estabeleceu como um dos principais nomes da literatura indígena no Brasil. Por mais que tenha trabalhado e estudado em São Paulo e no Paraná, o escritor ainda mora na aldeia Krukutu, localizada em Parelheiros (SP). Além de ser membro da Associação Guarani Nhe'en Porã, Jekupé faz parte do Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas (Nearin). As obras mais conhecidas dele são Ajuda do Saci (2006) e A mulher que virou Urutau (2011), que foram publicadas tanto em português quanto em guarani.
(Fonte: Twitter/Reprodução)
Escritor, ilustrador, professor e artista plástico, o indígena nascido no Amazonas Yaguarê Yamã marcou seu nome na história da literatura indígena ao escrever o livro Kurumi Guaré no Coração da Amazônia (2007), que narra uma série de aventuras infantis e descreve as particularidades do povo maraguá.
A obra, que acompanha alguns registros da memória do narrador, também aborda ensinamentos dos povos das florestas e envolve uma leitura de símbolos maraguá. Portanto, o livro incentiva o leitor a criar uma rede de significados por meio da ligação entre imagem e palavra.
(Fonte: Itaú/Divulgação)
Formada em letras pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a escritora Graça Graúna se estabeleceu como uma das mais importantes artistas indígenas do país. Aos 76 anos, ela já coordenou o Projeto de Especialização para Formação de Professores Indígenas no Estado de Pernambuco e escreveu diversos livros de sucesso.
Entre suas obras com maior destaque estão Tessituras da Terra, poesia (2001), Flor da mata (2014), O coelho e a raposa (2014), O sapo e o deus da chuva (2014) e Baak, o pequeno deus (2014), que somam uma coletânea de textos sobre a literatura indígena contemporânea.