Artes/cultura
27/08/2021 às 11:00•2 min de leitura
Foi em meados de 1835 que começou a ganhar força a ideia de antecipar a ascensão ao trono imperial do jovem Pedro de Alcântara, filho de Dona Leopoldina e Dom Pedro I.
Isso porque os proprietários de terras desconfiavam do processo de descentralização político-administrativa iniciado pelas autoridades do período regencial, instaurado após a abdicação de D. Pedro I por pressões da elite agrária, causando grande polarização partidária.
D. Pedro II. (Fonte: Pinterest/Reprodução)
Conforme ocorreram revoltas sociais em várias províncias do Brasil, exigindo medidas que reestabelecessem a ordem e paz social, foi reforçado o consenso político de que somente a restituição da monarquia poderia conter os excessos dos poderes locais e diminuir as dissensões. No entanto, conforme o Capítulo V da Constituição de 1824, o comando do Império só poderia ser atribuído ao seu sucessor quando a maioridade, na época 18 anos completos, fosse alcançada.
Mas ninguém estava disposto a esperar mais 8 anos vivendo no caos causado pelo governo regencial.
(Fonte: Colégio Web/Reprodução)
Em 15 de abril de 1840, os grupos liberais fundaram a Sociedade Promotora da Maioridade, que logo passou a ser chamada Clube da Maioridade, sob a liderança de Antônio Carlos de Andrada e Silva, com vice-presidência de Holanda Cavalcanti.
Promovendo a ideia de que apenas a autoridade do jovem D. Pedro II, então com 15 anos, como imperador poderia deter as revoltas, o ato da maioridade rapidamente ganhou apoio popular.
A antecipação da maioridade foi disseminada pelo povo e pela imprensa, que participou do movimento distribuindo folhetos que eram colados nos muros do Rio de Janeiro com os versos: “Queremos Dom Pedro II. Embora não tenha idade. A nação dispensa a Lei. E viva a maioridade!”.
(Fonte: Conhecimento Científico/Reprodução)
Andrada e Silva apresentou o projeto de antecipação da maioridade ao jovem monarca em 22 de junho de 1840, e D. Pedro II respondeu concordar que a lei fosse aplicada quanto antes.
Em 18 de julho de 1841, D. Pedro II foi finalmente coroado e sagrado o mais novo Imperador do Brasil, condutor do Segundo Reinado, enquanto os vizinhos latino-americanos se destruíam e se fragmentavam em pequenas repúblicas comandadas por caudilhos, passando a imagem para a Europa de que o país era um “paraíso cercado pelo caos”.
Para auxiliar o novo imperador, foi criado e instaurado o Ministério da Maioridade, conhecido como o Ministério dos Irmãos, pois era formado por Antônio Carlos e Martim Francisco de Andrada.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
O gabinete, porém, teve vida curta, destituído no ano seguinte ao ser acusado de fraudes e violências nas eleições de 1840. D. Pedro II exonerou os ministros liberais e os substituiu por conservadores, marcando o início da inserção da política do conservadorismo no país.
A coroação de D. Pedro II permitiu a estabilização política do Brasil, centralizando a atenção de todos na figura inédita de um jovem imperador.